(da Redação da ANDA)
Foto: David Sheldrick Wildlife Trust
No dia 22 de setembro, foi comemorado o Dia Mundial do Rinoceronte, apesar da espécie há algum tempo não ter muitas alegrias a celebrar. Estima-se que tenham restado apenas 5.000 rinocerontes negros no mundo, um número ínfimo para um animal pré histórico que habitou o planeta em abundância por milhões de anos. Com a caça aos seus chifres ameaçando a espécie, para muitos rinocerontes o mundo deve parecer um lugar bastante assustador – ainda mais quando o indivíduo não pode enxergar, como Maxwell. As informações são do The Dodo.
Com 9 anos de idade atualmente, Maxwell é um morador permanente do Orfanato de Elefantes do Parque Nacional de Nairobi (Quênia), pois sua deficiência visual o deixa em severa desvantagem: ele não pode dimensionar seus oponentes, ou seja, é incapaz de se defender.
Resgatando Maxwell
Maxwell logo após o seu resgate, em 2007. Foto: David Sheldrick Wildlife Trust
A história de Maxwell começou em um dia de fevereiro do ano de 2007, quando cuidadores de elefantes ouviram o som de seu choro na floresta do Parque de Nairóbi. Filhotes de rinocerontes emitem uma mistura incomum de rangidos quando estão em situação de angústia – um som que não se poderia esperar de um paquiderme dessa natureza, mas esses ruídos agudos servem para alertar as suas mães de que eles precisam de ajuda. Correndo sozinho, e aparentemente cego, ele foi monitorado pelo resto daquele dia, e após não haver sinal de sua mãe, os cuidadores entraram em cena para resgatá-lo e evitar que ele fosse atacado por predadores durante a noite.
Apesar de estar com menos de um ano de idade na ocasião, e pesar entre 40 e 60 quilos, levar o animal para o santuário não foi uma tarefa fácil, tendo sido necessária a ajuda de dez cuidadores para inicialmente contê-lo e levá-lo ao seu novo lar, carregando-o em uma lona.
Maxwell, já adulto, sendo alimentado com vegetais frescos no santuário. Foto: David Sheldrick Wildlife Trust
Na natureza, filhotes de rinocerontes são completamente dependentes de suas mães para sobreviver até os três anos de idade, o que significa que cuidar de Maxwell envolveu um cuidado intensivo “24/7″. Durante os primeiros dois anos, os cuidadores fizeram o papel de “mães” e tentaram atender às suas necessidades físicas e psicológicas, provendo assistência o tempo todo, assim como tranquilidade e contato físico.
Esse time de cuidadores deixava as suas roupas no estábulo à noite para proporcionar um aroma familiar e confortante para que Maxwell não se sentisse sozinho, e amamentaram-no com mamadeira durante horas comum leite fortificado, para que ele pudesse crescer forte e saudável.
A deficiência visual de Maxwell
Após a primeira cirurgia. Foto: David Sheldrick Wildlife Trust
Avaliações iniciais dos olhos de Maxwell indicaram que ele tinha catarata, e após o seu resgate, esperava-se que parte da sua visão fosse restabelecida. Infelizmente, depois de uma série de cirurgias, tornou-se evidente que Max estava permanentemente cego com catarata bilateral, e múltiplas complicações que pareciam vir de um problema congênito e degenerativo.
Como a habilidade de visão é crucial para assegurar aos rinocerontes a auto defesa contra seus oponentes em batalhas físicas por território, Maxwell não foi capaz de voltar à natureza, e ficou sob cuidado permanente no berçário do Parque Nacional.
Foto: David Sheldrick Wildlife Trust
Hoje, ele é um rinoceronte adulto, pesando 1.500 quilos, e seu gabinete foi ampliado diversas vezes para que ele tivesse espaço adequado para se mover.
Mas, segundo a reportagem, apesar de seu tamanho, ele é extremamente sensível e afetuoso; desde pequeno, Maxwell adora receber carinhos na cabeça e na barriga. Nos dias quentes, ele toma banhos de lama, para proteger a sua pele de insetos e queimaduras solares.
Embora Maxwell não tenha podido retornar à natureza, os cuidadores trataram de integrá-lo a quaisquer outros animais órfãos que eles resgatam e cuidam antes de liberá-los. Solio, uma fêmea de rinoceronte negro que foi resgatada com apenas seis meses de idade em 2010, foi cuidada e fez a transição, e agora vive solta no Parque. Mas, para alegria de Maxwell, ela volta frequentemente para visitar o seu velho amigo, e os dois costumam ser vistos confabulando através do portão.
Foto: David Sheldrick Wildlife Trust
Apesar de nunca se ter sabido o que de fato aconteceu com a mãe de Maxwell, as taxas atuais de caça aos chifres desses animais significam que, infelizmente, muitos outros rinocerontes estão crescendo – ou morrendo – sem as suas mães ao lado. No ano passado, só na África do Sul, 1.215 rinocerontes foram mortos e, na semana passada, veterinários da ONG David Sheldrick Wildlife Trust (DSWT) trataram de um jovem órfão chamado Bahati, cuja mãe foi morta a tiros por caçadores. Tendo sobrevivido sem ela durante um ano, ele acabou morrendo por ferimentos causados por uma armadilha.
Foto: David Sheldrick Wildlife Trust
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