São Paulo e Bogotá possuem problemas muito similares no que diz respeito ao comando, controle e legalidade do recurso madeireiro.Foto: Angela Sevin/Flickr
O WWF-Brasil e o Sindicato do Comércio Atacadista de Madeira de São Paulo (Sindimasp), parceiros nas ações desenvolvidas dentro do programa “Madeira é Legal”, realizaram um workshop com representantes do setor madeireiro em Bogotá, na Colômbia, com o objetivo de trocar experiências e discutir o conceito de “madeira legal”.
O encontro reuniu cerca de 30 pessoas, representantes de organizações não governamentais, órgãos públicos, comerciantes, produtores e associações de classe colombianas. A programação durou dois dias e foi composta de apresentações de trabalhos, palestras e mesas-redondas.
Um dos grandes propósitos da reunião foi refletir sobre o processo de produção do recurso madeireiro na Amazônia e pensar em maneiras de tornar essa produção mais justa e sustentável.
De acordo com o analista de conservação do WWF-Brasil Ricardo Russo, o conceito de “madeira legal” não é tão ‘automático’ quanto a maioria das pessoas imagina.
“Trabalhamos geralmente com o conceito de madeira certificada, mas não sabemos, por exemplo, se toda madeira certificada é produzida de modo sustentável”, explicou. Por isso, contou o especialista, é importante pensar não só no documento final – como hoje ocorre com o Documento de Origem Florestal (DOF) – mas também no processo envolvido na exploração e comercialização deste recurso.
Executivo do Sindimasp e um dos participantes da comitiva brasileira que foi a Bogotá, Rafik Saab Júnior contou que, para defender a bandeira da legalidade, é preciso conhecer muito bem como funcionam todos os setores da economia da madeira. “Precisamos discutir a legalidade em todos os níveis, sejam eles distritais, regionais, municipais, estaduais e federais. Também precisamos montar um conceito de ‘madeira legal’ que seja viável do ponto de vista econômico, social e ambiental”, disse.
Rafik comentou ainda que, ao contrário do que possa parecer, São Paulo e Bogotá possuem problemas muito similares no que diz respeito ao comando, controle e legalidade do recurso madeireiro.
Outro grande objetivo da reunião foi a apresentação do programa “Madeira é Legal” aos players colombianos. As conversas realizadas na ocasião abriram oportunidades de trabalho conjunto entre os governos e polícias de São Paulo e Bogotá. “Tivemos ótimas discussões com os responsáveis pelo programa de Governança Florestal da Colômbia, que são Ruben Dario Orjuela e Jose Miguel Orozco Muñoz. Ficamos lisonjeados e honrados e apresentar o trabalho que estamos fazendo”, declarou.
Em 2013, os colombianos que participaram do encontro virão ao Brasil para conhecer as experiências de manejo sustentável desenvolvidas em São Paulo (SP).
Ação integradaO programa Madeira Legal foi lançado em março de 2009 e tem como objetivo promover ações que garantam o uso de madeira legal e certificada no Estado e Município de São Paulo.
A iniciativa é conduzida por uma série de instituições, como o WWF-Brasil, o Sindimasp e representantes do setor da construção civil de São Paulo, como produtores e distribuidores de madeira.
Entre as ações desenvolvidas no âmbito do projeto estão a promoção de mecanismos de controle como a exigência da apresentação do DOF; o incentivo ao uso da madeira certificada nos departamentos de compras do setor público e privado; a identificação e monitoramento da madeira comprada por atores sociais relevantes; e a viabilização de pesquisas e criação de produtos mais sustentáveis voltados à construção civil.
Como parte desta iniciativa, o WWF-Brasil e Sindimasp já lançaram publicações como o Seja Legal, que dá instruções de como as empresas e o setor público podem deixar de consumir madeira ilegal da Amazônia; e o Madeira – Uso Sustentável na Construção Civil, que orienta representantes do setor no consumo e uso de madeira certificada.
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FONTE : * Publicado originalmente no site CicloVivo.
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