NEGreenland article 300x212 Área antes estável na Groenlândia agora derrete constantemente, alertam pesquisadores
Principais glaciares do nordeste da Groenlândia se desintegrando no mar. Foto: Finn Bo Madsen
A corrente de gelo – uma parte do manto de gelo que se move significativamente mais rápido que o gelo circundante – mais longa da Groenlândia está continuando a perder massa apesar de as temperaturas na região retornarem para níveis mais típicos, afirma umnovo estudo publicado no periódico Nature Climate Change.
Um grupo de pesquisadores internacionais estudou os 600 km da corrente de gelo que adentra o continente no nordeste da Groenlândia, e revelou que a redução de massa no local é constante.
“Até recentemente, o nordeste da Groenlândia estava relativamente estável. Este estudo mostra que esse não é mais o caso”, comentou professor Jonathan Bamber, da Universidade de Bristol.
Analisando fotografias aéreas históricas, informações de radar e dados de satélite, os pesquisadores descobriram que a corrente começou a ganhar velocidade e perder massa em torno de 2003 como consequência de um aumento localizado nas temperaturas.
Porém, mesmo com a retomada de temperaturas mais amenas, a perda continuou até as observações mais recentes, em 2012.
Bamber enfatiza a seriedade da descoberta, já que “a maioria das projeções do comportamento futuro da cobertura de gelo não tem, ou tem muito pouca, contribuição desta parte da Groenlândia”.
Ou seja, as projeções sobre consequências da elevação das temperaturas podem estar sendo subestimadas.
Além disso, o estudo alerta que “a geometria do leito rochoso e a tendência constante de aceleração e perda de massa glaciar indicam que essa dinâmica descendente do gelo na região continuará em um futuro próximo”.
Bamber comentou que, se derreter completamente, a cobertura de gelo da Groenlândia pode elevar o nível do mar em mais de sete metros.
A Groenlândia tem sido um dos principais contribuidores para o aumento do nível do mar registrado nos últimos 20 anos – 0,5mm do total de 3,2 mm ao ano.
* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.
(CarbonoBrasil)