Parceria que está em vigor há quase 40 anos possibilitaria ao Brasil adquirir conhecimento para alcançar melhor posição política no cenário internacional. No entanto, pouco do que estava previsto foi de fato realizado. (05.11.2014)
“Energia nuclear nunca será segura”, diz deputada verde
O acordo bilateral, que completa 40 anos em 2015, será agora renovado por mais cinco anos. Entretanto, os parlamentares do CDU e do SPD se comprometeram a analisar o documento para verificar a necessidade de alterações no texto.
O Partido Verde havia entrado com a moção no Bundestag no final de setembro, alegando que a parceria no setor nuclear não contribui para melhorar a segurança nas duas usinas nucleares brasileiras, de Angra 1 e 2.
Em meados de outubro, a Comissão para Economia e Energia do Bundestag (câmara baixa do Parlamento alemão) já havia defendido a manutenção do acordo Brasil-Alemanha. Segundo o parecer da comissão, o acordo também é de interesse alemão e abrange mais aspectos do que apenas a construção e administração de usinas nucleares.
“O acordo contém muito mais disposições sobre questões relacionadas à segurança, à proteção contra a radiação e à não proliferação de combustível nuclear”, diz o documento.
Inicialmente, a parceria, assinada em 1975, deveria vigorar por 15 anos. Pelo acordo, na teoria, o Brasil se comprometia a desenvolver um programa com empresas alemãs para a construção de oito usinas nucleares, além do desenvolvimento de uma indústria teuto-brasileira para a fabricação de componentes e combustível para os reatores.
Além disso, o país tinha interesse no repasse da tecnologia para poder dominar o ciclo de enriquecimento de urânio. Mas na prática muito pouco saiu como o assinado.
Atualmente, no âmbito do acordo, são realizados encontros anuais entre representantes da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e da Sociedade Alemã para a Segurança de Usinas e Reatores Nucleares (GRS), para a troca de informações e experiências, além de workshops e cursos.