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Uma abordagem “sistemática e abrangente” é necessária para entender o impacto do comportamento humano na saúde pública do mundo, de acordo com um novo relatório. Escrito pelo consórcio Heal (Health & Ecosystems Analysis of Linkages – Análises de Vínculos entre Saúde e Ecossistemas), o estudo destaca vários exemplos do impacto na saúde humana da degradação ambiental, incluindo doenças, mortes e até a redução do QI na infância.
Por exemplo, o relatório cita que a fumaça de incêndios usados para remover florestas tropicais na Indonésia tem sido ligada a um aumento em doenças cardiopulmonares em Singapura. Outros exemplos incluem a destruição de sistemas de barreiras litorâneas como recifes de corais e zonas úmidas, que atualmente protegem cerca de um terço da humanidade (os que vivem a até 100 km do oceano) da elevação do nível do mar.
Enquanto isso, à medida que a biodiversidade e os habitats naturais diminuem, o acesso local à carne também cai. A falta de proteína aumenta as chances de anemia por deficiência de ferro, uma condição que pode dificultar o potencial de aprendizagem das crianças, assim como sua capacidade física.
O coautor do relatório, Samuel Myers, disse ao mongabay.com que “mais do que qualquer outra coisa, o objetivo desse trabalho é que a maioria dessas relações continua pouco caracterizada, e nos preocupamos tanto com as surpresas, como o valor nutricional dos alimentos cair com o aumento do CO2, como com as relações que já entendemos”.
O relatório também analisa que populações são mais propensas a serem afetadas. Myers, do Departamento de Saúde Pública da Universidade de Harvard, explicou o que ele descreve como uma “dimensão da justiça ambiental”.
“Os impactos tanto das mudanças climáticas quanto de outros tipos de alterações ambientais provavelmente serão vivenciados desproporcionalmente pelos pobres e pelas futuras gerações, considerando que muitos dos benefícios associados a essas transformações se revertem aos mais ricos e às populações atuais”, observou ele.
Outro objetivo do relatório é estimular um sistema no qual legisladores tenham acesso a melhores informações para aprovarem leis significativas, citando exemplos como os Atos do Ar Limpo e da Água Limpa (duas legislações dos EUA que visam melhorar a saúde pública). Myers espera fornecer dados que possam ajudar os políticos a entender as consequências dos danos ecológicos, assim como capacitar os que trabalham por um ambiente mais saudável.
“Quando essas relações são mais bem entendidas e quantificadas, será possível para os legisladores antecipar as implicações para a saúde pública das decisões que estão tomando”, afirmou ele.
* Traduzido por Jéssica Lipinski.** Publicado originalmente no site Mongabay e retirado do site CarbonoBrasil. (CarbonoBrasil)
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