O Greenpeace Brasil criou a campanha Deixe as baleias namorarem com o objetivo de conquistar a moratória na exploração de gás e petróleo nos arredores do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos. No dias 13 e 14 de agosto serão realizados protestos nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Recife.
A campanha lançou uma página online, em que está recolhendo assinaturas da população a favor da moratória. Esta petição será levada às empresas e autoridades.
Dentro desta área estará banida apenas a exploração de gás e petróleo, evitando que um desastre ambiental contamine ecossistemas sensíveis, responsáveis pela reposição dos estoques pesqueiros e reprodução de inúmeras espécies ameaças de extinção.
A moratória depende de um acordo entre o governo e as empresas como a Petrobrás, Vipetro, Perenco, OGX, HRT, Shell, Vale, Cowan, Sonangol e Repsol – blocos de exploração nesta região.
O Greenpeace enviou cartas às empresas expondo a importância e a necessidade desta ação. Até a sexta-feira, 5 de agosto (data limite para obtenção de respostas), nenhuma corporação se posicionou.
Abrolhos foi loteada em 2003 pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) e, sob concessão do governo, 13 blocos estão prontos para começar a exploração.
Abrolhos
Zona de maior biodiversidade do Atlântico Sul, Abrolhos está localizado no litoral sul da Bahia, na região identificada como a Costa do Descobrimento. O local foi declarado Parque Nacional Marinho a ser criado no Brasil, em 1983 – o primeiro a ser criado no Brasil.
Com uma extensão de 913 km², o parque abrange o arquipélago dos Abrolhos, os recifes de Timbebas e é considerado o lar de mais de 1300 espécies de aves, tartarugas, peixes e mamíferos marinhos (45 delas estão consideradas em risco de extinção).
Estudos recentes revelaram que a área de proteção atual representa apenas 2% de todo o banco, o que é insuficiente para sua preservação.
O ecossistema é sensível a mudanças de temperatura e a poluição, os corais tem papel fundamental para a biodiversidade de Abrolhos. Juntamente com as extensas áreas de manguezais, eles garantem a reposição do estoque pesqueiro que fazem desta uma das regiões mais importantes para a pesca no Estado da Bahia.
* Publicado originalmente no site EcoD.
(EcoD)