
| O FATO O mistério começou por volta das 14h30 do dia 9 de fevereiro sentido em várias cidades da região de Bauru, SP. Precedido por um grande estrondo parecido com um trovão de duração mais demorada, moradores da região relatam ter sentido as paredes e vidros vibrarem. O fato afetou várias cidades, como Lençóis Paulista, Agudos, Pederneiras e até mesmo Bauru, porém, onde a população mais percebeu o fenômeno foi no distrito de Borebi. Moradores do distrito, localizado 45 quilômetros distantes de Bauru, afirmam ter sentido o tremor por toda área urbana, principalmente, na região central. Antônio Marcos Leite, 40 anos, estava trabalhando no momento do barulho. “Ouvimos um estrondo grande. Eu achei que fosse um avião que tinha caído. Foi quando senti o tremor. Foi rápido, porém, deu para assustar”. fonte 
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 (JCNET) O caso do tremor precedido de um forte estrondo que atingiu Bauru e   região exatamente há uma semana continua intrigando a população. Entretanto,   a hipótese de que um meteorito pode ter sido o causador do fenômeno –   suspeita da maioria das pessoas - ganhou força. Segundo o astronauta   bauruense Marcos Pontes, há meteoritos que, devido à sua composição,   explodem antes de atingir o solo e deixam poucos vestígios. Caso bastante   semelhante ocorreu nos Estados Unidos, em abril no ano passado.
 
 Na ocasião, a Universidade de Wisconsin-Madison capturou, por meio de suas   câmeras, o momento em que o asteróide entrou na atmosfera terrestre e   explodiu, criando uma grande e ofuscante luz. O fato está registrado no site   da Agência Espacial Norte Americana (Nasa). Moradores de seis Estados   norte-americanos ligaram para a emergência relatando, além do brilho, um   forte estrondo e um “boom” sônico.
 
 Segundo os relatos, todas as partículas se desintegraram, porém, a energia   que se soltou com o estouro foi de aproximadamente 20 toneladas de   explosivos.
 
 O caso chama a atenção justamente pela semelhança entre os fatos e por   explicar a ausência de uma suposta cratera, o principal argumento utilizado   para apontar que o fenômeno ocorrido na semana passada na região não havia   sido causado por um meteorito.
 
 Durante a semana, várias pessoas disseram ter visualizado uma “bola de fogo”   no céu no momento do ocorrido. Todas dizem que houve um enorme clarão –   possível de ser percebido mesmo durante o dia -, algo que vai em   convergência com a descrição do acontecimento nos EUA.
 
 O astronauta Marcos Pontes afirma que a hipótese é bastante plausível. “Há   relatos de meteoritos que, por sua composição, quando entram em contato com   a pressão do ar e com o aquecimento, simplesmente explodem. E essa é uma   explosão que é ouvida e sentida, uma vez que provoca um forte deslocamento   do ar”, informa.
 
 Outro ponto que fortalece a hipótese é a proporção da vibração em relação à   altura. Segundo o astronauta, os efeitos desse tipo de explosão são sentidos   em locais mais altos. Em Bauru, o ponto que mais sentiu o tremor foi um   grande edifício localizado no Jardim Estoril. Em entrevistas com moradores   da zona rural de Borebi, muitos afirmaram que sentiram o impacto vindo de   cima para baixo.
 
 “Quem está no alto de um prédio, por exemplo, vai sentir mais do que quem   está no solo. E a teoria é mais provável por que, apesar de não se saber o   motivo, estamos tendo uma atividade muito grande de meteoros na Terra este   ano. Juntando os fatos, a hipótese ganha ainda mais força”, completa o   astronauta Marcos Pontes.
 
 Ausência de cratera
 Se a explosão tivesse ocorrido antes de chegar ao solo, conforme explicita a   possibilidade apontada pelo astronauta, o fato explicaria a ausência de uma   cratera. No último sábado, após receber e-mails de que o suposto meteorito   havia caído na zona rural de Borebi - uma das cidades que mais sentiram os   efeitos do estrondo -, a reportagem foi verificar. Em aproximadamente sete   horas de busca em uma área de aproximadamente 250 quilômetros, nada foi   encontrado.
 
 Ontem, o mesmo território, que é composto por áreas de mata fechada e muitos   canaviais, foi sobrevoado por cerca de duas horas. Novamente, toda a procura   foi em vão.
 
 Logo após o fato na semana passada, pessoas de diferentes localidades   disseram ter visto uma “bola de fogo” no céu. Os testemunhos vieram de   Borebi, Agudos, Bauru e até mesmo de Itápolis, município localizado a   aproximadamente 100 quilômetros de distância da região.
 
 “Muitas pessoas podem ver e não ter a dimensão do local exato em que   explodiu. É muito difícil saber isso. Se o astro realmente explodir no ar, o   que cairá ao solo são pequenas pedras. Isso demora mais para ser localizado.   Não é algo que abriria uma grande cratera. Será algo que a população irá   encontrando aos poucos”, confirma.
 
 O fenômeno misterioso ocorreu entre 14h30 e 15h30, há exatamente uma semana,   e foi sentido em várias cidades. Além de Bauru, cidades como Lençóis   Paulista, Pederneiras, Boracéia e, principalmente, Agudos e Borebi sentiram   o impacto, o barulho assustador e tremor.
 
 Asteróide ‘tirou tinta’ da Terra
 A idéia de que o tremor misterioso foi causado por um meteorito sempre foi a   “favorita” da população. A hipótese repercutiu ainda mais com a descoberta   de que, quatro dias antes do fenômeno na região de Bauru,  foi observado o   asteróide que mais passou próximo ao Planeta sem que houvesse uma   colisão direta.
 
 Entretanto, o professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências   Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP) Roberto Dias da Costa afirma   que é muito provável que os dois fatos sejam apenas uma coincidência,   justamente pela diferença de quatro dias entre eles.
 
 “Esses objetos possuem uma velocidade muito alta. Para haver essa diferença   de quatro dias, ele teria que percorrer uma distância imensa. Eu descarto   qualquer relação entres os dois fatos. Na verdade, acho muito difícil que   seja um meteorito, porém, não é algo impossível”, explica.
 
 Problema no aquífero é bem pouco provável
 Após várias hipóteses terem sido discutidas, uma outra teoria foi acenada   durante a semana. O tremor poderia ter ocorrido em função de poços antigos   perfurados na região e que, com a infiltração das águas entre blocos de   rocha abaixo da superfície, provocariam os deslizamento desses blocos. Com   isso, vários abalos seriam ocasionados.
 
 O fenômeno se tornou frequente no município paulista de Bebedouro desde 2004   e virou objeto de estudo dos especialistas. Entretanto, o professor do   departamento de Geofísica do IAG da USP Marcelo Assumpção descartou tal   hipótese.
 
 Segundo ele, tremores causados por poços são situações extremamente raras e   que, quando ocorrem, têm as mesmas características de terremotos naturais.   Assim, deveriam ter sido registrados por sismógrafos, o que não ocorreu.
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