Geleira de Jakobshavn Isbræ está se deslocando a uma velocidade de 46 metros por dia. Foto: Climate News Network
A geleira de Jakobshavn Isbræ, de onde imagina-se que tenha originado o iceberg que afundou o navio Titanic, em 1912, está perdendo gelo cerca de três vezes mais rapidamente do que em 1990, sugere um novo estudo publicado no periódico The Cryosphere.
O movimento do gelo escorrendo para o oceano, o que costuma ocorrer no formato de icebergs, é um fenômeno normal das geleiras, mas de 2005 em diante começou a se observar que ele está cada vez mais rápido.
A pesquisa afirma que, em apenas um ano, o movimento foi de mais de 17 quilômetros, uma média de 46 metros por dia, e ainda mais do que isso no verão. Pode não parecer muito, mas é um ritmo que os cientistas afirmam ser o mais rápido já registrado para qualquer geleira na Groenlândia e na Antártida.
Para os pesquisadores, a notícia é alarmante, pois o aumento na velocidade em que a geleira diminui ajuda a contribuir para a elevação no nível do mar.“À medida que a parte da frente da geleira avança, ela perde gelo – o gelo da frente é que contém o fluxo total –, causando a aceleração” observou Ian Joughin, pesquisador do Centro de Ciência Polar da Universidade de Washington e principal autor do trabalho, em uma declaração.
E as estimativas podem ser ainda piores, pois os cientistas acreditam que, embora nos meses de inverno o ritmo de perda de gelo diminua, a geleira está instável, o que significa que com o passar dos anos o fluxo de verão deve continuar a aumentar.
“Sabemos que de 2000 a 2010 essa geleira sozinha aumentou o nível do mar em cerca de um milímetro. Com a velocidade adicional, ela provavelmente contribuirá um pouco mais do que isso na próxima década”, comentou Joughin.
Atualmente, a Jakobshavn Isbræ é a geleira que mais contribui para a elevação do nível do mar, com até 4% do total global. “No final da análise, quando olhamos para os resultados da análise de tendências, ficamos surpresos de observar tal declínio dramático do gelo durante um período de apenas 20 anos”, comentou Cristina Surdu, da Universidade de Waterloo, no Canadá, uma das autoras da pesquisa.
* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil. (CarbonoBrasil)
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