A Reserva de Galápagos, que protege todas as espécies dentro de suas fronteiras, abriga uma variedade de vida selvagem sem paralelo no mundo. Entre essas espécies está o pinguim de Galápagos, que é uma subespécie curiosa, uma vez que vive em águas tropicais e é a mais setentrional de todas as espécies de pinguins. O Dr. Geofrey Merlen, cientista que trabalha no Charles Darwin Research Center, em Galápagos, está envolvido em um estudo que começou há cinco anos atrás como um projeto para criar sites adicionais para ninhos de pinguins do arquipélago, a fim de ajudar a aumentar o sucesso da reprodução desses animais em anos de escassez de alimentos. Esse projeto tem sido estendido para incluir um estudo de cenário ecológico para estas únicas, ameaçadas e charmosas criaturas. As informações são do One Green Planet.
A população da espécie está sendo declarada em perigo de extinção devido à área de habitat extremamente limitada, e dados que indicam uma resposta reprodutiva fraca na sequência de fortes estações sob influência do El Niño, que parecem causar uma alta taxa de mortalidade em adultos. E a implantação dos novos ninhos já está trazendo resultados nos últimos anos. Em julho de 2015, ninhos cavados na escória vulcânica na região da Baía de Elizabeth estão habitados por pinguins produzindo ovos e jovens pinguins. Esses sites estão sendo usados preferencialmente pelos animais, em relação aos ninhos “naturais”.
Foto: One Green Planet
Ecologicamente, Merlen descobriu que esse local recebe “pulsos” de água fria a partir de fontes ricas em minerais. No dia da chegada da água fria, a baía fica repleta de animais, como pelicanos marrons, peixes “Sierra mackerel”, pássaros “shearwaters”, patolas-de-pés-azuis, baleias-de-bryde e, neste ano, a presença de uma baleia-jubarte com seu filhote, e uma orca.
Foto: One Green Planet
Os pinguins estão conseguindo sobreviver graças a esses pulsos de água fria, especialmente, quando eles ocorrem em tempos de falta de alimento. 2015 está sendo considerado um ano fortemente afetado pelo fenômeno do El Niño, mas até agora os pinguins estão conseguindo selecionar novos lugares, se reproduzir e criar seus filhotes.
Mas, apesar do resultado favorável, o clima nas Ilhas Encantadas está se tornando cada vez mais difícil de se prever.
Cada atitude conta
Merlen afirma que, localmente, a humanidade não pode controlar o aquecimento global que traz ameaças aos pinguins de Galápagos, mas é preciso assegurar que a Reserva continue como uma área protegida. É imperativo que todas as espécies que vivem ou que passam por este local recebam o refúgio que eles merecem, pois todos eles são vitalmente necessitados da sobrevivência do oceano, e da flora e da fauna das Ilhas Galápagos.