Universo Energético
MANCHETES SOCIOAMBIENTAIS - 14/maio/2013
Desmatamento pode reduzir capacidade da usina de Belo Monte
Um novo estudo publicado por pesquisadores brasileiros e americanos mostra que usinas na bacia do rio Xingu tendem a ser menos eficazes se a região em torno sofrer grandes índices de desmatamento. Menos árvores, menos água para gerar energia. O estudo fez projeções sobre a vazão da bacia do Xingu em diversos cenários de desmate de floresta até 2050. Os oito autores afirmam que, segundo a atual perspectiva de uma perda de floresta de 40% até 2050, a geração de energia em Belo Monte cairia para apenas 25% do potencial da hidrelétrica. O artigo está publicado na edição de hoje da revista científica americana PNAS - FSP, 14/5, Ciência, p.C7; O Globo, 14/5, Ciência, p.24.
Pesquisa reforça desconfiança de que novas barragens chegarão ao Xingu
"O estudo acrescenta um grão de dúvida sobre o ponto nevrálgico da usina de Belo Monte: sua eficiência. No cerne da questão está a sazonalidade do Xingu. Da estação chuvosa para a seca, a vazão da bacia cai 90%, de 20,8 mil m3 para 1.280 m3. O custo de construção de Belo Monte já ronda os R$ 30 bilhões. Se antes havia suspeitas quanto à rentabilidade da usina, a possibilidade aventada no estudo da PNAS vem reforçá-las. Não é arriscado prever que sairá robustecida a convicção, entre ambientalistas, de que o aproveitamento hidrelétrico do Xingu não se resumirá a Belo Monte. Mas, antes, é prudente verificar se mais especialistas concordarão com as projeções do artigo", artigo de Marcelo Leite - FSP, 14/5, Ciência, p.C7.
Belo Monte, atrasada e cara
"Obras atrasadas, exigências socioambientais não cumpridas e o contínuo aumento do custo, que já está estimado em quase o dobro do previsto inicialmente, são as novas características do projeto da Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no Estado do Pará. Sempre lembrada pelo governo como a terceira maior hidrelétrica do mundo em potência instalada, de 11.233 MW - mas não produzirá efetivamente mais do que 4.500 MW -, Belo Monte é questionada desde o anúncio de seu projeto. Entre outros motivos, a usina é questionada por seu impacto ambiental, pela solução técnica adotada, que reduz sua capacidade efetiva de produção, e por seus riscos econômico-financeiros. Os problemas enfrentados na construção de Belo Monte deverão reduzir a rentabilidade do empreendimento, inicialmente prevista em 10,5% ao ano. Algumas instituições financeiras já calculam o retorno real dos investimentos em 6,5% ao ano", editorial - OESP, 14/5, Notas e Informações, p.A3.
GDF Suez vende fatia de 20% na usina de Jirau para a japonesa Mitsui
A empresa franco-belga GDF Suez vendeu participação de 20% na Usina Hidrelétrica de Jirau, no rio Madeira (RO), para a japonesa Mitsui, por R$ 1,14 bilhão. Mesmo após o negócio, empresa franco-belga continuará sendo a maior acionista, com 40% do capital da usina; Chesf e Eletrosul mantêm fatia de 20% cada uma - OESP, 14/5, Negócios, p.B12.
Energia americana muda o jogo
"Autoridades brasileiras finalmente reagiram às novas condições de preços e às perspectivas de grandes mudanças no mercado. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) decidiu incluir a exploração do xisto no próximo leilão de blocos de gás, previsto para os dias 30 e 31 de outubro. A licitação deverá incluir as Bacias do Parecis (MT), do Parnaíba (entre Maranhão e Piauí), do Recôncavo (BA), do Paraná (entre PR e MS) e do São Francisco (entre MG e BA). A ideia é usar a técnica de fraturamento das rochas de xisto usada nos Estados Unidos. As reservas brasileiras, estimadas em 6,4 trilhões de metros cúbicos, estão em décimo lugar na classificação internacional. O governo brasileiro assumiu um risco muito grande ao concentrar suas fichas nas possibilidades do pré-sal", editorial - OESP, 14/5, Notas e Informações, p.A3.
Belo Monte
"Orçado em R$ 16 bilhões, o custo da usina já supera os R$ 30 bilhões. E as obras estão irremediavelmente atrasadas. Alguém se recorda de que as empreiteiras questionaram o orçamento? Alguém se recorda de que o pseudoleilão foi ganho por um grupo composto por empresas estatais? Alguém se recorda de que o Tesouro está financiando a obra? Alguém se recorda de que a obra é economicamente inviável? Ninguém se indigna. É curiosa esta Nação brasileira, que não cuida de seu bolso e deixa o governo empurrar-lhe qualquer coisa goela abaixo", carta de Wilson Scarpelli - OESP, 14/5, Fórum dos Leitores, p.A2.
Especialistas em atraso
"Ao ler a matéria Energia barata nos EUA já afeta indústrias no Brasil (13/5, B1), fica claro que estamos virando especialistas no atraso. A exploração dos potenciais brasileiros precisa de licenças e compensações ambientais, autorizações da Funai e dos índios que ela diz tutelar, além da chancela de ONGs que representam interesses de Estados estrangeiros e ditam regras aos montes. O mapa O xisto no Brasil resume tudo isso, pois, ao fazermos a sobreposição das áreas reivindicadas pelos índios guaranis no Centro-Sul do Brasil, encontramos uma estarrecedora coincidência", carta de Rafael Abrão Possik Jr. - OESP, 14/5, Fórum do Leitores, p.A2.
Geral
Em 2012, 2.849 trabalhadores foram resgatados de condição similar à escravidão no Brasil
Operações de fiscalização do Ministério do Trabalho resgataram, no ano passado, 2.849 trabalhadores em condição análoga à escravidão no Brasil. Em comparação ao ano anterior, o número de trabalhadores resgatados em 2012 foi 14,37% maior, de acordo com dados do ministério. Para o governo, esse aumento no total de resgatados se deve à realização de ações de fiscalização em áreas que não eram incluídas nas inspeções de rotina. A operação que resultou na liberação de mais trabalhadores de uma só vez ocorreu em Marabá, no Pará, quando 150 trabalhadores do setor siderúrgico foram resgatados. O segundo maior resgate ocorreu em Perobal, no Paraná, com a liberação de 125 pessoas que trabalhavam em situação irregular no setor sucroalcooleiro - O Globo, 14/5, País, p.6.
Governo estuda construção de ferrovia entre MT e PA
O presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, disse ontem que o governo estuda construir uma ferrovia ligando Cuiabá a Santarém (PA), margeando a BR-163. De acordo com ele, há uma parceria com o governo do Mato Grosso para a contratação dos estudos de viabilidade ainda neste ano. "O contrato deve ser assinado o ano que vem", diz - Valor Econômico, 14/5, Brasil, p.A2.
FAO defende consumo de insetos para combater a fome
A FAO (Organização da ONU para a Agricultura e a Alimentação) divulgou ontem um estudo no qual defende a importância dos insetos como fonte de proteínas tanto para a alimentação humana quanto para a produção de ração para animais. Segundo o estudo, 2 bilhões de pessoas já suplementam suas dietas com insetos, que têm alta porcentagem de proteínas e minerais. "Os insetos estão em todo lugar e se reproduzem rapidamente", afirmou a FAO - FSP, 14/5, Mundo, p.A12; OESP, 14/5, Internacional, p.A8.
Agrotóxicos na mira
"Projeto, que deve ser sancionado pelo governador Sérgio Cabral nos próximos dias, cria o Cadastro Estadual de Agrotóxicos Fitossanitários. Com ele, será possível identificar o tipo de produto, a quantidade e o local onde estará sendo aplicado. A utilização de substâncias não cadastradas implicará em multa para o fabricante e para o produto. Um dos pontos mais polêmicos da nova lei é o artigo que proíbe a venda de substâncias que já tenham sido banidas em seus países de origem. Hoje, dos 50 produtos mais usados no Brasil, 24 são proibidos nos EUA, no Canadá, na Europa e em alguns países da Ásia. Desde 2008, a Anvisa reavalia a utilização de 14 desses insumos. Mas a resistência da indústria é muito forte", coluna de Agostinho Vieira - O Globo, 14/5, Amanhã, p.24.
Edital vai precisar de licença ambiental antes de ser lançado
Em breve, os editais para licitação das rodovias federais e ferrovias só serão lançados com as licenças ambientais prévias, assim como acontece com a licitação das usinas hidrelétricas. A Empresa de Planejamento e Logística (EPL) já tomou as providências para que isso aconteça a partir das obras do Programa de Investimentos em Logística, no total de 10 mil km de ferrovias e 7,5 mil km de rodovias federais, a serem licitadas entre o segundo semestre deste ano e meados de 2014 - Valor Econômico, 14/5, Especial, p.F4.
Desembolso para Plano ABC ainda frustra expectativas
Há uma boa e uma má notícia em relação ao desempenho do Plano ABC, lançado em 2010 com o objetivo de reduzir as emissões dos gases de efeito estufa produzidos pela agropecuária brasileira. A boa notícia é que o potencial de transformar a atividade em agricultura e pecuária de baixo carbono é muito maior do que se imaginava. A má é que os produtores não estão buscando financiamento para tornar o setor mais sustentável. São necessários 78 mil contratos de créditos e financiamento junto ao Programa ABC para que o Brasil atinja as metas de redução de gases-estufa em 2020, conforme o compromisso assumido na conferência do clima de Copenhague, em 2009. Mas em maio havia apenas 6 mil contratos - Valor Econômico, 14/5, Agronegócios, p.B15.
Perdem-se em retórica os objetivos do projeto Rio-92
"Com quase 70 anos de governança global do desenvolvimento gravemente desconectada de preocupações com a biosfera, e 40 anos de governança ambiental global bastante prejudicada por tal incongruência, é como se não tivesse saído do papel o belo projeto de desenvolvimento sustentável consagrado na Rio-92. Este parágrafo do novo livro do economista José Eli da Veiga, A Desgovernança Mundial da Sustentabilidade, é uma das chaves de sua discussão sobre os rumos do desenvolvimento e do ambiente globais. Logo de início, o autor indica que a antiga polaridade entre 'novas iniciativas de caráter ambiental e velhas ações de desenvolvimento' tem que encontrar um ponto de convergência logo, se o que se quer é chegar a algum lugar diante dos desafios gigantescos de lidar com a mudança climática, a perda da biodiversidade, o número crescente de zonas mortas no oceano pelo uso destemperado de nitrogênio na agricultura ou a acidificação dos mares", resenha de Daniela Chiaretti - Valor Econômico, 14/5, Eu & Cultura, p.D3.
Reino de Mapitoba
"O reino das fazendas corporativas está sendo conhecido por Mapitoba, acrônimo extraído das duas primeiras letras de Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia. Região homogênea quanto ao bioma, ao solo e ao clima, coberta originalmente com vegetação de cerrado, elevadas e planas chapadas, entremeadas por veredas úmidas, cuja dimensão se calcula em 414 mil km2. Considerada a última fronteira agrícola do País, agricultores gaúchos e paranaenses foram os primeiros a descobrir-lhe o valor, escondido entre os arbustos retorcidos. Mais recentemente, chegaram os megainvestidores, empresas que passaram a adquirir ou arrendar enormes extensões de terra. Em Mapitoba já se produz cerca de 10% da soja brasileira, fora as lavouras de milho e algodão. Cerca de 3 milhões de hectares acabaram de ser colhidos, menos da metade da área disponível para cultivo", artigo de Xico Graziano - OESP, 14/5, Espaço Aberto, p.A2.
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