25/11/2009
O fenômeno do crescimento doentio
Existe na linguagem coloquial, o jargão: uma empresa tem que se tornar saudável encolhendo. Um procedimento deste tipo é necessário quando se viveu anos a fio acima das próprias condições e se formou uma montanha de dívidas, que agora devem ser liquidadas.
O que vale para empresas deveria valer também para a economia pública. Nos EUA e na Grã-Bretanha, ambas as economias que estão bastante endividadas, Heli-Bernanke inventou algo novo, uma medicação aparentemente revolucionária: aumento do montante da dívida ao custo dos cidadãos para sanear a dívida dos banqueiros. O lema desta ditadura capitalista de bonificação é crescimento a todo custo.
Caso não soubéssemos que cada dólar de crescimento no produto interno bruto nos EUA cria 4 dólares em novas dívidas, nós deveríamos sucumbir intelectualmente a esta loucura de crescimento. Porém, o que acontece quando, contrariando todo bom senso, novas dívidas forem contraídas? Neste caso, nós podemos afirmar com toda segurança que isso representa o contrário de sarar encolhendo, ou seja, é um crescimento doentio.
Formação de metástase
O que cresce fortemente, em especial quando um sistema está acometido de câncer, são as metástases. Hoje em dia o câncer é representado pelo banco central norte-americano e as metástases são as diversas bolhas em todos os tipos de aplicação: derivativos, ações, imóveis e matéria-prima.
Ainda seis meses atrás, as bolsas norte-americanas estavam em coma, antes que fossem ressuscitadas através de imensos aportes de liquidez. Porém, esta liquidez não foi criada pela economia, ou seja, não se trata de uma liquidez saudável, mas sim de uma liquidez doentia, também conhecida por dívidas. Se a metástase sempre aumenta e vai invadir todo corpo econômico, como acontece hoje, então aparece uma hiper-bolha, cujo estouro não será evitado através de outras dívidas, e o resultado será a morte do paciente. Isso é denominado colapso do sistema.
O câncer do endividamento
As bolhas que aparecem repetidamente, combatidas sempre tardiamente pelo banco central, são metástases de nosso atual sistema de juros compostos. Um sistema que está sujeito ao crescimento forçado, forma continuamente pequenas úlceras.
Por isso é imperativo o Rompimento com a escravidão dos juros – NR.
Com isso tornam-se sempre pior as chances de cura da economia a cada nova bolha. Hoje parece não estar ninguém preparado a admitir que o foco do tumor está nos atuais bancos centrais e em nosso sistema monetário e que a terapia consiste em eliminá-los. O sistema de juros compostos forma a base para o crescimento invasivo do câncer do endividamento, ou seja, infecciona em curto prazo todos os setores do sistema financeiro.
Os bancos centrais mostram – seja onde for que apareçam – um comportamento invasivo. O próprio sistema imunológico da economia, do mercado, são colocados fora de ação através de Bailouts, manipulação das cotações e programas conjunturais. Ao invés de se lançar mão de terapia e combate às causas, somente os sintomas são tratados, todavia, isso não leva à cura, mas sim leva só ao adiamento do dia do acerto de contas. Crescimento doentio ao invés de encolhimento saudável leva sempre a mais metástase, que desacelera o surgimento de novas idéias e inovações, porém não as impede.
Falências a milissegundos
Quanto mais durar a manutenção artificial de um sistema terminal e enquanto ele for mantido drogado em um estado de transe através do dólar, mais brutal será a trilha da mudança. A partir de um certo ponto, o tumor e a metástase serão tão grande, que a economia entrará totalmente em colapso.
Este fenômeno – denominado crash – poderia a qualquer momento entrar em cena como no famoso crash de Wall Street em 1987. Uma queda brutal foi rotulado por mim como falências em milissegundos. Quanto mais o tumor cancerígeno se alastra no banco central, acumula-se ainda mais poder como aconteceu recentemente e aparecem mais metástases nos Assets, mais provável será o Realtime-Crash que pode se alastrar dentro de milissegundos por todo o globo.
O resultado é um pânico mundial de proporções aterrorizantes, que através de um desemprego em massa tem potencial para varrer de cena os diversos sistemas políticos nas próximas eleições, se é que elas ainda existirão. Nós vivemos numa fase de transição para um novo Ciclo de Kondratieff.
Como tais transições não são indolores e sempre são acompanhadas de fortes turbulências, devemos nos preparar par aos próximos meses e anos à forte volatilidade nos mercados financeiros. Bem vindos ao real-time World!
Artur P. Schmidt www.mmnews.de, 13/09/2009.
Nós ouvimos de quase todos os “especialistas” que aparecem nas telas do sião-eletrônico, as mensagens de otimismo diante da aparente melhora da economia brasileira. O que eles omitem é que esta aparente prosperidade está baseada em mais endividamento da população. Está sendo formada uma bolha imobiliária sem precedentes na economia brasileira. Com os aumentos das taxas públicas e do custo de vida impostos goela abaixo, a renda da família brasileira vem sendo arrochada ao longo dos anos e assistimos a concentração das riquezas nas mãos de uma minoria eleita. Através do sistema dos juros sobre juros, também chamado de juros compostos, o sistema financeiro ilude a população ao determinar prestações que “cabem no bolso do consumidor”. Este filme já foi reprisado várias vezes. Atualmente ele está em cartaz na Europa e nos EUA – NR.