Falta de dados sobre pesca é obstáculo para gestão sustentável, diz secretário
Universo Energético

Falta de dados sobre pesca é obstáculo para gestão sustentável, diz secretário



O maior desafio do Ministério da Pesca e Aquicultura é reconstruir o sistema de coleta de dados. Foto: Arquivo/Agência Brasil

A urgência para melhorar o planejamento da pesca marinha no Brasil é consenso entre o governo federal, pescadores artesanais, indústria e pesquisadores. Apesar do grande potencial econômico da atividade no país, o Ministério da Pesca e Aquicultura reconhece que as áreas de monitoramento e gestão pesqueira não avançam há sete anos. Desde 2008, com a desativação do Sistema Nacional de Coleta de Dados Estatísticos, o país não coleta dados nacionais sobre o estoque de peixes, o que impede a gestão eficiente dos recursos.
Na opinião do secretário de Planejamento e Ordenamento da Pesca do ministério, Fábio Hazin, os prejuízos disso são enormes. “O fato de o Brasil ter atravessado alguns anos sem a geração de dados estatísticos nos impede de fazer um planejamento adequado da atividade pesqueira, porque não podemos planejar, nem administrar, nem gerir aquilo que não conhecemos”, resume.
Para ele, o maior desafio da pasta é reconstruir o sistema de coleta de dados, que até a criação do ministério, em 2003, era gerido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Após esbarrar em muitas questões burocráticas, o ministério busca saídas como acordos com universidades parceiras, editais para licenciamento ambiental e automonitoramento em reservas extrativistas para reativar a geração dos dados nacionais.
De acordo com o pescador artesanal Antônio Vieira, no setor há 53 anos, a falta de dados prejudica os trabalhadores. “A falta de monitoramento faz com que os pescadores artesanais sejam responsabilizados por problemas que não foram causados por eles, como a pesca excessiva, a poluição e a destruição de matas ciliares, que causam impacto na quantidade de peixes”, ressaltou o pescador do município de Laguna, em Santa Catarina.
A bióloga marinha Mônica Perez, diretora da Oceana, organização internacional de defesa dos oceanos, garante que o Brasil não sabe ao certo a quantidade de peixes que foi pescada no último ano nem o volume que deve pescar. “Só temos projeções, estimativas. Não é suficiente. Imagina o setor agrícola não saber quanto produziu?”, indaga.
De acordo com estimativa do ministério, foram pescados em 2013 aproximadamente 765 mil toneladas. O número não diferencia as espécies marinhas das continentais. A Oceana estima que o volume atual de espécies marinhas pescadas seja 400 mil toneladas por ano.
Por Maiana Diniz, da Agência Brasil.
Publicado no Portal EcoDebate, 10/07/2015




- Seminário Nacional Reunirá Pescadores, Governo E Pesquisadores Para Discutirem O Ordenamento Da Pesca Artesanal No Brasil
Movimentos em defesa da pesca artesanal pressionarão o governo para a construção de um sistema de Ordenamento que considere as comunidades pesqueiras.De 22 a 25 de setembro, acontecerá em Brasília o Seminário Nacional de Ordenamento da Pesca Artesanal....

- Projeto Na Câmara Anula Portaria Que Define 475 Espécies Aquáticas Ameaçadas De Extinção
Para o deputado, ao impor restrições ao exercício da atividade pesqueira, o MMA vai além das competências a ele atribuídas.Proposta em análise na Câmara dos Deputados anula a portaria do Ministério do Meio Ambiente (MMA – 445/14) que reconhece...

- A Importância Do Manejo Sustentável
Gestão do setor pesqueiro no país tem sido feita por medidas pontuais. Foto: ShutterstockPor Maiana Diniz, da Agência Brasil – Tão importante quanto identificar o volume total de peixe retirado do mar é saber a quantidade de cada espécie...

- Entidades E Cientistas Pedem Proteção Para 475 Espécies Aquáticas Ameaçadas Que Podem Desaparecer
Manifesto defende lista de espécies aquáticas ameaçadas, publicada em Portaria do MMA que acabou suspensa por decisão judicialManifesto assinado por mais de 100 redes de organizações, entidades e especialistas em recursos marinhos e de água doce...

- Sc : Pesca Da Tainha Com Rede De Cerco
Chegou ao fim o impasse entre o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e pescadores sobre o uso da rede de cerco para a captura de tainhas em Santa Catarina. Às 20h30min desta sexta-feira, o Ministério da Pesca...



Universo Energético








.