A nova entidade terá como grande objetivo acelerar o intercâmbio de tecnologias de baixo carbono que podem ajudar os países em desenvolvimento a lidar com as mudanças climáticas. Em um exemplo de como a transferência de tecnologias pode trazer benefícios para a saúde pública, assim como contribuir para a redução de emissões de gases do efeito estufa, lâmpadas de querosene estão sendo substituídas por alternativas solares em diversos países do continente africano com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).
Justamente para multiplicar este tipo de iniciativa foi que os representantes dos países reunidos em Nairóbi, no Quênia, para a 27ª sessão do Conselho Administrativo do Pnuma e do Fórum Global de Ministros do Meio Ambiente, decidiram pela criação do Centro e Rede de Tecnologias Climáticas (Climate Technology Centre and Network – CTCN).
A entidade promete ajudar na transferência de tecnologias de baixo carbono, como energias alternativas e métodos agrícolas mais eficientes e resistentes à variação climática. O CTCN será um consórcio de 12 entidades, entre elas a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), o Instituto Asiático de Tecnologia, a Fundação Bariloche e o Laboratório Nacional de Energias Renováveis dos Estados Unidos.
“Inovação é o motor do desenvolvimento e substituir as tecnologias atuais por alternativas mais limpas e de baixo carbono é uma parte vital para combater as causas e os efeitos das mudanças climáticas. Sob a liderança do Pnuma, o CTCN trabalhará para acelerar o uso de novas tecnologias, melhorando as vidas de milhões de pessoas em países em desenvolvimento que já estão sofrendo com os impactos das mudanças climáticas”, afirmou Achim Steiner, diretor executivo do Pnuma.
“As entidades parceiras nesse consórcio já estão engajadas em cerca de 1500 atividades relacionadas com tecnologias climáticas em mais de 150 países. Juntos, essa experiência e alcance global devem ajudar a aumentar as ações de mitigação e adaptação, assim como auxiliar na transição para uma economia de baixo carbono inclusiva”, completou.
Entre as tarefas do novo centro está reduzir os riscos e barreiras envolvidos na aquisição de novas tecnologias, assim como dar apoio para ações de adaptação e mitigação climática.
O CTCN estabelecerá uma plataforma de informação para o intercâmbio de conhecimentos. Dados, relatórios e outros recursos estarão disponíveis para os países em desenvolvimento.
O centro deverá ainda conduzir workshops regionais e nacionais, visando ao desenvolvimento de políticas e programas para atrair investimentos.
Além disso, autoridades governamentais poderão procurar o CTCN em busca de aconselhamento e de apoio técnico para conseguirem por em prática planos de redução de emissões de gases do efeito estufa.
A entidade será o braço de implementação do Mecanismo de Tecnologia da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), que foi criado na Conferência do Clima de Cancún em 2010.
“O mundo precisa urgentemente acelerar as ações climáticas em todos os três pilares de ação: internacional, nacional e empresarial. As novas tecnologias são essenciais para permitir que as nações em desenvolvimento possam perseguir o crescimento sustentável e expandir suas economias de uma maneira de baixo carbono e resiliente”, declarou Christiana Figueres, secretária-executiva da UNFCCC.
* Com informações do Pnuma.** Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.