(da Redação da ANDA)
A girafa Marius (Foto: Keld Navntoft/Scanpix Denmark/Reuters)
Administradores do Zoológico de Copenhague, na Dinamarca, ficaram surpresos com a comoção internacional causada desde o último domingo (09), quando eles esquartejaram um filhote de girafa em frente a uma plateia com crianças e usaram o cadáver para alimentar leões, leopardos e tigres. Marius, de um ano e meio, tinha perfeita saúde, mas foi morto porque seus genes eram parecidos com os de outras girafas do zoológico, o que poderia aumentar a incidência de doenças genéticas em seus descendentes. As informações são do site da Veja.
Uma petição online com mais de 30 mil assinaturas pedia que o zoológico não matasse o animal. Manifestantes de direitos animais acusaram o parque de barbárie e falta de ética. Nos últimos dias, a página do zoológico no Facebook tem sido palco de um acalorado debate entre milhares de pessoas de vários países contrárias à medida, e uma minoria favorável.
A necropsia foi feita na frente dos visitantes do zoológico (Foto: Keld Navntoft/Scanpix Denmark/Reuters)
Assassinar animais saudáveis é comum nos zoológicos europeus. Quando os genes de um animal não são considerados bons para o cruzamento, a prática é matá-los, como no caso de Marius. O diretor científico do Zoológico de Copenhague, Bengt Holst, afirmou que o parque mata de vinte a trinta animais por ano para garantir uma população geneticamente saudável.
A decisão foi apoiada pela Associação Europeia de Zoológicos e Aquários (Eaza), que congrega 345 instituições em 41 países. Seu site informa: “A Eaza apoia plenamente a decisão do zoológico de humanamente sacrificar o animal e acredita na necessidade de gerenciar genética e demograficamente a população de animais em cativeiro”.
Em entrevista à rede americana CNN, Bengt Holst disse entender a consternação pública. “Isso acontece por uma causa assustadora: as pessoas se distanciaram tanto da natureza que acreditam que ela é uma Disneylândia, onde tudo é muito legal e os animais só nascem, nunca morrem”. Como se um zoológico fosse muito próximo do que é a verdadeira natureza.
(Foto: Keld Navntoft/Scanpix Denmark/Reuters)
Ele explicou por que a necropsia foi feita aos olhos do público: “Como o animal é grande, a necropsia precisou ser realizada ao ar livre. Decidimos convidar os visitantes para eles poderem ver quão fantástica é uma girafa por dentro. Os veterinários não apenas dissecaram o animal, mas explicaram as maravilhas das girafas. Essa é a proposta o zoológico: educar”.
Quando perguntado sobre quantas crianças caíram no choro diante do exame cadavérico, Holst respondeu: nenhuma. “As pessoas podiam escolher se queriam ver ou não. As crianças fizeram muitas perguntas e tiveram boas respostas. Elas voltaram para casa com mais informações sobre girafas do que tinham antes de sair.”
Nota da Redação: Animais são considerados objetos para zoológicos do mundo inteiro. São utilizados enquanto dão lucro e depois, descartados como lixo. Uma mercantilização cruel aprisiona estes seres em nome do entretenimento humano sob a falsa justificativa de preservar e educar. Os zoológicos, na verdade, prestam um desserviço em relação à educação ao mostrar animais presos e infelizes, cercados de visitantes curiosos, como se fosse correto fazer deles prisioneiros em troca de “diversão”. No caso de Marius, o zoológico promoveu a dessensibilização das crianças presentes no local que aprenderam que não há problema algum em um ser humano matar um animal e algumas delas vão crescer acreditando que são superiores aos animais e que os mesmos estão aqui para servi-las. Como alternativa, elas poderiam ter visitado santuários abertos às ações educativas e ouvido sobre as histórias dos que ali vivem, e aprenderem que esses animais eram vítimas da exploração de lugares como zoológicos e circos. Isso ensinaria às pessoas que todos os habitantes do planeta são iguais, independente da espécie, e merecem o mesmo respeito e dignidade. O diretor do zoológico encara o assassinato de um animal com muita naturalidade, e isso acontece porque, neste tipo de estabelecimento, infelizmente, o sofrimento e a morte fazem parte do negócio e são vistos como algo banal e cotidiano.
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