O inquérito sobre a queda de um eucalipto no Parque da Redenção, em Porto Alegre, que deixou um morto e três feridos em agosto, foi concluído sem nenhum indiciado. O documento foi remetido à Justiça na manhã desta terça-feira pelo titular da 10ª Delegacia de Polícia, delegado Abílio Pereira. Ele explica que a decisão se baseou em laudos técnicos que comprovaram que não havia como detectar previamente o apodrecimento interno da árvore de 25 metros. Segundo o delegado, a legislação estadual e o Código Florestal preveem a realização apenas de exames visuais das árvores, sem o uso de tecnologia. Dessa forma, não houve ação humana que contribuiu para o fato. Apesar da decisão, um dos feridos mantém a intenção de processar a Prefeitura da Capital. O estudante de Engenharia Mecânica Yuri Guisalberti, de 21 anos, ficou internado na UTI do Hospital Mãe de Deus por quase duas semanas após ser atingido na queda. Ele precisou remover o baço, o pâncreas e os rins foram afetados. O jovem fala que está conversando com advogados e espera que na próxima semana a ação já possa ser ajuizada. Conforme o estudante, a intenção é buscar o ressarcimento por danos morais e materiais. Ele lembrou da difícil recuperação após o trauma, que o levou a trancar a faculdade e parar de trabalhar. Além disso, destacou os gastos com o tratamento. Aparelho de ultrassonografia Após o ocorrido, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam) deu início aos estudos para contratação de uma empresa para fazer a análise interna das árvores localizadas em parques e praças da Capital. Conforme a assessoria de imprensa do órgão, até o final do ano as vistorias já estarão ocorrendo nos nove parques da cidade e nas praças de maior circulação de pessoas. Atualmente, o trabalho é feito apenas a olho nu, referente à parte exterior. Técnicos da Smam seguem elaborando um termo de referência que apontou a necessidade de um aparelho de ultrassonografia para avaliar os caules das árvores. Empresas da área foram contatadas e estão encaminhando propostas à Secretaria. Após análise do órgão, deverão ser feitos orçamentos, para que se verifique qual a modalidade a ser utilizada, como licitação ou contrato emergencial. Fonte: Camila Kila / Rádio Guaíba |