Difícil de descrever e fácil de lembrar, o “cheiro de chuva” faz parte da história de muita gente – e, acredite se quiser, é estudado por cientistas há pelo menos 49 anos.
Em 1964, depois de ler na revista Nature um artigo sobre o tema, uma dupla de pesquisadores da Austrália resolveu analisar a origem do “cheiro da chuva”, e chegou até mesmo a criar um termo específico para ele: petricor (algo como “fluido eterno de pedra” em grego – logo vocês vão saber o porquê do nome).
Para o espanto de muitos, os autores concluíram que o “cheiro da chuva” vem, na verdade, da terra. Um de seus ingredientes é um óleo secretado por certos tipos de planta durante períodos secos (essa substância diminui a germinação de sementes, uma possível estratégia das plantas para eliminar “competição” durante escassez de água).
Quando passa muito tempo sem chover em uma região, esses óleos se acumulam no solo, e são liberados quando a chuva o atinge – é por isso que o cheiro é mais forte no primeiro dia de chuva depois de um período de seca.
Outro ingrediente é a geosmina (nome que pode ser traduzido do grego como “perfume da terra”), uma substância química produzida por bactérias chamadas actinomicetos. Ao produzir esporos, os actinomicetos liberam geosmina, que é lançada no ar quando chove.
Existe, ainda, um terceiro ingrediente, que normalmente aparece durante tempestades: ozônio, produzido (nesse caso) em uma série de reações iniciada por fortes descargas elétricas na atmosfera. O cheiro é parecido com o de cloro, e às vezes é possível senti-lo antes de a tempestade chegar na sua região porque o ozônio é facilmente deslocado.
Por fim, temos a acidez da chuva, consequência de produtos químicos na atmosfera – especialmente forte em centros urbanos. A chuva cai, entra em contato com poluentes, atinge o solo e pode provocar reações químicas, o que resulta em um “cheiro de chuva” menos agradável que o normal.
Fonte: HypeScience / Smithsonian / HowStuffWorks / Brown University.
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