Rio recebe a quarta edição do Filmambiente – Festival Internacional do Audiovisual Ambiental
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Rio recebe a quarta edição do Filmambiente – Festival Internacional do Audiovisual Ambiental



Filmambiente – Festival Internacional do Audiovisual Ambiental

Com produções nacionais e internacionais que tratam de assuntos ligados à conscientização e análise crítica sobre o meio ambiente, será realizado, entre 4 e 10 de setembro, no Rio de Janeiro, a quarta edição do Filmambiente – Festival Internacional do Audiovisual Ambiental, que apresentará 62 filmes, selecionados nos mais importantes festivais de todo o mundo, como Tribeca, Berlim, Cannes, IDFA, além dos selecionados entre os mais de 400 inscritos – número que aumenta a cada edição do evento.
Este ano, o tema central do festival será “Porque o Futuro Chegou” e boa parte dos filmes apresenta pessoas que estão fazendo de tudo em seu poder para mudar as expectativas e criar um futuro melhor para todos e para o planeta.
A mostra competitiva terá oito documentários longa-metragem e 25 curtas a serem exibidos no Espaço Itaú de Cinema em Botafogo, que abrigará também a Mostra Suíça. No Instituto Moreira Salles acontecem as  mostras Senhores de seus Destinos, Cine’Eco 20 Anos e O Futuro Chegou.
No Museu do Meio Ambiente, no Jardim Botânico, os destaques serão o filme O Veneno está na Mesa 2 e uma seleção de curtas com presença de diretor para discussão. Os filmes vencedores da mostra competitiva, segundo o público e o júri, serão exibidos no Oi Futuro Ipanema – que participará do festival pela primeira vez.
Haverá ainda sessões especiais para alunos de escolas públicas e público da região nas Naves do Conhecimento em Madureira, Irajá, Vila Aliança e Penha, com filmes sobre qualidade de vida e alimentação. No total, o festival estará em quatro cinemas da Zona Sul e em outros quatro pontos na Zona Norte e periferia. Todas as exibições são gratuitas.
Os filmes da mostra competitiva concorrem aos prêmios de melhor longa-metragem documental e até duas menções especiais do júri de longa-metragem; melhor curta-metragem e até duas menções especiais do júri de curta-metragem e melhor filme do júri popular.
Comporão o júri da mostra competitiva o português Carlos Teófilo, diretor do festival Cine’Eco; o mexicano Gustavo Ballesté, diretor do festival Cinema Planeta; Christophe Vauthey, cineasta e cônsul da Suíça no Rio; a jornalista Sônia Bridi, e a atriz Tânia Alves.
Algumas atrações serão incorporadas às exibições, como o “Disco Xepa”, uma degustação que visa conscientizar sobre o desperdício alimentar, preparada com sobras do dia da CADEG, que acontecerá após a exibição de A origem do Slow Food; e a sessão de perguntas com o preparador físico Márcio Atala, apresentador do filme Naquela Época e Hoje, na competição de longa-metragem.
Será realizado também o painel de discussão Meio Ambiente: Evolução Temática e de Abordagem nos últimos 20 anos, no Oi Futuro Ipanema, com a presença do economista e ecologista Sergio Besserman, da jornalista e filmmaker Paula Saldanha, do diretor do festival Cine’Eco, Mario Branquinho, com mediação do jornalista e colunista de sustentabilidade Agostinho Vieira.
Para Suzana Amado, diretora e idealizadora do Filmambiente, sustentabilidade e meio ambiente representam o novo “político”. Por que, num mundo interdependente e global, as decisões que tomamos, ou que deixamos que tomem por nós; as ações que nos oferecem ou que não estão mais lá; o que consumimos e que outros estão impossibilitados de fazê-lo – tudo está ligado e tudo afeta a todos. “Tudo é política”, afirma.
O Filmambiente 2014 apresentará as seguintes mostras:
Documentário Longa-metragem em Competição: 8 filmes – Espaço Itaú de Cinema
Bidder 70 (2012, USA), de Beth e George Cage – Narra o ato extraordinário, engenhoso e eficaz do estudante de economia da Universidade de Utah, Tim Christopher, que comprou ilegamente, em um leilão em 2008, um grande terreno em estado selvagem para salvá-lo da exploração de petróleo programada por empresas presentes no evento. O ato exigiu prestação de contas do governo e da indústria e redefiniu o patriotismo em nosso tempo, acendendo um espírito de desobediência civil em nome da justiça climática. O diretor estará presente para conversar com a plateia após a exibição.
Bom dia, Taranto (2014, Itália), de Paolo Pisanelli – Uma viagem tensa e apaixonada por uma região onde nuvens de fumaça da fábrica ILVA envenenam o ar, a terra e a água. ILVA é a maior fábrica de aço da Europa, nos arredores dos subúrbios de Taranto. Uma rádio nômade e intermitente acompanha os rancores e os sonhos de seus habitantes, como num cine-digital, marcando o ritmo do filme, documentando acontecimentos surreais, barulhos alienantes, fumaça irrespirável e revelando a beleza da região.
Síndrome de Veneza (2013, Alemanha, Áustria, Itália), de Andreas Pichler – Veneza é puro romance, aquela cidade com a qual todos sonham e querem conhecer, mas está se tornando inabitável. O filme mostra o que sobrou da vida veneziana: uma subcultura de serviços turísticos, um porto para navios gigantescos e venezianos que se mudam para o continente para fugir dos preços absurdos de moradias. O diretor estará presente para conversar com a plateia após a exibição.
Urânio Drive-In (2013, USA), de Suzan Beraza – As propostas de trabalho feitas por uma usina de urânio trazem esperança para uma comunidade inteira do Colorado, pela primeira vez em décadas. Quando ambientalistas aparecem para parar a usina, seus defensores ficam furiosos. Uma importante questão se coloca, tornando a preservação da saúde e do meio ambiente locais, antagônica à geração de empregos.
Deserto Verde (2013, Argentina), de Ulises de la Orden – O uso de produtos químicos na produção agrícola tem uma história de mais de um século, sempre escondendo seus efeitos prejudiciais à saúde. Mas existem maneiras de criar riqueza, produzir alimentos e exportar para o mundo sem ser intoxicado. É preciso apenas conhecimento e informação para agir. German Cantore, montador do filme, virá ao Brasil para apresentá-lo.
A origem do Slow Food (2012, Itália), de Stefano Sardo – É um conto sobre um grupo de amigos do interior, uma história de brincadeiras e paixões políticas, de restaurantes e ritos camponeses redescobertos, de vinho e de viagens e apostas, umas ganhas e outras perdidas, mas todas com a mesma imutável ironia ranzinza. É a história de uma revolução; uma revolução lenta, que vem acontecendo ao longo de 25 anos e ainda não mostra sinais de parar. Seu líder é Carlo Petrini, mais conhecido como “Carlin”. Ele é o homem que inventou o Slow Food e Terra Madre. Sem nunca sair de sua terra natal, Bra, uma pequena cidade de 27 mil habitantes, ele criou um movimento que agora se estende por 150 países e transformou a gastronomia para sempre.
Virunga (2014, Reino Unido), de Orlando von Einsiedel – Nas profundezas de das florestas do leste do Congo fica o Pareque Nacional de Virunga, um dos lugares mais ricos em biodiversidade do mundo, que abriga os últimos gorilas da montanha. Neste ambiente selvagem, mas encantado, uma pequena equipe de guardas florestais protege esse patrimônio mundial da UNESCO. Em maio de 2012 um grupo rebelde declara guerra e um conflito ameaça a vida e a estabilidade de tudo o que trabalharam duro para proteger. O filme é a história verídica de um grupo de pessoas corajosas arriscando suas vidas para construir um futuro melhor em uma parte esquecida da África. Filme de abertura.
Naquela época e Hoje (2014, Brasil), de Luiz Adelmo Manzano – Estrelado por Márcio Atala, mostra que, em plena era da informação, a saúde das pessoas é preocupante, apesar das evoluções tecnológicas e científicas. ( O diretor apresentará o filme nas Naves do Conhecimento da Penha – dia 5 – e Irajá – dia 6 – e junto com Márcio Atalla estará presente na sessão do dia 8, no Espaço Itaú )
Além deles, virão também ao Brasil para apresentar seus filmes Alexandre Bouchet, diretor francês do filme BeloMonte: Amazônia sob tensão, e Pierre Monard, suíço, diretor da ficção Reciclando Lily.
Curta-metragem em Competição: 25 filmes – Espaço Itaú de Cinema
São 25 curtas, de 20 países tão diferentes quanto as temáticas e técnicas usadas para contar suas histórias. Recados passados em um minuto ou em 15, em uma animação, documentário ou ficção, todos são interessantes e eficientes. Turquia, India, Israel, Congo, Austrália, Chile, Tanzânia ou Geórgia usam a linguagem universal do cinema para comunicar seus anseios por um mundo melhor e mais justo.
Mostra Cine’Eco 20 anos: 6 filmes – Instituto Moreira Salles
Homenagem aos 20 anos ininterruptos em que se realiza na cidade de Seia, na Serra da estrela, em Portugal. Serão exibidos filmes já premiados no Festival.
Mostra de filmes suíços: 5 filmes – Espaço Itaú de Cinema
Os filmes mostram a diversidade da produção suíça, que tem dois curtas em competição. Desde a comédia de costumes Reciclando Lily, ao Vozes Proibidas, que retrata três mulheres que usam seus blogs na luta pela liberdade, aos esportistas de Steps e aos sem-terra de Caminhada de Milhões, vemos pessoas querendo construir um mundo melhor.
Mostra Senhores de seus Destinos: 6 filmes – Instituto Moreira Salles
A Fábula, Terra de Tigres e Deusas Árabes, LO, A Fonte, Lifers e Fabricando o Surf – cada um deles tenta nos dar a dimensão do que o ser humano é capaz de fazer pelo que acredita ser um mundo melhor.
Mostra o Futuro Chegou: 5 filmes – Instituto Moreira Salles e Espaço Itaú
O tempo para reflexão e tomada de decisões se encurtou. De fato, o futuro já está à nossa porta. Os filmes desta mostra refletem isto. O menino alemão de Ainda estaremos aqui quando vocês se forem disse exatamente isto em seu discurso na ONU. Na Amazônia, a barragem de Belo Monte, Amazônia sob Tensão levanta questões que necessitam ser atacadas já, e, por outro lado, DamNation mostra que, pelo menos na América do Norte, barragens representam o atraso e não o progresso. Os filmes  O Último Oceano e Última Chamada fazem refletir sobre o caminho a tomarmos para garantirmos que haverá vida saudável na Terra por muitos anos.
Mostra de filmes nacionais: 2 longas, um média e 4 curtas – Naves do Conhecimento de Madureira, Penha, Irajá e Vila Aliança.
No dia 9 de setembro, será realizada às 18h30 a exibição do filme Se eu Tivesse uma Vaca, seguida do painel Meio Ambiente: Evolução temática e de abordagem nos últimos 20 anos, no Oi Futuro Ipanema, com a presença de Sergio Besserman, Paula Saldanha, Mario Branquinho, e com mediação do jornalista Agostinho Vieira.
Sob o ensejo da homenagem aos 20 anos de realização do festival português Cine’Eco, haverá uma mesa redonda para discutir e entender a evolução dos assuntos ambientais. O que mudou nestes 20 anos? O que deixou de ser preocupação – se é que algum assunto nesta área já não preocupa, por ter encontrado uma solução ou bom encaminhamento – e o que começou a ser avaliado, desvendando, denunciado?
De que forma a abordagem às questões ambientais – no que tange a formatos, técnicas e gêneros de filmes e vídeos – evoluiu ou sofreu alteração neste período ?
O 4º Filmambiente tem o patrocínio da OI e do Governo do Rio de Janeiro, da Secretaria de Estado de Cultura e da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro, e o apoio cultural do Oi Futuro, do Consulado Suíço, do Instituto Italiano de Cultura, da RNP (Rede Nacional de Ensino e Pesquisa – que disponibilizou o portal, para o evento receber filmes em HD) e da EBC/ TVBrasil.
Colaboração de Gabriela Machado André, para o EcoDebate, 25/08/2014





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