Novos investimentos em energia limpa entre 2004 e 2013, em bilhões de dólares. Gráfico: BNEF
Pelo segundo ano consecutivo, os investimentos globais em renováveis sofrem recuo; a falta de confiança nas políticas para o setor seria uma das causas, mas boa parte da redução se deve ao barateamento dos custos.A Bloomberg New Energy Finance (BNEF) divulgou nesta quarta-feira (15) que em 2013 foram investidos globalmente US$ 254 bilhões em energias limpas e tecnologias inteligentes (smart technologies – como redes inteligentes, veículos elétricos e baterias), uma queda de 12% com relação ao valor de 2012, US$ 288,9 bilhões, e bem abaixo do recorde registrado em 2011, US$ 317,9 bilhões.
Os investimentos em energia eólica passaram de US$ 80,9 bilhões em 2012 para US$ 80,3 bilhões no ano passado. Já a solar sofreu uma redução maior, de US$ 142,9 bilhões para US$ 114,7 bilhões.
A situação dos biocombustíveis é pior, pois quedas vêm sendo registradas há vários anos. Em 2013, foram investidos US$ 4,9 bilhões, bem menos do que os US$ 6,6 bilhões de 2012, e uma quantia muito menor do que a vista em 2007, quando foram destinados para o setor mais de US$ 20 bilhões.
A Europa aparece como o grande fator para a redução nos investimentos em energias limpas, com uma queda de 41%. No ano passado, foram aportados apenas US$ 57,8 bilhões, bem abaixo dos US$ 97,8 bilhões de 2012.
A retração se explica pelo aumento da austeridade na economia da União Europeia, com países como Alemanha, Itália e França diminuindo suas políticas de subsídios e dando sinais de incerteza sobre o futuro dos incentivos públicos para as energias renováveis.
O Brasil também se destaca negativamente, com os investimentos caindo de US$ 7,1 bilhões em 2012 para US$ 3,4 bilhões no ano passado.
Apesar de terem quedas menores, mesmo Estados Unidos e China registraram redução nos investimentos. No caso dos chineses, foi a primeira vez na década que isso aconteceu, com os valores passando de US$ 63,8 bilhões em 2012 para US$ 61,3 bilhões no ano passado, queda de 3,8%. Já nos EUA a retração foi de 8,4%, de US$ 53 bilhões para US$ 48,4 bilhões.
Porém, Michael Liebreich, presidente da BNEF, argumenta que os números não mostram o quadro completo, já que a redução dos investimentos é em parte explicada pela diminuição nos custos das tecnologias.
“Um segundo ano sucessivo de queda nos investimentos chega como uma notícia ruim para o setor de energias limpas, mas essa não é toda a história. Os investimentos na Europa caíram drasticamente, mas boa parte disso se deve ao menor custo para a instalação solar, tecnologia cujo volume cresceu 20% em todo o mundo no ano passado, um novo recorde”, explicou Liebreich.
“Além disso, fora da Europa o cenário é diverso, com alguns países registrando crescimento ou apenas pequenas reduções nos investimentos, sendo que o Japão é o líder absoluto de aumento”, completou.
Não é novidade que os japoneses estão investindo fortemente em energias limpas, principalmente devido à decisão de paralisar a geração através das usinas nucleares após o desastre de Fukushima.
Os investimentos em energias limpas no país subiram 55% em 2013, chegando a US$ 35,4 bilhões, com uma expansão grande principalmente na microgeração solar.
Apesar da queda dos investimentos brasileiros, a América Latina como um todo está apostando mais em energias limpas. Países como Chile, México e Uruguai ultrapassaram a marca de US$ 1 bilhão destinados para as renováveis.
Grandes projetos na região estão ficando mais comuns. Recentemente, o governo chileno anunciou o início da construção da maior usina de concentração solar da América Latina, com uma capacidade instalada de 110MW, e a Bolívia acaba de inaugurar seu primeiro parque eólico.
Leia o relatório completo da BNEF (pdf).
* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil. (CarbonoBrasil)
MANTENHA SUA PRÓPRIA CASA LIMPAPor Jennifer Farley25 de setembro de 2013 O que as outras pessoas sentem, até quanto a você, não é problema seu. O Universo pede que você "mantenha sua própria casa limpa" e aqueles que ressoam com ela serão atraídos...
Os prejuízos registrados pela Petrobras em 2014 atingiram diretamente investimentos da companhia em proteção ambiental e em projetos sociais e culturais, marcas fortes da empresa ao longo de sua história. A informação consta do Relatório de Sustentabilidade,...
por Samuel Oakford, da IPS Parque eólico em Tianjin, na China, que é o maior fabricante mundial de turbinas eólicas e painéis solares. Foto: Mithc Moxley/IPS Nações Unidas, 8/4/2014 – A falta de políticas claras e a queda livre dos preços da...
Energia eólica deve crescer 4% na matriz brasileira Publicado 07 Abril 2014. em Energia Statkraft/Creative Commons Por Débora Spitzcovsky Atualmente, o setor de eólica responde por 2% da matriz energética brasileira, mas essa porcentagem pode despontar...
Investimentos em energias renováveis caem em 2012 por Jéssica Lipinski, do CarbonoBrasil Índice de atratividade de energias renováveis mostra que mercado apresentou retração no último ano; China, Alemanha e Estados Unidos se mantiveram como líderes...