Por Mauro Raposo de Mello (da Redação da ANDA)
Vídeos que retratam o ato denominado “animal crush” mostram geralmente pequenos animais, tais como gatos, filhotes de cães, ratos e coelhos, sendo torturados de maneira cruel. Eles são queimados vivos, tosados de forma abrupta, presos ao solo, sua pele é retirada, são açoitados, esfaqueados e/ou têm suas patas fraturadas. As informações são do Occupy for Animals.
Todos esses vídeos compartilham um tema comum: esses animais são violentamente abusados por uma mulher que geralmente usa sapatos de salto alto. A maioria das pessoas que assistem a esses vídeos o fazem por perversão sexual; entretanto, esse material está se tornando cada vez mais popular, simplesmente pelo impacto que ele provoca. O abuso praticado é considerado uma excitação sexual atípica voltada para a tortura e o sofrimento causado a um ser vivo.
Um caso recente, que ocorreu em outubro de 2013, nas Filipinas, chocou internautas nas redes sociais. O casal Dorma e Vicente Ridon, gravaram três garotas se revezando para chutar e pisar em um cão, que late e tenta fugir diversas vezes, mas é sempre recapturado e posto em posição para que a sessão de tortura seja terminada. Após editar cada vídeo (há diversos produzidos por eles), os vendiam por até 2 mil dólares. Eram comercializadas como fetiches sexuais. Em todos os vídeos produzidos, meninas de 12 a 18 anos, atraídas para a o local da gravação com proposta de realizarem tarefas de babá, eram enganadas e coagidas a torturar animais depois de serem maquiadas e vestidas.
Vídeo produzido por Dorma e Vicente Ridon
O comércio desse ato doentio é crescente no mundo todo. Não é difícil encontrar sites desse tipo na internet por meio de quaisquer mecanismos de busca. Menores de idade podem acessar esse conteúdo através do simples acionamento de um botão.
A liberdade de expressão transpõe seus limites quando promove atos violentos e criminosos. A pornografia infantil constitui uma violência explícita contra crianças e foi proibida por sua natureza hedionda. Filmes que exploram, torturam e matam qualquer ser vivo não devem absolutamente ser permitidos.
Tais vídeos de entretenimento sexual são perpetuados no mundo todo. Eles não se limitam a uma determinada localidade. Trata-se de uma patologia, não menos grave do que a pornografia infantil, que é escondida dos olhos da população em geral.
Esses atos não se classificam como algo normalmente trazido à tona na sociedade. Ninguém sai na rua afirmando que ganha dinheiro pagando mulheres para torturar animais até a morte diante de uma câmera. Por isso, sem dispositivos legais que impeçam a realização dessas demonstrações, e as tornem absolutamente ilegais, é quase impossível identificar e indiciar seus criadores. Mesmo ao processar as mulheres que participam das gravações, através da sua identificação, os produtores simplesmente as substituiriam.
A organização americana Stopcrush.org foi criada para expor ao mundo esse tipo de manifestação doentia e iniciar uma luta mundial para extinguí-la. Seus membros trabalham para que os indivíduos que produzem este tipo de material – em qualquer lugar do mundo – sejam punidos. A Stopcrush também realiza campanhas internacionais para incentivar a criação de leis severas que proíbam especificamente a realização de “animal crush”, algo que só existe nos Estados Unidos e Grécia.
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