Vídeo mostra a vida em uma comunidade do Amazonas abastecida por energia solar.
“A melhor coisa de ter eletricidade, para mim, é a água gelada. Poder tomar um copo de água bem fresquinha no meio de um dia de trabalho duro na roça”, confidencia Isabel Teixeira Queiroz, 51 anos, uma das fundadoras da comunidade Sobrado, no Amazonas.
A “água gelada”, possível graças a instalação de um sistema isolado de energia solar na comunidade, em 2012, não passa de uma trivialidade na vida de quem mora nos grandes centros urbanos. Mas para os milhares de brasileiros que vivem em áreas remotas da Amazônia, é uma realidade longínqua.
A comunidade de Sobrado localiza-se em uma das 400 ilhas do Parque Nacional das Anavilhanas, um dos maiores arquipélagos fluviais do mundo. Para chegar até lá, as linhas de transmissão precisariam vencer rios caudalosos, matas fechadas e contar com eventos meteorológicos com grande potencial de destruição, como chuvas e tempestades elétricas. Tudo isso torna a rede convencional impraticável na região.
Em toda a Amazônia existem aproximadamente 2 mil famílias sem acesso a energia elétrica. Mas isso pode mudar, com iniciativas como a que está sendo aplicada em Sobrado, com miniusinas de geração fotovoltaica, que oferecem uma energia segura, constante e de baixo impacto ambiental e social.
“No ano passado não teve aula de noite, porque não tinha energia. Este ano os adultos começaram a estudar nesse horário e meu pai, que mal sabia escrever o próprio nome, já está aprendendo a ler”, conta Wemelly Barroso Souza, 13 anos. É pelos olhos e fala de Wemilly, uma jovem sonhadora e apaixonada por sua pequena ilha, que conhecemos a realidade de sua comunidade. Algo muito parecido com o que acontece com outros tantos ribeirinhos onde, graças a energia elétrica, a população tem agora acesso ao conhecimento.
Através da internet, do rádio e da televisão, a comunidade se mantém informada do que acontece no resto do mundo e ganha o direito de se sentir parte dele.
Veja o epsódio 4 da série Linhas:
* Publicado originalmente no site Greenpeace.
(Greenpeace)