Coleta seletiva em Natal. Foto: WWF Brasil/Eduardo Aigner
Pesquisa de opinião foi apresentada pelo Programa Água Brasil no I Seminário Brasileiro de Gestão de Resíduos ontem, dia 26.Em Natal, 86% dos moradores sabem o que é coleta seletiva. Mas apenas 46% das residências são atendidas pelo serviço. 94% dos natalenses que não têm acesso ao serviço disseram estar dispostos a separar o lixo, caso venham a ter coleta seletiva. Porém, 48% dos entrevistados não sabem o destino do lixo não reciclável produzido em suas casas e, como no restante do Brasil, o conhecimento de legislação sobre o tema e especificamente sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) ainda é muito baixo.
Em 2012, o Instituto Ibope, a pedido do Programa Água Brasil, ouviu 406 moradores de Natal, com mais de 16 anos, das classes A/B (33%), C (53%) e D/E (14%), para compreender os hábitos de consumo e descarte de resíduos na cidade. Os dados foram apresentados na terça-feira, dia 26, pelo Programa Água Brasil no I Seminário Brasileiro de Gestão de Resíduos, que está sendo realizado ao longo desta semana na Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
A pesquisa faz parte do estudo nacional Consumo Sustentável realizado em outras quatro cidades: Caxias do Sul (RS), Rio Branco (AC), Pirenópolis (GO) e Belo Horizonte (MG). Foram ouvidos 2002 brasileiros. O Programa Água Brasil, uma parceria do WWF, Banco do Brasil, Fundação Banco do Brasil e Agência Nacional de Águas, atua nas cinco cidades junto às prefeituras e associações de catadores na implementação da agenda da PNRS.
“Na pesquisa, Natal se destacou como uma praça onde a população concede um peso um pouco maior a questões sustentáveis e sociais. As campanhas de conscientização de consumo parecem eficazes quando feitas massificadas, como é o caso das sacolinhas plásticas e dos copos descartáveis, em menor escala. O conhecimento sobre coleta seletiva é alto, apesar de nem todos serem atendidos”, destaca Natalia Gurgel, analista do Instituto Ibope.
ConsumoDentre os produtos consumidos com maior frequência, estão produtos de limpeza perfumados (97%), amaciante de roupas (81%) e água engarrafada (76%).
Em relação à posse de bens duráveis, 100% dos entrevistados possuem fogão, 99% geladeira e 98% televisor.
Descarte dos resíduosEm Natal, 48% da população não sabe o destino do seu lixo. Papel (96%), plástico (98%), vidros (82%) e metais (85%) são os materiais mais conhecidos como sendo recicláveis. Conhecimento sobre coleta seletiva é alto: 86% dos moradores entrevistados sabem o que é o serviço. Mas apenas 46% das residências dos entrevistados são atendidas. Os materiais são recolhidos, em sua grande maioria, por catadores (39%) e cooperativas (37%).
Chama atenção a falta de conhecimento para compostagem de resíduos: 81% dos entrevistados nunca ouviu falar do assunto. Em contrapartida, 47% acreditam que mais educação sobre o lixo irá ajudar a melhorar a questão na cidade.
Consciência sobre o tema e disposição para mudarQuestões ambientais ainda têm uma percepção de importância muito abaixo de outras questões sociais, mas o acúmulo de lixo aparece como um problema em Natal para 18% dos entrevistados.
Dentre os principais problemas causados pelo lixo, 52% citaram transmissão de doenças e 44% a contaminação do solo.
Apenas 19% já ouviram falar em alguma legislação sobre lixo. 16% dos entrevistados disseram ter ouvido sobre a PNRS. Logística reversa é o tema mais conhecido da política: 31%.
A cobrança pela taxa de lixo não é bem aceita em Natal: 69% declararam ser contra. Apenas 28% concordam com a cobrança da taxa.
Relação com catadoresOs catadores de materiais recicláveis são personagens conhecidos dos natalenses, 93% reconhecem os trabalhadores, 84% consideram que eles prestam um serviço importante à comunidade.
“Como em todo o Brasil, em Natal há muitas oportunidades para evoluirmos na gestão de resíduos, em especial no que diz respeito à educação ambiental da população. Vale destacar que Natal tem se posicionado na vanguarda ao promover a participação das cooperativas de catadores de materiais recicláveis na coleta seletiva”, afirma Gustavo Lemos, líder do eixo Cidades Sustentáveis do Programa Água Brasil, pelo WWF-Brasil.
* Publicado originalmente no site WWF Brasil. (WWF Brasil)
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