Em mais um avanço para constituir o esquema nacional de emissões chinês, as cidades de Xangai e Pequim inauguram seus mercados piloto nesta semana.Os primeiros créditos de carbono da cidade de Xangai foram negociados nesta terça-feira (26) através da Shanghai Environment and Energy Exchange. Foram vendidas 9,5 mil permissões (as Shanghai Emissions Allowances – SHEAs) a um valor de 27 yuan a unidade (US$ 4,43).
Entre os compradores estão China Petroleum & Chemical Corp., Huaneng Power International Inc. e Shenergy Co.
Já a capital Pequim deve começar a negociar seus créditos na próxima quinta-feira (28).
As duas novas iniciativas se juntam ao mercado de Shenzhen, em funcionamento desde junho. A intenção da China é lançar outros quatro esquemas e, a partir de 2015, começar a uni-los em um grande mercado nacional.
“Os esquemas piloto de carbono não apenas ajudarão a China a cortar emissões, como acelerarão a modernização do parque industrial do nosso país”, afirmou Xie Zhenhua, principal negociador chinês durante a Conferência do Clima das Nações Unidas (COP 19).
Os mercados chineses funcionam de forma semelhante ao Esquema Europeu de Comércio de Emissões (EU ETS). As empresas receberam uma quota de permissões de emissões referente ao limite fixado pelo governo para cada setor industrial. Assim, as que reduzirem suas emissões podem vender seus créditos para aquelas que não conseguirem cumprir suas metas.
Além disso, serão disponibilizadas permissões no mercado, como as que foram vendidas nesta terça-feira, para empresas que já saibam que ultrapassarão seu limite de emissões e que desejam desde já contar com os créditos.
De acordo com a Bloomberg New Energy Finance, o esquema de Xangai deve cobrir 130 milhões de toneladas em emissões e 200 empresas.
Somando os sete esquemas, o total subiria para até um bilhão de toneladas em emissões, o que significa que o mercado nacional chinês será o segundo maior do planeta em volume, ficando atrás apenas do europeu.
Apesar de serem voluntários, os esquemas devem contar com a participação de todas as empresas convidadas pelo governo.
No caso de Xangai, existe uma multa de até 100 mil yuan por dia (US$ 16,411), caso as companhias participantes não cumpram suas metas.
“É definitivamente um passo na direção certa, mas há preocupações com relação à atividade – já que esses esquemas piloto são uma experiência de aprendizagem”, afirmou Shawn He, advogado ligado às causas climáticas, em entrevista à Reuters.
A China é atualmente a maior emissora de gases do efeito estufa do planeta, com 9628 MtCO2, e enfrenta graves problemas de poluição. Assim, o país vive com pressões internas e externas para que adote medidas para lidar com essa questão.
O objetivo atual do governo é cortar as emissões de CO2 por unidade do Produto Interno Bruto entre 40% e 45% até 2020.
* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil. (CarbonoBrasil)
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