Exploração de gás de xisto na Pensilvânia, nos Estados Unidos (©Les Stone/Greenpeace)
ANP leiloa 72 de 240 blocos com a possibilidade de exploração não convencional, mas sem ter instrumento legal que garanta segurança da atividade.Sem regras bem definidas para a exploração do gás de xisto – gás natural encontrado em rochas de folhelho – a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) concluiu a 12a Rodada de Licitações. Dos 240 blocos ofertados, apenas 72 foram arrematados no leilão, principalmente nas Bacias de Sergipe-Alagoas e do Recôncavo Baiano.
“A ANP tentou aprovar às pressas uma regulação para a exploração de gás de xisto, mas não obteve sucesso. Diante da ausência de regras bem estabelecidas para a produção de gás não convencional, o Ministério Público Federal, a Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados, membros do Ibama e do Ministério de Meio Ambiente se pronunciaram contra o início das atividades, mas isso não impediu a Agência de seguir em frente com seus planos”, afirmou Ricardo Baitelo, coordenador da Campanha de Clima e Energia do Greenpeace Brasil.
A exploração de gás de xisto pode ser extremamente danosa ao meio ambiente. Os lençóis freáticos podem ser contaminados durante o fraturamento hidráulico – técnica que quebra as rochas de folhelho e que permitem a extração do gás – uma vez que são injetadas mais de 600 substâncias químicas no subsolo. Outros possíveis impactos são o uso intensivo de água, que uma vez contaminada deve ser remanejada de forma apropriada, e possíveis tremores de terra.
“A maioria dos setores leiloados apresentam a possibilidade de exploração de gás não convencional. Sergipe-Alagoas, Parnaíba, Paraná e algumas regiões do Recôncavo correm o risco de serem contaminadas e de terem sérios problemas de conflitos para o uso da água, uma vez que os aquíferos abastecem muitos municípios brasileiros”, continuou Baitelo.
Não bastassem os questionamentos sobre a “pressa” com que a ANP realizou as consultas públicas para a definição das regras, pela ausência de um marco regulatório, por colocar em ameaça o meio ambiente e importantes aquíferos brasileiros, há também falta de transparência e de diálogo com as populações de terras indígenas que se sobrepõe às áreas licitadas. Estas populações não foram consultadas sobre a instalação destes empreendimentos em seus territórios, podendo gerar conflitos socioambientais devido à cadeia de petróleo e gás.
“Estamos colocando muito em risco sem ter a tecnologia adequada para a exploração não convencional e sem saber ao certo quais podem ser os reais impactos socioambientais que teremos que enfrentar. O gás convencional brasileiro é mais do que suficiente para abastecer o aumento de 40% de gás na matriz brasileira previsto pelo governo”, concluiu Baitelo.
* Publicado originalmente no site Greenpeace. (Greenpeace)
Greenpeace realiza protesto no encontro das águas dos rios Negro e Solimões contra avanço da exploração de petróleo e gás na maior floresta tropical do mundozoomProtesto na Amazônia – Deixe as fontes fósseis no chão. (©Rogério Assis/Greenpeace)...
Especialistas mostraram posições favoráveis e contrárias à exploração de hidrocarbonetos de reservatório não convencional, por meio do fraturamento hidráulicoMembros do Ministério Público Federal (MPF), representantes do governo e especialistas...
PV vai propor uma moratória de cinco anos de prospecção do recurso. O gás de xisto está armazenado entre rochas no subsolo, geralmente a mais de mil metros de profundidade. Para extraí-lo, as rochas são quebradas ou fraturadas, com a injeção...
O Brasil concluiu nesta quinta-feira uma polêmica licitação de áreas para a exploração de gás natural em terra e de gás não convencional, em meio a críticas de especialistas e ecologistas pela falta de regulação a este tipo de produção....
por Marina Yamaoka, do Greenpeace Estima-se que a construção de gasodutos nos Estados Unidos dobrou na Pensilvânia, Estados Unidos, devido aos investimentos na exploração do gás de xisto. Foto: Les Stone/GreenpeaceNa quarta-feira que vem, 13 de...