Universo Energético
OMS revela tamanho do impacto que a mudança climática poderá provocar na saúde dos brasileiros
Em parceria com o Secretariado da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC) e vários parceiros, a agência da ONU trabalhou com o Ministério da Saúde do Brasil para elaborar o perfil do país, que apresenta evidências na correlação entre aquecimento global e saúde.
Brasileiros se protegem do sol forte e altas temperaturas em Brasília. Foto:Agência Brasil/Fabio Rodrigues Pozzebom
Há agora um vasto conjunto de evidências de que as ações humanas, principalmente a queima de combustíveis fósseis, causaram mudanças significativas no sistema climático. “Nosso planeta está perdendo sua capacidade de sustentar a vida humana com boa saúde”, disse a diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan. “A melhor defesa é a mesma que nos protegerá de surtos de doenças infecciosas e da crescente carga de doenças não transmissíveis: sistemas de saúde fortes, flexíveis e resilientes.”
Segundo o Perfil de País Climático e de Saúde 2015 da OMS, divulgado nesta segunda-feira (30) a menos que consideráveis medidas protetoras sejam tomadas, inundações causadas pelo aumento do nível do mar poderão afetar mais de 618 mil brasileiros todos os anos durante o período de 2070 a 2100. Estima-se que mortes associadas ao aumento da temperatura em idosos (acima de 65 anos) crescerão para quase 72 mortes por 100 mil habitantes em 2080, comparado com 1 por 100 mil ao ano, de 1961 a 1990.
A OMS, em parceria com o Secretariado da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC) e vários parceiros, trabalhou com o Ministério da Saúde do Brasil para elaborar o perfil do país, que apresenta evidências na correlação entre mudança climática e saúde, assim como as oportunidades que o Brasil poderia aproveitar para melhorar a saúde enquanto reduz as emissões de gás de efeito estufa.
“O perfil é importante para ajudar o país a proteger a saúde de suas populações frente às mudanças climáticas, pois apresenta orientações para conter as ameaças e seus potenciais riscos à saúde”, afirmou o representante da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil, Joaquín Molina.
Ações-chave para o Brasil
Enquanto o governo do Brasil já está tomando iniciativas substanciais para implementar programas de adaptação à saúde e desenvolver capacidade técnica para atuar em mudanças climáticas e saúde, o perfil do país identifica oportunidades adicionais para ações.
A OMS recomenda que o país amplie atividades para aumentar a resiliência climática da infraestrutura de saúde e desenvolva uma estratégia nacional para a mitigação das mudanças climáticas que considere suas implicações para a saúde.
Isto deve orientar as medidas protetoras. Por exemplo, se o país fortalecesse as medidas contra o aumento do nível do mar e a inundação costeira, o número de pessoas afetadas poderia se limitar a 3.200 pessoas por ano. A melhoria da vigilância e resposta a doenças poderia fornecer proteção eficaz contra o risco de doenças, como malária, mesmo com o aquecimento climático.
No Brasil, 5% das 336 mil mortes por doença isquêmica do coração, acidente vascular cerebral, câncer de pulmão, doença pulmonar obstrutiva crônica (em pessoas de 18 anos ou mais) e baixas infecções respiratórias agudas (em menores de 5 anos) são atribuíveis à poluição do ar doméstico.
Esses riscos podem ser evitados por domicílios que usam combustíveis mais limpos ou tecnologias mais eficazes para cozinhar, aquecer e iluminar – o que também reduz suas contribuições para as mudanças climáticas. Outros benefícios são a redução de custos para os sistemas de saúde e a melhoria da produtividade econômica com uma força de trabalho mais saudável e produtiva.
Entre as medidas-chave que o Brasil já tomou estão: assinatura da UNFCCC em 1992 e ratificação do Protocolo de Kyoto em 2002, além da instituição da Política Nacional sobre Mudança do Clima em 2009 e do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima em 2010.
Leia o artigo na íntegra aqui.
Informe da OMS/ONU Brasil, in EcoDebate, 02/12/2015
-
Mudanças Climáticas E Suas Consequências Já Causam Milhares De Mortes
Doenças associadas à poluição do ar deixaram sete milhões de pessoas mortas em 2012, segundo a OMS. Foto: Banco Mundial / Curt CarnemarkDoenças relacionadas à presença de partículas na atmosfera provocaram a morte 7 milhões de pessoas em 2012....
-
Poluentes Contribuem Para 7 Milhões De Mortes Por Ano
Até 2030, os países devem reduzir o número de mortes e de doenças causadas por químicos e poluentes do ar, do solo e da água. Foto: Tran Thi Hoa / Banco Mundial. Foto: ShutterstockOrganização Mundial da Saúde fala sobre urgência em reduzir emissões...
-
Cortar Co2 é ‘oportunidade Do Século’ Em Saúde
Passeio ciclístico “Pedalando Rumo à Rio+20”, em 2012, promovido pela ONG Rodas da Paz, em Brasília. Foto: Fabio Pozzebom/Agência BrasilEm edição especial do periódico médico The Lancet, estudo sugere que profissionais de saúde liderem o...
-
Oms Alerta Que Mudança Climática Põe Em Risco Saúde Humana
por Edgard Júnior, da Radio ONU Mudança climática afeta a saúde humana. Foto: PnumaAfirmação foi feita pela diretora-geral da agência da ONU na conferência sobre o assunto em Genebra; Margaret Chan disse que “as soluções existem mas o mundo...
-
Impacto Das Mudanças Climáticas Na Saúde Da População Preocupa Governo Brasileiro
por Vitor Abdala, da Agência Brasil As mudanças climáticas deverão provocar aumento do nível dos mares e da intensidade de eventos extremos, como secas e tempestades em todo o mundo. Foto: http://www.shutterstock.com/ Rio de Janeiro – As mudanças...
Universo Energético