midia indoor ciencia e saude saude doenca ar pulmao respiracao poluicao poluido efeito estufa aquecimento global mudanca climatica industria chamine fumaca sujo meio ambiente 1269614728218 102 300x225 Reduzir poluentes climáticos de curta duração pode não ser tão eficaz para controlar aquecimento global
Foto: Shutterstock
O Laboratório Nacional do Noroeste do Pacífico (PNNL) do Departamento de Energia dos Estados Unidos apresentou no último mês uma pesquisa que revela que controlar as emissões de fuligem, metano e outros poluentes climáticos de curta duração pode não ter um efeito tão benéfico para o clima quanto o previsto anteriormente.
Segundo a análise, diminuir a emissão desses componentes resultaria numa redução de temperatura de em média 0,16ºC até 2050, muito menos do que os 0,5ºC estimados em estudos anteriores.
Para chegar a esse resultado, os cientistas, liderados por Steve Smith, pesquisador climático do PNNL, usaram um modelo de computador para avaliar o impacto da redução da fuligem e das emissões de metano no clima da Terra.
A análise levou em consideração futuras mudanças na tecnologia, sociedade e economia, como a energia e o uso da terra, incorporando também os gases do efeito estufa e poluentes que resultam dessas atividades.
A pesquisa sugere, por exemplo, que os países em desenvolvimento devem abandonar naturalmente tecnologias altamente poluentes, tais como fornos a lenha, à medida que suas economias se desenvolvem.
Levando em conta essas informações, os estudiosos criaram uma série de 1400 panoramas com diferentes reduções dos aerossóis, e a diminuição das temperaturas nesses cenários variou entre 0,04ºC a 0,35ºC até 2050.
A partir daí, o estudo comparou esses resultados das diferentes reduções nos aerossóis com o que aconteceria se uma política climática abrangente fosse implementada. Tal panorama inclui a diminuição drástica de todas as emissões de gases do efeito estufa, e não apenas a limitação do dióxido de carbono. O resultado indica que, com essa política climática, a redução nas temperaturas seria em média de 0,27ºC até 2050, e a diminuição seria ainda maior até 2100.
“Cortar apenas as emissões de fuligem e metano ajudará o clima, mas não tanto quanto se pensava anteriormente. Se queremos estabilizar o sistema climático, precisamos nos focar em gases do efeito estufa tais como o dióxido de carbono, o óxido nitroso e o metano. Concentrar-se só na fuligem e no metano não deve oferecer um grande atalho”, colocou Smith.
Ainda assim, os cientistas ressaltam que é extremamente importante reduzir as emissões desses aerossóis também por outros motivos, como a saúde, já que esses compostos são responsáveis pela morte prematura de dois milhões de pessoas por ano e pela perda de 300 milhões de toneladas de colheitas.
“Focar na fuligem e no metano pode valer a pena por razões de saúde, já que estudos anteriores identificaram benefícios de saúde substanciais a partir da redução dessas emissões. Nossos resultados não mudam essas descobertas anteriores de que a redução nas emissões de fuligem e metano teria efeitos benéficos para a saúde e a agricultura. Para estabilizar o clima global, entretanto, o foco precisa ser no dióxido de carbono e outros gases do efeito estufa”, observou Smith.
* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil. 
(CarbonoBrasil)