(da Redação da ANDA)
Foto: Divulgação
Finalmente alguma justiça para os elefantes. Yang Feng Glan, também conhecida como “Ivory Queen” (“rainha do marfim”), foi presa na Tanzânia e acusada de contrabandear pelo menos 706 presas de elefante no valor aproximado de 2,5 milhões de dólares, da África Oriental para a China. As informações são da Care2.
A mulher de 66 anos de idade vinha gerenciando uma cadeia de abastecimento entre sindicatos africanos e compradores da China há no mínimo 14 anos. Ela foi monitorada durante o ano passado por uma unidade de investigações de crimes transnacionais da Tanzânia.
Segundo o The Guardian, a contrabandista deixou recentemente a Tanzânia e foi para Uganda, porém retornou. Ela estava sendo vigiada em 28 de Setembro, quando a unidade a abordou em Dar es Salaam, a maior cidade da Tanzânia. Após uma breve perseguição, ela foi presa sob custódia, quando acabou confessando muitos de seus crimes. Não teve direito a fiança e agora está enfrentando a pena máxima de 20 a 30 anos de prisão.
Sua prisão foi algo significativo, pois acredita-se que Glan seja a traficante de marfim mais atuante na Tanzânia que tenha sido capturada em um período de 10 anos. Muitos de seus fornecedores foram presos com ela.
Apesar de nada reparar a perda das vidas de todos aqueles belos animais que foram vítimas da indústria de Glan, pelo menos parece estar sendo feita justiça para eles.
Finalmente uma punição relevante
Como disse Andrea Costa, co-fundadora e porta-voz da Elephant Action League, “Na África, eles vivem prendendo ‘peixes pequenos’ aqui e acolá. Agora, finalmente pegaram um ‘peixe grande’ “. E ela continua: “São notícias que todos nós estávamos esperando, há anos. Até que enfim, uma traficante de alto perfil está presa. Esperamos que ela possa levar a outros grandes traficantes e funcionários públicos corruptos. Precisamos colocar um fim ao tempo dos intocáveis se quisermos salvar os elefantes”.
Yang Feng Glan é nativa de Beijing, mas vive na Tanzânia desde os anos 70, quando aprendeu o idioma e se tornou tradutora enquanto a China construía uma estrada de ferro no local. No decorrer dos anos, ela fez a sua fortuna a partir dos seus negócios ilegais: ela possui diversas propriedades, bem como muitos carros e o maior restaurante chinês na estação de Dar es Salaam. Supõe-se que seus contatos no restaurante e a sua posição como secretária geral do Conselho de Negócios entre a China e a África tenham capacitado-a a organizar o sua estrutura criminosa em torno do comércio clandestino de marfim.
As atividades atribuídas a Glan contribuíram para a Tanzânia perder mais de 70 por cento de seus elefantes na última década para a caça, de acordo com um relatório de Novembro de 2014 feito pela Agência de Investigação Governamental, uma organização sem fins lucrativos baseada em Londres. Um outro censo realizado pelo governo da Tanzânia, conduzido em Junho de 2015, revelou que a África Oriental perdeu 60 por cento dos elefantes nos últimos cinco anos. De 2009 a 2014, o número caiu de 109.051 para 43.330 indivíduos.
A China é o maior mercado do mundo para o marfim, onde o mesmo é valorizado tanto pelo seu uso ornamental como por suas supostas – e falsas – propriedades medicinais.
“A espécie dos elefantes está nas mãos do Presidente da China”, disse Costa. “Quando o Presidente decidir fechar o comércio legal de marfim e de elefantes na China, a caça a esses animais irá acabar”.
Acordo assinado entre Presidentes Obama e Xi Jinping
Um passo importante em direção a esse objetivo foi dado em Setembro deste ano, quando os Presidentes Barack Obama, dos Estados Unidos, e Xi Jinping, da China, assinaram a um acordo proibindo as vendas de marfim em seus países.
De acordo com um comunicado divulgado pela Casa Branca, ambos os países prometeram “decretar proibições quase completas sobre a importação e a exportação de marfim, incluindo restrições significativas às importações de troféus de caça, e dar passos significativos e oportunos para impedir o comércio doméstico de marfim”.
Esse acordo e a prisão de Yang Feng Glan são dois passos importantes na direção da eliminação da caça de elefantes por suas presas.
E não se trata apenas da China. Atualmente, os Estados Unidos ainda são um dos maiores mercados do mundo para o marfim. Se você concorda que isso precisa mudar, por favor assine a petiçãomanifestando essa demanda ao Presidente Obama.
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