No sopé do Himalaia, elefantes, rinocerontes e tigres se movimentam nas florestas verdes. Proteger e monitorar esses animais e a saúde das florestas tropicais pelo mundo é um desafio significativo, que muitas vezes exige grandes quantidades de tempo, dinheiro e riscos. Felizmente, uma nova ferramenta acessível está surgindo na esfera da conservação: veículos aéreos autônomos, ou drones.
Lian Pin Koh é diretor fundador da organização sem fins lucrativos ConservationDrones.org, que possibilita o uso de drones para a conservação em trópicos em desenvolvimento. Em vários países, governos e organizações estão usando esses drones para observar florestas, proteger contra a caça e exploração de madeira ilegais e reunir dados científicos.
“O fato é”, disse Koh em uma palestra no TED em 2013, “que um drone de conservação não custa muito mais do que um bom laptop ou um par de binóculos decentes”.
Koh é professor associado da Universidade de Adelaide, é autor de muitas publicações científicas proeminentes e recebeu numerosas homenagens e prêmios profissionais, incluindo uma cadeira na Fundação Nacional Suíça para Pesquisa Científica e uma nomeação de Jovem Líder Global pelo Fórum Econômico Mundial.
Entrevista com Dr. Lian Pin KohMongabay.com: Qual é a sua formação?Lian Pin Koh: Sou ecologista de conservação. Recebi meu doutorado do departamento de ecologia e biologia evolutiva da Universidade de Princeton.
Mongabay.com: Há quanto tempo você trabalha na conservação de florestas tropicais e em quais geografias? Qual é o foco do seu trabalho?Lian Pin Koh: Tenho trabalhado na pesquisa e conservação de florestas tropicais nos últimos dez anos. Muito da minha pesquisa tem se focado no Sudeste da Ásia, mas se estendendo à África subsaariana e América Latina. Tenho interesse em desenvolver novas pesquisas e ferramentas para ajudar a reconciliar o desenvolvimento econômico e a proteção ambiental nos trópicos. Uma área específica do foco da minha pesquisa tem sido entender os impactos ambientais e sociais da expansão do óleo de palma no Sudeste da Ásia.
Mongabay.com: O que você vê como a próxima grande ideia ou inovação emergente na conservação das florestas tropicais? E por quê?Lian Pin Koh: Acredito que a inovação emergente na conservação florestal é o uso de tecnologia de outros campos, tais como veículos aéreos não tripulados, a incorporação de redes de sensores na floresta etc.
Mongabay.com: Você tem exemplos específicos dessas inovações em ação?Lian Pin Koh: Um exemplo do uso de veículos aéreos não tripulados são os drones de conservação atualmente em testes preliminares de voos em todo o mundo, facilitados pela ConservationDrones.org. Os drones de conservação estão sendo testados nos Parques Nacionais de Bardia e Chitwan como uma ferramenta para detectar possíveis caçadores invadindo florestas protegidas. Esses drones também foram introduzidos na Reserva de Tigres de Panna, na Índia, não apenas como possível tecnologia anti-caça furtiva, mas também para monitorar populações de tigres.
Mongabay.com: Quais são os obstáculos/desafios para espalhar essa ideia?Lian Pin Koh: O principal desafio para espalhar o uso dessa tecnologia é mudar a percepção negativa do público dos drones. A menção dos drones evoca imagens de espionagem ou drones de combate usados pelos militares de algumas nações. O fato é que drones de conservação são uma tecnologia muito diferente baseada principalmente em aeronaves modelo equipadas com um sistema de piloto automático e câmeras para proporcionar aos trabalhadores de conservação uma visão do céu. Uma das principais missões da ConservationDrones.org é aumentar a consciência sobre a utilidade dessa tecnologia para a conservação, e ajudar o público a entender que drones civis podem ser usados para o bem.
Mongabay.com: Você está envolvido pessoalmente em algum projeto ou pesquisa que represente uma inovação emergente na conservação de florestas tropicais?Lian Pin Koh: Sou co-fundador da ConservationDrones.org, que é uma organização sem fins lucrativos que busca introduzir a tecnologia de veículos aéreos não tripulados de baixo custo para trabalhadores de conservação nos trópicos. Nos últimos dois anos, temos trabalhado em estreita colaboração com parceiros de muitas partes do mundo, incluindo o WWF Nepal, o Instituto de Vida Selvagem da Índia, o WCS Belize, o Programa de Conservação dos Orangotangos da Sumatra e o Instituto Jane Goodall para trazer essa tecnologia a campo.
* Traduzido por Jéssica Lipinski.** Publicado originalemente no site Mongabay e retirado do site CarbonoBrasil. (CarbonoBrasil)
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