É inconcebível a hipótese de extinguir a Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul – FZB/RS -, possibilidade divulgada pela mídia gaúcha na última semana, junto com a extinção ou privatização de outras fundações, autarquias e empresas de economia mista, com o objetivo de cortar gastos do governo do estado. | |
Por Arlete Pasqualetto | |
Em tempos em que se reivindica mundialmente mais cuidados com o meio ambiente, em que a natureza responde com secas e enchentes às agressões que lhe são impostas pela ganância do ser humano, não se pode cogitar a extinção da Fundação que se dedica ao conhecimento dos ecossistemas do Estado, subsidiando as políticas públicas de preservação e conservação da biodiversidade sul-riograndense, já tão ameaçada. A FZB/RS, que é constituída de três órgãos executivos, o Museu de Ciências Naturais e o Jardim Botânico, em Porto Alegre, e o Parque Zoológico, em Sapucaia do Sul, é responsável pelo desenvolvimento de pesquisas científicas, estudos, projetos e atividades de educação ambiental que contribuem com a conservação da biodiversidade do território gaúcho. O Museu de Ciências Naturais é Fiel Depositário de Componentes do Patrimônio Genético, uma das poucas instituições no Brasil credenciadas pelo Conselho do Patrimônio Genético do Ministério do Meio Ambiente. Mantém cerca de 400.000 registros de plantas e animais tombados em suas coleções científicas, base de conhecimento da biodiversidade gaúcha. Através de convênios com a grande maioria das universidades gaúchas e do sul do Brasil, proporciona formação especializada a bolsistas e estagiários. O Jardim Botânico, em seus 39 hectares, abriga coleções vivas representativas dos ecossistemas do estado, conservação de espécies endêmicas do RS e ameaçadas de extinção. Destacam-se, além das coleções especiais, o arboreto, o banco de sementes e o viveiro de mudas comercializáveis, com ênfase em espécies nativas do estado. O Botânico recebe, anualmente, milhares de visitantes e desenvolve um conjunto de atividades de Educação Ambiental direcionado ao público em geral, oferecendo visitas orientadas, principalmente ao público estudantil. O Parque Zoológico mantém uma coleção de animais vivos, representantes da fauna nativa e exótica, que compõem um plantel de aproximadamente 1500 animais, de mais de 180 espécies, oriundos, em grande parte, de apreensões e retenções. Desenvolve atividades e pesquisas de manejo e conservação da fauna, contribuindo para a manutenção da biodiversidade. Recebe um público visitante de cerca de 500.000 pessoas por ano e promove programas de educação ambiental, visando informar, orientar, conscientizar e educar a comunidade quanto à preservação e proteção do meio ambiente. Depois de um grande esforço no sentido de recuperar os órgãos que compõem a FZB/RS com a realização de concurso público, a aprovação do Plano de Empregos, Funções e Salários e recuperação física dos espaços, a Instituição está em plenas condições de desempenhar seu papel em prol da comunidade gaúcha. Arlete Pasqualetto é ex-presidente da Fundação Zoobotânica Publicado originalmente no www.sul21.com.br | |