HOLOCAUSTO DA MODA : Investigação revela os bastidores da indústria de peles na Itália
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HOLOCAUSTO DA MODA : Investigação revela os bastidores da indústria de peles na Itália


23 de fevereiro de 2015

Por Alex Avancini (da Redação da ANDA)
Uma fazenda de criação de visiones fotografada do auto nas investigações de Esseri Animali
Uma fazenda de criação de visons fotografada do alto nas investigações de Esseri Animali
A ONG Italiana Essere Animali,divulgou recentemente em seu site oficial, imagens inéditas sobre suas investigações contra o uso de peles de vison, ocorrida em fazendas de criação na região norte na Itália. As imagens trazem à tona os bastidores da indústria de pele na região e a truculência praticada com a morte por gás nos animais.
A ONG mantém trabalhos de conscientização contra o uso de peles de vison há anos e reúne importante documentação sobre esse cruel mercado. A vida dos visons nas fazendas de criação ocorre inteiramente em gaiolas de poucos centímetros quadrados de diâmetro, feitas de redes metálicas e suspensas no local. São filas e mais filas de prisioneiros à espera de uma morte horrível.
Os italianos trazem para a sociedade as verdadeiras condições que estão por trás das roupas com peles de animais, destacando o verdadeiro preço de um casaco feito de peles. Esse valor não é avaliado em dinheiro, mas sim em sofrimento, de todos aqueles que morrem para que seja possível constituir roupas deste tipo para humanos.
“Nas gaiolas das fazendas de peles se esconde um mundo horrível, através das investigações pudemos vê-lo e documentá-lo pela primeira vez na história”, comenta a ONG sobre a situação dos visons no país.
Cativeiro e Stress
A vida nas gaiolas trás sinais visíveis de estresse a todos os animais que são submetidos a estas condições. “Essas evidências nos comportamentos dos animais foram documentados por nossas câmeras escondidas próximas a gaiolas. O que as imagens revelaram é um comportamento imutável dos pobres animais que todos os dias se movimentam para frente e para trás desesperadamente”, revela um dos relatórios da organização.
“A vida reclusa desses animais que poderiam estar livres na natureza causa alguns casos de agressão e ferimentos. Nós encontramos visons com feridas abertas na cabeça, na cauda e nas pernas. A vida de prisioneiros força alguns deles alcançarem níveis altíssimos de estresse, a ponto de se auto-mutilarem. Não podemos saber se os ferimentos encontrados são frutos do cruel tratamento aos animais ou sinais das auto-mutilações”, completa parte das investigações.
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Para sustentar esse mercado cruel, entre 11 e 14 animais precisam morrer para fabricar apenas 1kg de peles. Cerca de 80 visons produzem apenas um casaco de peles.

Morte nas câmeras de gás
A morte em algumas fazendas ainda utilizam o método artesanal de gás tóxico no interior dos centros de criação por tratores que jorram o produto, matando os animais por asfixia. É lamentável. Essa forma infelizmente é legal no país e a dificuldade de encontrar ar suficientes faz com que o método seja inseguro, lento e doloroso para os animais. Os visons são animais semi-aquáticos e evoluídos para manterem longos respiros, apenas alguns minutos dentro dessas câmeras de gás fazem com que eles não aguentem e morram. Os arranhões dentro das paredes das câmeras de gás documentados provam que eles se debatem desesperados na tentativa de se libertar.
Interior de um centro de criação fotografado por ativistas da Essere Animali. - Foto: Esseri Animali
Interior de um centro de criação fotografado por ativistas da Essere Animali. – Foto: Esseri Animali
“Com a abertura das câmeras de gás os criadores checam um a um se todos os visons estão mortos. As imagens que capturamos em uma das mais importantes fazendas criadoras na Itália provam que se isso não acontece os animais são jogados em um rolo com serragem para que a morte venha a ser confirmada. Os cadáveres são esfolados no dia seguinte ao assassinato, com uma faca causando uma laceração entre as patas traseiras e a tira de sua pele. A carcaça é jogada fora e amontoada em valas comuns ou queimadas, enquanto os pelos são tratados com produtos químicos para preservá-lo antes de ser enviado para leilões em todo o mundo e se tornar um produto da indústria da moda.
Para sustentar esse mercado cruel, entre 11 e 14 animais precisam morrer para fabricar apenas 1kg de peles. Algumas vezes é preciso cerca 80 visons para produzir apenas um casaco de peles. Um verdadeiro holocausto da moda.
Leis que proíbam as fazendas de criação
De acordo com o relatório Eurispes 2015, mais de 90% dos italianos se opõem à criação de animais para o uso de peles. E rapidamente algo está movendo nessa direção. No Parlamento, há três projetos de lei (“bipartidário”) pedindo para proibir este tipo de criação na Itália: o da Senadora Silvana Amati, do deputado da Forza italiana Vittoria Brambilla e da parlamentar Chiara Gagnarli. O objetivo é proibir a abertura de novas instalações perto das já existentes e dar a oportunidade para “resgatar” os animais já presentes na Itália através de sua reintegração na natureza como parte de projetos de reabilitação acordados com os ministérios relevantes. “O cenário europeu é definitivamente a favor de uma possível proibição entre os últimos países que aboliram as fazendas, há também o fato de que a Holanda é o terceiro país na lista de fabricantes mundiais de pele de visons. Se a Holanda foi capaz de proibir, com mais de 200 fazendas de martas no seu território, a Itália não pode ficar para trás”, comentam integrantes da LAV, a Liga Anti Vivissecção da Itália.
Veja todas as fotos da investigação contra o uso de peles feita pela ONG Esseri Animali neste link.
Você pode participar e fazer a diferença para milhões de animais, assine neste link a petição contra a criação de visons na Itália
Assista abaixo o vídeo gravado pelos ativistas:




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