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Indígenas excluídos do desenvolvimento

Indígenas  bribri reunidos em 2015 com a vice-ministra, Ana Gabriel Zuñiga, da  Costa Rica, pela violência que sofrem com a invasão de suas terras.  Foto: Cortesia da Casa Presidencial da Costa Rica
 A pobreza e a brecha educacional diminuíram de forma  significativa em beneficio das populações indígenas da América Latina,  mas ainda há muitas pessoas à margem dos avanços sociais, afirma um  documento do Banco Mundial. Por Thjaranga Yakupitiyage, da IPS –  Nações Unidas, 17/2/2016 – O estudo 
Indígenas da América Latina no Século 21 registrou imenso progresso social na região nos dez primeiros anos deste milênio, aos quais se chama de “década de ouro”.
 Em grande parte da região, a participação política das populações  indígenas aumentou. Na Bolívia, a representação dos povos originários no  parlamento chega a 30% dos legisladores. Além disso, há mais países que  aceitaram tradições indígenas nos processos eleitorais, como o Estado  mexicano de Oaxaca, onde 418, dos 570 municípios, são regidos segundo  seus costumes.
 Esses acontecimentos se devem, em parte, à concretização de tratados  internacionais e manifestos como a Declaração das Nações Unidas sobre os  Direitos dos Povos Indígenas, adotada em 2007. O estudo, divulgado no  dia 15, também assinala que cerca de 70 milhões de pessoas saíram da  pobreza, entre elas indígenas deBolívia,Brasil e Peru.
 O acesso à educação primária foi um dos maiores e mais claros êxitos  da década de ouro, destaca o Banco Mundial. Em países com Equador,  México e Nicarágua foi fechada a brecha educacional, ressalta o estudo.  Entretanto, apesar dos avanços, as comunidades indígenas continuam  excluídas do desenvolvimento.
 “A América Latina experimentou uma profunda transformação social que  reduziu a pobreza e expandiu a classe média, mas as comunidades  indígenas se beneficiaram menos do que os demais latino-americanos”,  afirmou o vice-presidente do Banco Mundial para a América Latina e o  Caribe, o mexicano Jorge Familiar.
 O estudo também indica que a pobreza diminuiu entre as comunidades  indígenas, mas a brecha entre elas e o resto da população se manteve  igual ou aumentou. Os indígenas representam 14% das pessoas pobres na  região e 17% das que vivem em extrema pobreza, apesar de constituírem 8%  da população.Ser descendente de indígenas aumenta as probabilidades de  crescer em uma família pobre, independente do nível educacional dos  país, do tamanho ou da localização da moradia, ressalta o documento.
 No Equador, a probabilidade de uma família ser pobre aumenta 13% se  seus integrantes são indígenas, e a de viver na extrema pobreza é de  15,5%. Outros indicadores, em matéria de gênero e geografia, também  realçam a exclusão que sofrem os povos originários.Por exemplo, no  Equador, se essa mesma família é encabeçada por uma mulher, as  probabilidades de ser pobre aumentam 6%. Também há maior proporção de  analfabetismo entre as indígenas, bem como deserção escolar.
 Quanto ao fator geográfico, no Peru, por exemplo, uma família  indígena de uma área rural tem 37 vezes mais probabilidades de ser pobre  do que uma da cidade. As famílias indígenas seguem sofrendo as piores  condições de vida com menos serviços de saneamento e mais propensão aos  desastres do que o restante da cidadania.
 O Banco Mundial pede urgência para uma inclusão multifacetária das  comunidades indígenas, especialmente à luz da nova Agenda para o  Desenvolvimento Sustentável, adotada no final de 2015. “Se os povos  indígenas têm de adotar um papel como principais atores na Agenda  Pós-2015, é necessário considerar suas vozes e suas ideias”, destacou o  diretor de desenvolvimento urbano, rural e social do Banco Mundial, Ede  Ijjasz-Vasquez.
 Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) incluem  compromissos em relação ao direito dos povos indígenas à educação, às  terras e aos mercados.
 O estudo do Banco Mundial recomenda a efetiva implantação das leis  nacionais para garantir a participação política das comunidades  indígenas, além de fortalecer o acesso à educação, melhorar as  estratégias de coleta de dados para implantar melhor os programas  dirigidos aos povos originários, e incluí-los no desenho dos objetivos  de desenvolvimento.
 Ijjasz-Vasquez destacou que “a inclusão dos povos indígenas nas  políticas e nos programas de desenvolvimento não é apenas uma questão de  reduzir a pobreza, é o processo de melhorar sua capacidade e sua  oportunidade de serem atores ativos da sociedade. Sua inclusão é o  correto do ponto de vista moral, e inteligente do ponto de vista  econômico para os países” da América Latina.
 O Fórum Permanente para as Questões Indígenas da Organização das  Nações Unidas (ONU), criado em 2002, se reunirá em maio deste ano para  debater a situação das comunidades originárias em relação aos conflitos,  sua resolução e a paz. Envolverde/IPS 
  
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