No contexto do IV Fórum de Jovens das Américas, a diretora do PNUD para a América Latina e o Caribe explicou o importante papel que a juventude na região pode exercer para promover um futuro mais equitativo.
Apesar da boa aceitação da democracia na região, pesquisas recentes do Latinobarometro mostram que o mesmo não ocorre com as instituições e os políticos responsáveis por manter o avanço do bem-estar e progresso dos países. No contexto do IV Fórum de Jovens das Américas, que aconteceu no Panamá entre os dias 8 e 10 de abril, a subsecretária-geral da ONU e diretora do PNUD para a América Latina e o Caribe, Jessica Faieta, explicou o importante papel dos jovens da região para mudar este cenário.
“Claramente, as manifestações contra a corrupção, a falta de representatividade, assim como as exigências universais de melhores condições na educação, na saúde e nos transportes, condizem com a insatisfação em relação ao desempenho institucional e às prioridades dos cidadãos. Deseja-se uma democracia mais abrangente e efetiva, e serviços públicos para todos e todas”, disse Faieta.
A América Latina e o Caribe contam com mais de 150 milhões de jovens entre 15 e 29 anos e têm um grande desafio pela frente: a luta pelo fim da desigualdade que as diferentes gerações enfrentam para a construção de soluções e políticas públicas para combater esse problema. Para o PNUD, é preciso facilitar o compromisso e a participação desta geração, que é a mais bem preparada para a tomada de decisões em políticas públicas.
Hoje a representatividade política dos jovens nos parlamentos da América Latina e do Caribe é baixa, especialmente entre as mulheres e ou descendentes de africanos ou indígenas. Somente 2,7% dos parlamentares e 1,3% das parlamentares da região tem menos de 30 anos; apesar dos jovens representarem mais de um quarto da população da região. Entre os parlamentares com menos de 40 anos, 15% são homens enquanto o número de mulheres não chega a 6,5%.
O PNUD, no âmbito de sua estratégia para a juventude, trabalha para apoiar a adoção abordagens intergeracionais de políticas públicas, na visibilidade das demandas da juventude, no apoio à participação, empoderamento e de capacitação de liderança juvenil e no acompanhamento dos processos de participação destinados à definição da pluralidade e à consolidação de agendas de desenvolvimento que contemplem a inclusão social.
Para a agência, a região conta com uma oportunidade única de combater e reduzir a lacuna entre as expectativas, as respostas e os direitos, e eu acredito, verdadeiramente, que ela tem como aliados os jovens que já estão envolvidos nas soluções dos problemas de suas comunidades, nas mobilizações sociais, nos partidos políticos, ainda que disponham apenas de recursos escassos fornecidos para facilitar a sua efetiva participação orgânica e/ou institucional.
“A efetiva participação e inclusão é uma dimensão essencial não apenas para melhorar a vida e a participação da juventude na sociedade e na política, mas também para fortalecer a governança democrática, reduzir as desigualdades e traçar o desenvolvimento sustentável da região”, concluiu a diretora. (ONU Brasil/ #Envolverde)
* Publicado originalmente no site ONU Brasil.
(ONU Brasil)