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Na última quarta-feira, tripulações da Sea Shepherd defenderam corajosamente um grupo de baleias-piloto que estavam sendo conduzidas para o vergonhoso massacre nas ilhas Faroé (Atlântico Norte), conhecido como “grindadráp”. As informações são da própria ONG.
O pequeno barco da organização, que vinha patrulhando a área no momento em que começou a caçada, chegou ao local enquanto o grupo de baleias era conduzido para a praia de Sandavágur, na ilha de Vágar.
A embarcação da Sea Shepherd interrompeu a caça, manobrando entre a frota de barcos que haviam cercado os animais.
Apesar de estar em drástica desvantagem em relação aos barcos dos caçadores, o barco da Sea Shepherd conseguiu redirecionar o grupo, causando grande confusão para a caça.
Na hora da matança, na costa da praia, cinco voluntários da Sea Shepherd saíram correndo em direção à água, a fim de posicionar-se entre as baleias e os caçadores que as aguardavam. Todos os cinco foram abordados pela polícia e arrastados de volta para a areia, onde foram algemados e forçados a se sentar de frente para a carnificina que se desdobrava.
Os cinco voluntários foram presos e forçados a se sentar em frente ao massacre. Foto: Marianna Baldo
Relatos iniciais divulgados através da mídia local indicaram que o grupo de baleias que seriam caçadas era composto por 200 animais. No entanto, quando o grupo foi conduzido à praia, foram contadas apenas 61 baleias-piloto. Não se sabe se algumas baleias escaparam, ou se os números iniciais foram superestimados.
Todas as 61 baleias-piloto foram então arrastadas para a praia e, finalmente, mortas. A Sea Shepherd estima que o massacre, a partir do momento em que o grupo foi cercado até a última morte ter sido concluída, levou cerca de duas horas.
Todos os cinco ativistas da tripulação da Sea Shepherd foram presos. Rudy de Kieviet, dos Países Baixos, Lawrie Thomson, do Reino Unido, Tobias Boehm, da Alemanha, Alice Bodin, da Itália, e Frances Holtman, dos Estados Unidos, tiveram seus passaportes confiscados e terão que permanecer nas ilhas Faroé até novo aviso.
Um representante legal foi chamado para agir em nome de todos os detidos.
A indústria do turismo das Ilhas Faroé está diretamente ligada à recente matança em Sandavágur. Amídia local do arquipélago relatou que o grupo de baleias foi visto pela primeira vez por um helicóptero da Atlantic Airways – um serviço que transporta turistas entre as ilhas.
A localização dos animais foi então relatada às autoridades, que deram permissão para que a caça prosseguisse. Rosie Kunneke, líder de equipe da Sea Shepherd, declarou: “Esta não é a primeira vez que o turismo das Ilhas Faroé tem sido usado como uma arma para ajudar na matança de baleias-piloto. Balsas que viajam entre as ilhas, e que são frequentadas por turistas, são usadas como plataformas para detectar e relatar avistamentos de baleias. E, conforme já citado anteriormente, qualquer pessoa – incluindo qualquer turista – que não relatar avistamentos de baleias está em violação da Lei Baleeira das Ilhas Faroé e pode ser punido nos termos da lei. Os turistas que viajam para a região precisam ser alertados sobre esses riscos”.
O massacre desta semana em Sandavágur é o quinto do ano nas Ilhas Faroé. Um total de 490 baleias-piloto foram mortas no arquipélago desde junho.Em 23 de julho, mais de 250 baleias-piloto foram mortas nas praias de Bour e Tórshavn em dois “grindadráps” separados. Igualmente, cinco voluntários da Sea Shepherd foram presos naquele dia por terem atuado em defesa das baleias. Dos cinco, quatro são cidadãos da União Europeia.
Foi apresentado um pedido para que os cinco fossem deportados, e este encontra-se atualmente em análise.
Imagens de vídeo da matança dos animais e das prisões em 23 de Julho atraíram a atenção mundial, e acenderam um alerta sobre o apoio contínuo que a Dinamarca fornece para proteger esta prática nas Ilhas Faroé.
Até agora, neste ano, um total de 12 voluntários da Sea Shepherd foram presos no arquipélago. Em 20 de julho, outros dois voluntários da Sea Shepherd foram presos em uma tentativa de “grindadráp” próxima a Klaksvík. Ambos os voluntários ainda estão aguardando seu dia no tribunal.
A Sea Shepherd tem liderado a oposição à “grindadráp” desde os anos 80. A Operação “Sleppid Grindini” é a sexta campanha da organização em defesa de baleias-piloto nas Ilhas Faroé.