Cientistas chegaram a essa conclusão ao analisarem rochas expostas pelo degelo e descobrirem que o glaciar, que está perdendo massa aceleradamente, já apresentou esse comportamento no período Holoceno, há cerca de oito mil anos.
Por Fernanda B. Müller
Geólogos do Reino Unido, Estados Unidos e Alemanha concluíram em um estudo publicado nesta semana na revista Science que o maior contribuinte individual para o aumento do nível do mar ao redor do globo, o glaciar de Pine Island, no oeste da Antártica, continuará a sofrer com o degelo nas próximas décadas.
Eles chegaram a essa conclusão ao analisarem rochas expostas pelo degelo e descobrirem que o glaciar, que está perdendo massa aceleradamente, já apresentou esse comportamento no período Holoceno, há cerca de oito mil anos.
Na época, a causa do degelo de cerca de um metro por ano (similar às taxas atuais), durando de décadas a séculos, provavelmente foi uma alteração climática natural que aqueceu o oceano, coloca o artigo.
“Os dados geológicos nos mostram melhor do que nunca a história do glaciar em maior detalhe. O fato de ter perdido massa tão rapidamente no passado demonstra o quão sensível é a mudanças ambientais”, comentou Joanne Johnson, do British Antarctic Survey (BAS).
O grupo afirma que a conclusão fornece um modelo importante para desvendar o comportamento do glaciar no futuro, e mostra o potencial de o atual degelo continuar por muitas décadas.
A causa do degelo atual também é atribuída pelos pesquisadores à influência do aquecimento do oceano. Após duas décadas de perdas aceleradas, as preocupações são crescentes sobre a quantidade de degelo no futuro.
“Nossas descobertas revelam que o glaciar de Pine Island já passou por uma redução rápida pelo menos uma vez no passado, e que, uma vez ativado, mudanças rápidas na cobertura de gelo dessa região podem persistir por séculos”, alerta.
Outro estudo publicado na Science mostra que, com base em dados de satélite, o glaciar de Pine Island perdeu 1,6 metro por ano entre 1992 e 1999. Cento e cinquenta quilômetros para o interior do glaciar sofreram impactos desse degelo.
Fonte: CarbonoBrasil / EcoAgência.