Apesar de parecer pouco, alta representa o fim de uma tendência de queda nos últimos anos, assim como aponta para o crescimento do uso do carvão.
graficoemissoes Emissões do setor de energia dos EUA sobem 2% em 2013
Os diplomatas norte-americanos têm apresentado nas negociações climáticas internacionais que as emissões de gases do efeito estufa dos Estados Unidos têm caído ano após ano, com isso querendo dizer que o país está fazendo sua parte para lidar com as mudanças climáticas. Porém, esse argumento não se repetirá na conferência do clima de 2014 (COP 20).
De acordo com informações da Administração de Informação de Energia (AIE) dos Estados Unidos, divulgadas nesta segunda-feira (13), as emissões do setor de energia, que respondem por 84% das emissões do país, subiram 2% no ano passado.
No total, o setor emitiu 5,38 bilhões de toneladas de carbono equivalente em 2013, contra os 5,27 bilhões liberados em 2012.
A alta acontece depois de dois anos seguidos de redução, sendo que entre 2005 e 2012 as emissões caíram 12%.
Segundo a AIE, a retomada do uso do carvão para a geração de energia, o aumento nos preços do gás natural (incluindo do gás de xisto) e o aquecimento da economia justificam o crescimento das emissões.
O uso do carvão atingiu seu ápice em outubro, quando respondeu por 39% da eletricidade gerada nos EUA, enquanto o gás atendeu a 28% da demanda.
Apesar da alta nas emissões, a AIE destaca que o governo Obama segue dentro de sua meta de reduzi-las em 17% até 2020, com relação ao nível de 2005.
Além disso, a entidade projeta que, para 2014 e 2015, a liberação de gases do efeito estufa do setor energético permanecerá no nível atual.
Uma das razões para essa estimativa são as novas normas para regulamentar as emissões de usinas geradoras de energia, que devem ser apresentadas pela Agência de Proteção Ambiental (EPA) em breve.
A AIE apresentou ainda uma avaliação dos últimos anos, apontando o porquê da queda nas emissões:
- Fraco crescimento econômico, freando a demanda energética;
- Melhora da eficiência energética em todos os setores da economia, incluindo construção e transporte;
- Aumento nos preços da energia nos últimos quatro anos, com exceção da geração por gás natural;
- Descoberta e exploração de reservas abundantes e baratas de gás natural, popularizando ainda mais essa fonte;
- A descarbonização do setor de energia desde 2010, com o gás natural e as fontes renováveis substituindo o carvão.
* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.
(CarbonoBrasil)