Nesta quinta, incêndio já havia queimado mais de 1,4 mil hectares, segundo estimativa do ICMBio
28 de Março de 2013 • Foto: Fabio Dutra, LLPhoto Press / Futura Press
Causa profundo pesar ver que a Estação Ecológica (Esec) do Taim, na metade sul do RS, pegando fogo desde a terça-feira, 26/03, e somente o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) estar agindo, uma vez que a Esec é gerida por tal órgão. Estar agindo quer dizer, fazer algo de forma precária, já que há tempos as UCs não são prioridades para o poder público. Sendo assim, buscam aviões de combate ao incêndio, na Bahia. Será que no RS não haveria nenhum avião que pudesse ser “solidário”aos milhares de hectares de vegetação, aos milhares de animais protegidos por essa importante unidade de conservação para os banhados? Segundo as informações publicizadas neste sábado o chefe da Esec do Taim solicitou apoio do governo do Estado, que enviou um helicóptero para auxiliar no trabalho. Será que vamos ter que esperar mais solicitações do chefe da Esec ou uma força-tarefa conjunta já está sendo providenciada? Será que esse novo incêndio vai superar aquele de 2008, quando foram consumidos 4 mil hectares de vegetação da reserva, sem falar nos animais mortos? Já se vão cinco dias.
Imagem áerea mostra a extensão do incêndio na reserva ecológica
27 de Março de 2013 • Foto: Henrique Ilha/ICMBio / Divulgação
Aviões reforçam o combate ao fogo no Taim
A Estação Ecológica (Esec) do Taim, localizada no Rio Grande do Sul, gerida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), vai receber o reforço de dois aviões para ajudar no combate ao incêndio que atinge a unidade. As aeronaves foram deslocadas da Bahia e têm capacidade de dois mil litros, cada uma. Contratadas pelo ICMBio, elas devem chegar no final da tarde desta quinta (28).
O incêndio começou na terça-feira (26) e já atingiu uma área de pelo menos 1,400 hectares da unidade de conservação (UC). O fogo ocorre em um banhado. local é de difícil acesso. Duas aeronaves agrícolas, com capacidade de 600 litros cada, ajudam no combate às chamas. Uma base foi montada em uma fazenda para que os aviões possam ser abastecidos com água.
Segundo o chefe da Esec do Taim, Henrique Ilha, o incêndio agora está sendo combatido por terra e ar. Foi criada uma barreira de contenção na vegetação destinada a evitar a expansão do fogo para o banhado norte.
“Estamos combatendo o fogo por terra. São aproximadamente 50 pessoas da brigada de incêndio e apoio. O objetivo é conter as chamas e evitar que elas se espalhem para o lado norte do banhando da UC”, declarou o chefe.
A reserva
Criada em 1986, a Estação Ecológica do Taim ocupa áreas dos municípios de Santa Vitória do Palmar e Rio Grande (RS), entre a Lagoa Mirim e o Oceano Atlântico, próximo do Arroio Chuí, na fronteira do Uruguai. Um dos principais motivos para a criação da Esec foi o fato de ser local de passagem de várias espécies de animais migratórios, principalmente, aves vindas da Patagônia. Lá, elas descansam, fazem ninhos e se desenvolvem, antes de seguir viagem. Sem a UC esses animais correriam risco de extinção.
Na parte norte da estação, há uma pequena floresta, que constitui uma verdadeira preciosidade ecológica. As árvores dominantes são a figueira nativa (Ficus organensis) e a corticeira (Erythrina sp) das quais pendem barbas-de-velho que causam efeito decorativo. Nas árvores há também lindas orquídeas, sendo a principal a Cattleya intermedia.
No banhado, que constitui a maior parte da Esec, domina o junco (Sairpus ca/ifornicus). Estão presentes, também, plantas que boiam nas águas como o aguapé (Eichornia crasnpes), a Pistia stratiotes, a erva-de-santa-luzia, além de gramíneas diversas. Dentre estas foram assinaladas a Paspalum e a Spartina de porte elevado, que ocupam grandes áreas do banhado. Muitas delas oferecem refúgio para diversas espécies de aves e mamíferos.
A Estação Ecológica do Taim protege uma fauna variada como o jacaré-de-papo-amarelo (Caiman atirostris). A principal ave é o cisne-de-pescoço-preto (Cygnus melancoryphus), o único cisne verdadeiro do continente sul-americano e um dos mais bonitos do mundo, que é a grande estrela da avifauna do Taim.
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Fonte: ICMBIO / Terra
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