Universo Energético
Retirada da capa protetora de um dos reatores de Fukushima é adiada devido a risco de contaminação
Usina de Fukushima, após o desastre nuclear – Em 11 de março de 2011, o mundo soube da tragédia de Fukushima: um fortíssimo terremoto e um tsunami de grandes proporções, a que se seguiu a explosão de uma usina nuclear com todas as consequências de um acidente nuclear: a difusão de radioatividade, que permanecerá ativa durante anos, ameaçando muitas gerações. Foto: DW
A Central Nuclear de Fukushima adiou por um ano a retirada da capa protetora de um dos reatores danificados devido ao risco de contaminação radioativa, o que poderá atrasar o processo de desmantelamento da central, informa hoje (16) a imprensa do Japão.
Trata-se do reator número 1 da central, um dos que sofreu explosão de hidrogênio após o terremoto, seguido de tsunami, de 11 de março de 2011, e cujo edifício foi totalmente protegido com uma cobertura especial para evitar que o alto índice de resíduos radioativos liberados devido ao acidente se estenda ao exterior.
“A Tokyo Electric Power Company (Tepco) anunciou inicialmente que os trabalhos para retirar a capa começariam em julho último, mas decidiu protelá-los depois de, no mesmo mês, ter sido detectada a presença de poeira radioativa em arrozais próximos à Central de Fukushima Daiichi”, informou a televisão estatal NHK.
A Tepco planeja agora iniciar os preparativos para a retirada da cobertura ainda neste mês. Eles consistem em pulverizar os resíduos radioativos do interior do edifício com produtos fixadores para evitar que se espalhem no ar.
A companhia procederá posteriormente à retirada da capa protetora, a partir de julho de 2015, um processo que vai durar pelo menos 12 meses e poderá atrasar também a data para o início da extração de combustível radioativo fundido do núcleo do reator, fixada para outubro de 2016, segundo o diário Yomiuri.
Estima-se que o processo de desmantelamento da central dure entre 30 e 40 anos.
O acidente na Central de Fukushima, o pior desde o de Chernobil (Ucrânia) em 1986, provocou emissões radioativas que ainda mantêm longe de suas casas cerca de 50 mil pessoas que viviam perto da central. O acidente afetou gravemente a agricultura, pecuária e pesca.
Da Agência Lusa / ABr.
Publicado no Portal EcoDebate, 17/10/2014
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