Conversando com O Comandante Ashtar Sheran - No Ashan do Mestre
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Conversando com O Comandante Ashtar Sheran - No Ashan do Mestre


Como se estivesse olhando para dentro de mim, tomei consciência de uma cena, como se fosse num teatro onde eu era a observadora.

O local era bastante espaçoso, bem ornamentado em estilo indiano, suntuoso e aconchegante. Parecia tratar-se de um ambiente iniciático.

Tendo uma arquitetura circular, possuía em suas paredes internas, vários formatos de portais, estando cada um deles encoberto por uma cortina leve, mas que não deixava visível o que continha, cada um, no seu interior.

Observei bem que eram estes portais, em cores diferentes, numa composição de tons vivos mas muito suaves, dando a idéia de agradável frescor e elegância.

Não era possível identificar se aquelas cenas eram passadas durante o dia ou à noite, pois o ambiente era iluminado por candelabros mantidos estrategicamente em vários lugares, iluminando com uma claridade agradável sem ferir a vista, como é natural nesses ambientes. Os mesmos possuem iluminação indireta.

O chão era coberto por um tapete tipo persa e do teto, desde o centro, desciam diáfanas cortinas formando um conjunto de enorme beleza.

Ao parar de observar o ambiente, percebi que estava olhando tudo do alto e do meu lado estava o Mestre Sathya Sai Baba, do qual escutava nitidamente a voz, como se estivesse dentro do meu ouvido, no entanto não o via pessoalmente.

Ele me explicava que aquela era uma iniciação e que eu deveria procurar entendê-la.

Consegui detectar no salão uma mulher que aparentava uns 35 anos. Era típica indiana, com pele morena, vestindo um sari de tecido fino em nuances de vermelho, amarelo e laranja. Aquela vestimenta envolvia o seu corpo. A roupa era completamente repicada de pequenas pedras que cintilavam nas luzes, e deixava visível um ombro enquanto o outro braço tinha uma manga que o cobria por inteiro até o pulso.

A roupa ia até os seus pés descalços. Os cabelos negros como ébano, estavam presos com uma fita e se estendiam até a cintura. No meio da testa, no lugar do terceiro olho, tinha uma pequena jóia dourada em forma de folha.

Naquele momento, ela entoava um mantra e movimentava-se suavemente elevando os braços.

De um dos portais, aquele que tinha a cor azul claro e escuro misturados, surgiu um homem. Ele era de pele clara, tinha cabelos quase dourados e os olhos de um azul profundo. Um sorriso doce dirigiu àquela mulher linda e harmoniosa, assim que a viu. Ele também fazia movimentos suaves com o corpo, acompanhando o que ela fazia.

Observei que ele vestia uma túnica azul escuro e cheia de pequenas estrelas douradas se destacando na sua pele clara. Lembrava-me o mago Merlim, sendo bem mais jovem.

Nesse momento, ouvi o Mestre no meu ouvido dizer: Ele é o instrutor e mentor dela. Vai levá-la a vivenciar o sentido de unidade e totalidade.

Em seguida o homem saiu da sala. A mulher modificou o seu canto iniciático e postou-se de joelhos, e de cabeça baixa.

Observei que o homem entrou novamente na sala, agora com uma túnica toda branca cheia de estrelas prateadas, demonstrando todo o esplendor daquela cerimônia.

Na minha concepção crítica pensava, para que toda aquela troca de roupas ao que o Mestre, ao meu ouvido, falou: As mudanças de trajes, significam o que o ser interno vivencia ao entrar em níveis profundos do seu esclarecimento. No azul, a razão sobrepuja a emoção; no branco contendo todas as cores, a totalidade é absorvida”. Eu entendia, ao mesmo tempo que ficava envergonhada com o meu julgamento precipitado e materialista. Ainda tinha muito o que aprender! Pensei.

Alargando a visão, observei que no salão havia mais pessoas. Divisei um homem de barbas longas e brancas e uma mulher não muito jovem, com a cabeça completamente raspada, me lembrando uma monja. Ambos vestiam túnicas de cor âmbar / bege e também tinham os pés descalços. Do pescoço dos dois pendia um medalhão preso numa corrente, com uma insígnia representando o símbolo do yang e do yin, os quais me chamaram a atenção pela luz que os mesmos emitiam.

A mulher de cabeça raspada, dirigiu-se a mim, no meu posto de observação e me falou: “Os tempos são eternos nessa dimensão. O ontem, o hoje e o amanhã são etapas que podem ser observadas como lembretes que deverão ser revistos na vida atual do discípulo. O reconhecimento dessas fases e estados, leva a uma ascensão a espaços sublimizados de consciência. Fique certa de que você está em todos e todos estão em você!”

Subitamente chegou até mim a certeza de que todas aquelas cenas eram faces da mesma moeda e que aquelas mulheres e homens faziam parte da minha história que é a história comum de todos os seres viventes.

Todas as cenas desapareceram como por encanto. Vi-me caminhando por um deserto de areias em pleno sol causticante. Tudo que via e o que minha vista alcançava era um mar de areias. Continuei caminhando até avistar um local onde poderia me abrigar. Estava sozinha! Aquele oásis me acolheu. Bebi água de uma fonte que encontrei logo à frente e me deitei exaurida à sombra de uma palmeira. Adormeci.

Quando acordei, estava consciente na minha cama e com a certeza de que o ser em sua totalidade é eterno e consagrado ao altar de sua própria divindade.


Contatos com o Comando - Por Socorro Viana






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