Mercúrio
Para resistir ao calor e frio extremos – de noite, acredite, faz uma friaca de rachar nesse planetinha – o nosso mercuriano teria de se esconder nas crateras dos pólos. O problema é que, sem poder aproveitar a luz solar e com uma atmosfera muito rarefeita para respirar, ele teria pouquíssima energia a seu dispor. Por isso, seria um organismo pequeno e simples, provavelmente um ser unicelular, feito de moléculas formadas de silício – substância muito comum na areia que cobre o solo do planeta.
Vênus
Nesse planeta, a temperatura média é de 480 graus Celsius. Por isso, o venusiano seria uma espécie de tatu que passaria a maior parte do tempo enterrado para se proteger do calor. Como a água só poderia ser obtida no subsolo, ele precisaria de garras para cavar e para se prender às rochas e não ser levado pelos ventos fortes que sopram por lá. As células desse bicho seriam construídas com nutrientes retirados do solo. Devido à grande concentração de enxofre, o ET federia como um ovo podre.
Marte
Para resistir à temperatura média de 60 graus negativos, o marciano teria escamas protetoras. Em suas veias correria álcool, que congela a uma temperatura mais baixa que a água. Para completar, uma membrana protegeria seus olhos das tempestades de areia. Como em Marte há gás carbônico na atmosfera e água no subsolo, o planeta poderia sustentar plantas. E o bicho seria herbívoro. Por fim, suas longas pernas o ajudariam a saltar – um meio eficiente de se locomover na baixa gravidade.
Saturno
A temperatura média de 180 graus negativos e os ventos inclementes assolam esse planeta. Imaginamos dois saturnianos: um grupo viveria nos pólos, onde os ventos são mais brandos. Suas grandes asas funcionariam como velas para propulsão e captadores de energia solar. O outro viveria no equador, onde há mais energia – e muito vento. As asas seriam menores. Sem a superfície necessária para captar energia, eles precisariam da ajuda de bactérias para fazer as reações químicas e obter energia.
Júpiter
Para poder voar, seu corpo teria a forma de medusa e seria oco. Os ventos entrariam pela abertura da parte inferior e inflariam o “balão”. Os imensos poros funcionariam como bocas por onde o jupiteriano absorveria os gases nutritivos da atmosfera, que seriam então distribuídos pelo organismo por meio de uma rede de canais. Para controlar a velocidade, ele contrairia o corpo como um fole. O movimento espremeria os canais internos, que devolveriam gases tóxicos ao ambiente.
Urano
Como há pouca energia, só organismos simples, como fungos, sobreviveriam. Esse planeta gira com os pólos voltados para o Sol. E a cada 80 anos, essas regiões mergulham em um inverno escuro por 20 anos. Os uranianos teriam de aproveitar os ventos para se mudar dos pólos para o equador e vice-versa, atrás do sol. Os ETs absorveriam moléculas orgânicas da atmosfera pela pele porosa. A luz provocaria reações que transformariam essas moléculas em outras, gerando calor.
Netuno
A quase 5 bilhões de quilômetros do Sol, pouquíssima energia chega até ali. Os netunianos poderiam ser fungos semelhantes aos de Urano. Devido ao frio, de até 150 graus negativos, protegeriam as células com uma substância anticongelante. Sacudidos pelos ventos, soltariam esporos (células reprodutoras) que se espalhariam em todas as direções. Germinariam nas camadas mais densas das nuvens, nutridos pelo material orgânico que há ali. Pelas hastes ocas, o ET absorveria nutrientes.
Plutão
A temperatura de 200 graus negativos não oferece nenhum atrativo para a vida. Mas e estas estruturas cristalinas? Talvez sejam vírus congelados. O astrônomo Fred Hoyle acha que o núcleo dos cometas é carregado desses microorganismos. Como Plutão tem tudo para ser um cometa adormecido, poderia haver uma colônia por lá. Essa criatura não come, não respira nem produz nada. É só um código genético dentro de uma proteína, esperando uma célula para invadir e se replicar