(da Redação da ANDA)
Foto: Reprodução Internet
A matança anual de mamíferos marinhos nas Ilhas Faroé está em andamento, apesar de redução da demanda por carne de baleia e uma onda de protestos pedindo para a prática ser interrompida, como a operação Grindstop, liderada pela ONG Sea Sheperd. Conforme noticiado ontem pela ANDA, a organização teve 14 ativistas presos quando entraram na água para defender baleias-piloto. Mas parece que logo a Ilha terá de cancelar a controversa “tradição” já que empresas turísticas estão repensando a venda de viagens ao local, se os assassinatos continuarem. As informações são do The Dodo.
A empresa alemã Hapag Lloyd, que opera cruzeiros de luxo que atracam nas Ilhas Faroé, divulgou uma carta aberta ao primeiro-ministro do país, Kaj Leo Johannesen, pedindo um fim à caça a baleias. ”Hapag-Lloyd Cruises faz campanha por um contato respeitoso com a flora, fauna, o oceano e seu sistema ecológico com todos os seus animais. Temos o objetivo de preservar esses ecossistemas sensíveis em sua forma nativa”, escreveu o executivo-chefe da empresa, Karl J Pojer. ”Nós protegemos o que nos fascina – é por isso que a nossa empresa e os nossos clientes têm um forte desejo de parar a caça às baleias nas Ilhas Faroé e criar um diálogo com você.”
Embora ser descartado por apenas uma empresa de cruzeiros seria o suficiente para prejudicar a economia do país, Hapag-Lloyd não está sozinho nessa decisão. No ano passado, uma outra linha de cruzeiro, AIDA, enviou uma carta semelhante ao primeiro-ministro Johannesen se expressando contra a prática.
O boicote de operadores turísticas pode ser a forma mais eficaz de acabar com a caça.
Jürgen Ortmüller, diretor do Fórum de Conservação de Baleias e Golfinhos (WDSF) concorda que a segmentação da indústria do turismo é a chave para parar a chacina – mas cartas, diz ele, apenas não são suficientes. Independentemente da sua posição pública contra a caça de baleias, nem AIDA ou Hapag-Lloyd Cruises pararam de levar turistas para as Ilhas Faroé. ”Nada muda”, disse Ortmüller. “Eles escreveram a carta no ano passado, e os habitantes da Ilha Faroé já mataram mais de mil golfinhos. Isso não mudou nada. Esse é o problema.”
Ortmüller diz que ao menos que as empresas de cruzeiros tirem o local de seus itinerários, nada vai mudar. ”O próximo passo é fazer um boicote. É importante para se comunicar, mas as cartas não mudam nada. “
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