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Vencedor do Nobel da Paz pede engajamento brasileiro contra o trabalho infantil

O trabalho escravo é o terceiro crime mais rentável do mundo e gera um lucro de 150 bilhões de dólares por ano. Foto: 50 Freedom
 Parceiro da Organização Internacional do Trabalho, o ativista  Kailash Satyarthi veio ao país para participar das atividades pelo fim  do trabalho forçado. Em 2015, um total de 1.010 pessoas foram retiradas  de condições análogas à escravidão no Brasil. Por Redação da ONU Brasil –  O Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, celebrado cada 28 de  janeiro no Brasil, contou neste ano com a presença do ativista de  direitos humanos indiano, Kailash Satyarthi, um dos ganhadores do Prêmio  Nobel da Paz em 2014. O evento de comemoração também homenageou os  funcionários do Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS),  mortos em serviço durante uma ação de fiscalização em Unaí, Minas  Gerais, em 2004.
 O indiano é conhecido mundialmente por combater o trabalho forçado e o  trabalho infantil há mais de 35 anos. Atualmente, ele se dedica à  campanha 50 for Freedom da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que busca aumentar a  conscientização sobre o trabalho forçado e mobilizar o apoio do público  para promover a ratificação do Protocolo Adicional à Convenção sobre o Trabalho Forçado de 1930 (nº29).
 Durante um evento realizado em São Paulo na quarta-feira (27),  Satyarthi afirmou que o Brasil tem todos os ingredientes para acabar com  o trabalho infantil: “Vocês têm muitas leis que muitos países não têm. E  os últimos dez ou 15 anos mostraram como políticas públicas como o  Bolsa Família podem dar retorno. Vocês têm uma base de proteção social e  outras atividades desenvolvidas em um nível que eu nunca tinha visto no  mundo. A Índia sonha com isso, definitivamente”.
 O Coordenador Nacional do Programa de Combate ao Trabalho Forçado da  OIT, Luiz Machado, também participou do evento, que foi promovido pelo  Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, pelo Instituto  Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo (InPACTO), pelo  Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, pelo Escritório  da OIT no Brasil e pelo Superior Tribunal de Justiça, com apoio da  FecomercioSP.
 Machado destacou que o Protocolo Adicional à Convenção 29 “chama mais  uma vez o mundo para acabar com os trabalhos forçados e suas variações  contemporâneas. Nós não sabemos o tamanho do problema. O trabalho  escravo é ainda mais invisível que o infantil. É muito difícil resgatar  as pessoas do trabalho escravo”. Ele lembrou que o trabalho escravo é o  terceiro crime mais rentável do mundo e gera um lucro de 150 bilhões de  dólares por ano, ficando atrás apenas do tráfico de drogas e do tráfico  de armas.
 Também esteve presente no evento a Ministra do Desenvolvimento Social  e Combate à Fome, Tereza Campello, que destacou que o Brasil é  signatário de todas as convenções internacionais sobre trabalho  infantil. Para ela, o Brasil chegou a uma posição de destaque nas  últimas duas décadas graças ao seu ousado marco legal, ao reconhecimento  da existência do trabalho escravo, ao trabalho de levantamento de  estatísticas, à definição de uma agenda de cooperação e à criação de  políticas públicas efetivas.
 “Muitos países não têm informações sobre trabalho infantil e por isso  não aparecem na lista dos que possuem o problema, mas isso não quer  dizer que eles não têm crianças trabalhando”, disse. “O mesmo acontece  com as leis. Em países que não tem um marco regulatório rígido sobre  trabalho infantil, isso não é tido como crime.” 
Reforço ao combate ao trabalho escravo no Brasil Um total de 1.010 pessoas foram retiradas de condições análogas à  escravidão no Brasil em 2015 durante 140 operações realizadas pelo Grupo  Especial de Fiscalização Móvel e por auditores fiscais do trabalho,  segundo um balanço divulgado na semana passada pelo MTPS.
 Seguindo a tendência de 2014, a maioria das vítimas de trabalho  escravo foi localizada em áreas urbanas, que concentraram 61% dos casos.  Além disso, o balanço revelou que 31% dos trabalhadores resgatados no  ano passado trabalhavam na extração de minérios. A agricultura e a  pecuária aparecem em seguida, com 15% e 14% dos trabalhadores  resgatados.
 O combate ao trabalho escravo no país foi reforçado na segunda-feira  (1), durante a solenidade de abertura do Fórum Nacional do Poder  Judiciário para Monitoramento e Efetividade das Demandas Relacionadas à  Exploração do Trabalho em Condições Análogas à de Escravo e ao Tráfico  de Pessoas (Fontet), realizada em Brasília com a presença de Kailash  Satyarthi.
 O Fontet, que teve sua criação aprovada na última sessão plenária de  2015 do Conselho Nacional de Justiça, irá realizar estudos sobre a  exploração do trabalho em condição análoga à escravidão e o tráfico de  pessoas, além de promover intercâmbios com juízes de todos os ramos do  Poder Judiciário para obter subsídios para a elaboração de soluções que  aperfeiçoem o enfrentamento a esses crimes no sistema de Justiça.
 Uma de suas atividades prioritárias será apurar quantos inquéritos e  processos judiciais tratam da exploração de pessoas em condições  análogas ao trabalho escravo e ao tráfico de pessoas, assim como  informações sobre a tramitação dessas ações e quais sentenças estão  sendo proferidas pela Justiça brasileira.
 Ainda em Brasília, Satyarthi participou na terça-feira (2) de uma  audiência pública realizada pela Comissão de Direitos Humanos e  Legislação Participativa do Senado. Já na quarta-feira (3), ele  compareceu a um ato alusivo ao Dia Nacional de Combate ao Trabalho  Escravo e em memória das vítimas da chacina de Unaí, promovido pelo  Tribunal Superior do Trabalho. 
50 For Freedom A OIT lançou a campanha 50 For Freedom em junho de 2015,  durante a Conferência Internacional do Trabalho (CIT) em Genebra, com o  objetivo de aumentar a conscientização sobre o trabalho forçado e  mobilizar o apoio do público para conseguir com que pelo menos 50 países  ratifiquem até 2018 o Protocolo Adicional à Convenção sobre o Trabalho  Forçado de 1930. O lançamento foi realizado pelo Prêmio Nobel da Paz de  2014, Kailash Satyarthi, e pelo diretor-geral da OIT, Guy Ryder, durante  um evento no qual foi inaugurado um painel com milhares de assinaturas  apoiando o fim da escravidão moderna. O ator brasileiro, Wagner Moura,  primeiro Embaixador da Boa Vontade da Organização Internacional do  Trabalho (OIT) no mundo, também apoia a campanha.
 O Protocolo é um instrumento internacional que foi adotado pela CIT  em 2014 e dá um novo impulso à luta global contra o trabalho forçado,  incluindo o tráfico de pessoas e as práticas análogas à escravidão. Além  de exigir que os países tomem medidas extras para combater a escravidão  moderna, ele também pede que os governos invistam em ações para ajudar  as vítimas a retomarem suas vidas. 
(ONU Brasil/ #Envolverde) * Publicado originalmente no site ONU Brasil. 
  
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