Em reportagem publicada neste sábado (25) no jornal Zero Hora, o repórter Itamar Melo apresentou o resultado de uma investigação com dados apontados pela Agapan e por moradores da cidade de Guaíba (RS), conforme publicado aqui (22/7), aqui (7/7) e aqui (16/7), que revelam preocupantes irregularidades ocorridas na fábrica da empresa Celulose Riograndese. A reportagem informa que a empresa "foi autuada cinco vezes pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) nos últimos 12 meses" e "teve que pagar R$ 446 mil em multas por emissões atmosféricas fora do padrão, excesso de ruído, produção de mau cheiro, liberação de enxofre e devido ao vazamento de dióxido de cloro". Ainda segundo a reportagem, a diretora-presidente da Fepam, Ana Pellini (que acumula o cargo de secretária da pasta ambiental do Estado), afirma que, com exceção do vazamento de cloro, "o resto foi bobagem". Esta afirmação causou surpresa aos dirigentes da Agapan, visto que a própria Fepam aplicou as multas. "Esta não é uma postura que possa ser aceita de quem está no comando dos órgãos ambientais do Estado", afirma o presidente da Agapan, Leonardo Melgarejo. "Se aconteceram infrações que motivaram multas, estas não podem ser consideradas 'bobagens'", complementa. No dia 14 de julho, a Agapan protocolou ofício na Fepam, encaminhado à sua diretora presidente, dando conhecimento ao órgão ambiental sobre as denúncias oferecidas ao Ministério Público (MP/RS) e solicitando esclarecimentos sobre os dados apontados pelos relatórios. O ofício também solicita que a Fepam esclareça a população sobre descumprimentos dos limites das licenças de operação e suspenda imediatamente as atividades que apresentem irregularidades e riscos às comunidades, entre elas os moradores da cidade de Guaíba e cidades que se abastecem com a água do rio Guaíba. Até a presente data (25/7) a Fepam não respondeu ao ofício. |