Por Fátima ChuEcco (Da Redação da ANDA)
Foto: Divulgação
Para motivar as crianças a respeitarem os animais é preciso ter educadores nas escolas compromissados com essa postura. Já vieram à tona vários casos de professores maltratando e até matando cães e gatos que inocentemente procuraram abrigo em escolas. As crianças precisam ter exemplos de ética e deve haver um reforço de suas ações quando demonstram compaixão, solidariedade e respeito pelos animais.
Foi por isso que o Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal – FNPDA (com sede em São Paulo) decidiu criar o programa Educação Ambiental Humanitária em Bem-Estar Animal – EAHBEA. Trata-se de uma capacitação com duração de oito horas que já atingiu mais de 6 mil educadores do Ensino Infantil, Fundamental e Médio, a partir de convênio com as Secretarias Municipais de Educação de 53 municípios em 8 Estados: Amazonas, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
“A Secretaria convoca os educadores (professores, coordenadores pedagógicos e gestores) de suas escolas municipais. Algumas vezes comparecem também professores estaduais e até de escolas particulares”, explica Elizabeth MacGregor, diretora de Educação do FNPDA. “O cenário de maus-tratos e abandono de animais, baseado em atitudes culturalmente arraigadas e ultrapassadas, denota uma lacuna no nível de informação e educação das pessoas, e do próprio sistema escolar brasileiro, em relação ao atual conhecimento científico quanto à questão da senciência animal e, portanto, às suas necessidades espécie-específicas. O conhecimento desses significados pode ser uma base na construção de programas educativos na escola, que representa um espaço fundamental para fortalecer a consciência ambiental holística”, argumenta.
Elizabeth acredita que o programa desenvolvido pelo Fórum pode mudar o paradigma atual da percepção dos alunos sobre o impacto das ações humanas no meio ambiente e, consequentemente, sua responsabilidade nesse resultado. No conteúdo passado aos educadores estão: princípios da Educação Ambiental Humanitária em Bem-estar Animal, reconhecimento de que os animais são seres sencientes e têm necessidades específicas, reconhecimento de que os seres humanos interagem com outros animais e suas ações têm um profundo impacto nas vidas deles e no meio ambiente, desenvolvimento e multiplicação de atitudes de compaixão, respeito e responsabilidade.
O programa indica materiais didáticos e incentiva a inserção de temas na sala de aula de acordo com a faixa etária. Entre os DVDs oferecidos estão “Criando um Amigo”, “Animais: Seres Sencientes”, “Silvestre Não é Pet”, “Compartilhando o Mundo” e “Rodeio: De que lado você está?”. A capacitação e material didático são gratuitos. Para saber mais acesse o site.
Dica de leitura
O bicho-preguiça é encantador e a sua natural simpatia pode despertar nas crianças o desejo de preservar a natureza. O Livrinho da Preguiça, da zoóloga britânica Lucy Cooke (Editora Nossa Cultura), dá vontade de abraçar as páginas de tão cativantes que são as fotos de bebês preguiça e seus parentes adultos em situações e poses realmente surpreendentes. A linguagem é bastante apropriada para crianças e jovens Os animais foram fotografados por Lucy na sede da “Preguicity”, em Costa Rica – um santuário que oferece lar a mais de 150 preguiças, a maioria orfã.
Aliás, as mesmas “estrelas” do livro também fizeram parte de um documentário no Canal de TV Animal Planet com o título “Que fofura! Bebê Preguiça”. “Em Preguicity os dias correm beeem devagar. É a ilha dos sonhos de qualquer preguiça, onde todos os seus caprichos são atendidos. O livro apresenta um punhado de preguiças famosas no santuário. Temos muito que aprender com seu jeito suave de ser”, comenta a autora.
A narração é uma delícia até mesmo para adultos decifrando o comportamento pouco conhecido dessas espetaculares criaturas muito comuns também no Brasil mas que, lamentavelmente, devido à destruição de seu habitat natural, estão tentando encontrar novos locais para viver e sendo atropeladas nas estradas e capturadas ilegalmente nas cidades.
O livro reúne adoráveis histórias reais como a das preguiças Sol e Sammy, resgatadas de caçadores que queriam vendê-las como animais de estimação. Elas chegaram ao santuário com poucos dias de vida e, literalmente, nunca mais se largaram. Vivem abraçadas e às vezes de uma forma tão majestosamente encaixada que, conforme diz a autora, ficam parecendo um “bicho-preguiça de duas cabeças”. Um belo trabalho, repleto de informações, imagens maravilhosas e um texto bem-humorado que transformam esse livro num excelente instrumento para despertar o amor aos animais na infância.
Sol e Sammy. Foto: Divulgação
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