(da Redação da ANDA)
Foto: Flickr/vindfeld
Um zoológico dinamarquês está planejando dissecar publicamente uma leoa que foi morta por ter sido considerada “excedente” – um ano após outro zoológico da Dinamarca ter recebido massivos protestos por ter matado uma girafa jovem e saudável, em seguida dissecando-a e dando a sua carne para os leões na frente de crianças.
O Odense Zoo, que está localizado no centro da Dinamarca e a 170 km de distância de Copenhagen, diz que a jovem fêmea de leão foi induzida a morte há nove meses atrás, pois já havia muitos felinos no zoológico. O animal, cujo corpo está sendo mantido em um refrigerador desde então, deverá ser dissecado na próxima quinta-feira, que será feriado escolar. As informações são do NY Post e do The Dodo.
Michael Wallberg Soerensen, mantenedor do zoológico, diz que o mesmo realiza dissecações públicas há vinte anos. Ele afirma que não é algo com o objetivo de entretenimento, mas sim educacional.
“Nós não cortamos os animais para diversão. Acreditamos no compartilhamento de conhecimento”, disse ele, acrescentando que o propósito da dissecação pública é dar às pessoas uma experiência “mais próxima dos animais”.
“É importante não dar aos animais atributos humanos que eles não têm”, acrescentou.
Segundo o site do zoológico, durante a dissecação haverá explicações enquanto o animal for cortado, e o coração, pulmões e outras partes do corpo serão exibidas. O zoológico, após esta apresentação, fará uma dissecação de ratos.
O evento está atraindo diversos protestos, mas tem sido bem recebido na maior parte da Dinamarca, ao contrário de planos similares do Zoológico de Copenhagen em Fevereiro de 2014, que enfrentou protestos internacionais após uma girafa saudável chamada Marius, que foi morta aos dois anos de idade também por ter sido considerada excedente. Ela foi dissecada diante de uma multidão, que incluía crianças, e então sua carne foi dada como comida para os leões.
O zoológico de Copenhagen não só ignorou completamente as manifestações contrárias por ter matado a girafa, como também, um mês depois, matou uma família inteira de leões – dois adultos e dois filhotes – de modo a poder receber um “simpático” novo leão macho.
Muitos dinamarqueses postaram comentários positivos na página do Odense Zoo no Facebook, com alguns concordando com a presença de crianças na dissecação – uma prática comum no país e frequentemente assistida por crianças em idade escolar. O Odense Zoo faz isso “uma ou duas vezes por ano”, sem restrição de idade para os espectadores, e promove o evento em seu programa semanal.
Filhote de leão reproduzido em zoológico da Eslováquia. Foto: Ringier Axel Springer / Barcroft
Leões em cativeiro são considerados jovens adultos quando estão com a idade entre oito e nove meses. Wallberg Soerensen argumentou que o animal foi morto para evitar a endogamia.
Logo após a leoa ter nascido, em Outubro de 2014, Wallberg Soerensen começou a procurar por outro zoológico na Europa para onde ela pudesse ser enviada. Ele disse que o zoológico decidiu matá-la por não ter encontrado outra morada para ela.
O anúncio do zoológico ressaltou diferenças culturais entre europeus e americanos quanto a animais em zoológicos.
Tais mortes desnecessárias parecem particularmente insensíveis à luz de uma preocupação pública crescente quanto à caça de leões. Mas, apesar do fim terrível dessa leoa estar sendo público, infelizmente não é uma exceção.
De acordo com uma estimativa de 2014, só na Europa, os zoológicos matam entre 3.000 e 5.000 animais saudáveis por ano. As justificativas para a matança são variadas, e incluem doenças, idade avançada, falta de espaço ou questões ligadas à preservação. Os gerentes dos zoológicos dizem que o seu trabalho é “preservar espécies, não indivíduos”.
Nos Estados Unidos, os zoológicos tentam evitar a prática de matar animais que não possam hospedar impedindo que eles nasçam, através do uso de contraceptivos. Porém, tal método tem sido criticado por perturbar o comportamento natural dos animais.
“Americanos são muito conservadores e ficam facilmente indignados, enquanto dinamarqueses têm a mente mais aberta”, disse S. M. Rowland, um americano de 45 anos de idade que vive em Copenhagen.
Um usuário do Facebook postou na página do Odense Zoo a mensagem: “o mundo NÃO é um filme cor de rosa da Disney”, apoiando a decisão do zoológico.
Não importa a forma como se mata ou se evita a morte dos animais em zoológicos. A manutenção de animais em zoológicos é um equívoco em si, indefensável.
Nota da Redação: É absolutamente lamentável que, além de serem confinados em zoológicos, separados de suas famílias e vivendo vidas perturbadas, longe de seu habitat e contra a sua natureza, esses animais são mortos deliberadamente e têm um fim indigno, como esta leoa que, provavelmente, já nasceu condenada a perder tão cedo a sua vida, que não teve nenhum valor diante dos olhos humanos.
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