VERDADE SOBRE OS ANJOS
Este livro representa uma fonte de informação de incalculável preço, mas é ainda mais que isto: ele ergue o véu que separa o mundo visível do invisível. Revela o envolvimento dos anjos em eventos que os historiadores seculares registraram mas não conseguiram explicar, oferecendo ao leitor a oportunidade de situar-se como testemunha desses eventos - efetivamente, uma experiência emocionante!
Acreditamos que este livro será apreciado, em todas as partes do mundo, pelos que buscam a verdade, e que ele os ajudará a reconhecer a contrafação dos espíritos malignos e ao mesmo tempo, em sua caminhada diária com Deus, os levará a buscar e desfrutar o companheirismo dos anjos.
A relação do mundo visível com o invisível, o ministério dos anjos de Deus, a operação dos espíritos maus, acham-se claramente revelados nas Escrituras, e inseparavelmente entretecidos com a história humana. ...
Antes da criação do homem, existiam anjos; pois, quando os fundamentos da Terra foram lançados, "as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam". Jó 38:7. ... Os anjos são, em sua natureza, superiores aos homens.
Milhares de milhares e milhões de milhões eram os mensageiros celestiais vistos pelo profeta Daniel. Como mensageiros de Deus, saem "à semelhança dos relâmpagos", tão deslumbrante é sua glória e tão rápido o seu vôo.
Assim, ao povo de Deus, exposto ao poder enganador e vigilante malignidade do príncipe das trevas, e em conflito com todas as forças do mal, é assegurada a incessante guarda dos seres celestiais. Tampouco é tal segurança dada sem necessidade. Se Deus concedeu a Seus filhos promessas de graça e proteção, é porque há poderosos agentes do mal a serem enfrentados - agentes numerosos, decididos e incansáveis, de cuja malignidade e poder ninguém pode sem perigo achar-se em ignorância ou inadvertência.
Os espíritos maus, criados a princípio, eram iguais, em sua natureza, poder e glória, aos seres santos que ora são os mensageiros de Deus. Mas, caídos , acham-se coligados para a desonra de Deus e destruição dos homens. Unidos com Satanás em sua rebelião, e com ele expulsos do Céu, têm, através de todas as eras que se sucederam, cooperado com ele em sua luta contra a autoridade divina. Somos informados, acerca de sua confederação e governo, suas várias ordens, inteligência e astúcia, e de seus maus intuitos contra a paz e felicidade dos homens. ...
Ninguém se acha em maior perigo da influência dos espíritos maus do que aqueles que, apesar dos testemunhos diretos, negam a existência e operação do diabo e seus anjos. Enquanto estivermos em ignorância no que respeita a seus ardis, têm eles vantagem quase inconcebível; muitos dão atenção às suas sugestões, supondo, entretanto, estar seguindo os ditames de sua própria sabedoria. É por isto que, aproximando-nos do final do tempo, quando Satanás deverá trabalhar com o máximo poder para enganar e destruir, espalha ele por toda parte a crença de que não existe. É sua política ocultar-se a si mesmo e agir às escondidas. ...
É porque se mascarou com consumada habilidade, que tão amplamente se faz a pergunta: "Existe realmente tal ser?" E é porque Satanás pode muito facilmente dirigir o espírito dos que se acham inconscientes de sua influência, que a Palavra de Deus nos dá tantos exemplos de sua obra maligna, descobrindo aos nossos olhos suas forças secretas, e desta maneira pondo-nos de sobreaviso contra seus assaltos.
Os Seguidores de Cristo Acham-se Seguros
O poder e malignidade de Satanás e seu exército deveriam com razão alarmar-nos, não fosse o caso de podermos encontrar refúgio e livramento no superior poder de nosso Redentor. Pomos cuidadosamente em segurança as nossas casas por meio de ferrolhos e fechaduras, a fim de proteger contra homens maus nossa propriedade e vida; mas raras vezes pensamos nos anjos maus, que constantemente estão
a procurar acesso a nós, e contra cujos ataques não temos em nossa própria força método algum de defesa. Se lhes permitirmos, podem transformar-nos o entendimento, perturbar e atormentar-nos o corpo, destruir nossas propriedades e vida. Seu único deleite está na miséria e ruína.
Terrível é a condição dos que resistem às reivindicações divinas, cedendo às tentações de Satanás, até que Deus os abandone ao governo dos espíritos maus. Mas os que seguem a Cristo estão sempre seguros sob Sua proteção. Anjos magníficos em poder são enviados do Céu para protegê-los. O maligno não pode romper a guarda que Deus pôs em redor de Seu povo.
Um anjo da guarda é designado a todo seguidor de Cristo. Estes vigias celestiais protegem aos justos do poder maligno.Disse o Salvador, falando daqueles que nEle crêem: "Vede, não desprezeis algum destes pequeninos, porque Eu vos digo que os seus anjos nos Céus sempre vêem a face de Meu Pai." Os anjos designados para ministrarem aos filhos de Deus têm em todo tempo acesso à Sua presença. Não sabemos que conseqüências terão um dia, uma hora ou um momento, e nunca devemos começar o dia sem encomendar nossos caminhos ao Pai celeste. Anjos Seus são comissionados para cuidarem de nós, e se nos colocarmos sob sua proteção, no tempo de perigo estarão ao nosso lado.
Os Seguidores de Cristo Acham-se Seguros
O poder e malignidade de Satanás e seu exército deveriam com razão alarmar-nos, não fosse o caso de podermos encontrar refúgio e livramento no superior poder de nosso Redentor. Pomos cuidadosamente em segurança as nossas casas por meio de ferrolhos e fechaduras, a fim de proteger contra homens maus nossa propriedade e vida; mas raras vezes pensamos nos anjos maus, que constantemente estão
a procurar acesso a nós, e contra cujos ataques não temos em nossa própria força método algum de defesa. Se lhes permitirmos, podem transformar-nos o entendimento, perturbar e atormentar-nos o corpo, destruir nossas propriedades e vida. Seu único deleite está na miséria e ruína.
Terrível é a condição dos que resistem às reivindicações divinas, cedendo às tentações de Satanás, até que Deus os abandone ao governo dos espíritos maus. Mas os que seguem a Cristo estão sempre seguros sob Sua proteção. Anjos magníficos em poder são enviados do Céu para protegê-los. O maligno não pode romper a guarda que Deus pôs em redor de Seu povo. Os anjos de Deus estão ao nosso redor. ... Oh, deveríamos saber essas coisas, temer e tremer, e assim pensar muito mais do que o havemos feito, no poder dos anjos de Deus que nos vigiam e guardam. ... Os anjos de Deus são comissionados pelo Céu a fim de guardar os filhos dos homens, e ainda assim estes se afastam da influência protetora daqueles, dirigindo-se para onde podem ter comunicação com os anjos maus. ...
Anjos são enviados para ministrar aos filhos de Deus que são fisicamente cegos. Anjos guardam os seus passos e livram-nos de milhares de perigos que, desconhecidos a eles, juncam o seu caminho.
Os anjos de Deus, milhares de milhares, ... nos guardam do mal, e repelem os poderes das trevas que nos estão procurando destruir. Não temos nós motivos de ser a todo momento agradecidos, mesmo quando existem aparentes dificuldades em nosso caminho.Anjos de Deus vigiam sobre nós. Na Terra há milhares e dezenas de milhares de mensageiros celestes, enviados pelo Pai para impedir Satanás de obter qualquer vantagem sobre os que se recusam a andar no caminho do mal. E esses anjos, que guardam os filhos de Deus na Terra, estão em comunicação com o Pai, no Céu.
Precisamos conhecer melhor do que conhecemos a missão dos anjos. Convém lembrar que cada verdadeiro filho de Deus tem a cooperação dos seres celestiais. Exércitos invisíveis, de luz e poder, auxiliam os mansos e humildes que crêem nas promessas de Deus e as invocam. Querubins, serafins e anjos magníficos em poder, estão à destra de Deus, sendo "todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação".
Anjos Iluminam Nossa Mente
Anjos celestiais observam aqueles que buscam iluminação. Cooperam com os que procuram ganhar almas para Cristo.
Seu... [ministério aos] enfermos é um procedimento exaustivo, e vocês consumiriam gradualmente as fontes da vida caso não houvesse nenhuma mudança, nenhuma oportunidade para recreação, e se anjos de Deus os não guardassem e protegessem. Se pudessem ver os muitos perigos através dos quais vocês são guiados a salvo cada dia por esses mensageiros do Céu, a gratidão lhes brotaria do coração e encontraria expressão em seus lábios. Se fizerem de Deus a sua força, poderão, sob as circunstâncias mais desanimadoras, atingir uma altura e uma amplitude de perfeição cristã que dificilmente pensariam ser possível alcançar. Seus conceitos podem ser tão elevados, poderiam ter tão nobres aspirações, percepções claras da verdade e propósito de ação que vocês serão elevados acima de todos os motivos sórdidos.
Aprendam a confiar em Deus. Aprendam a ir Àquele que é poderoso para salvar. ... Contem ao amoroso Salvador exatamente aquilo que necessitam.
Se vocês procurarem suprimir todo mau pensamento ao longo do dia, então os anjos de Deus virão e habitarão com vocês. Esses anjos são poderosos em força. Lembrem-se de como o anjo veio ao sepulcro e como, diante da glória de sua presença, os soldados romanos caíram como mortos. Se um só anjo pôde demonstrar tal poder, que teria acontecido se todos os anjos que estão conosco houvessem estado presentes? Os anjos estão conosco todos os dias, guardando-nos e protegendo-nos dos assaltos do inimigo.
Vocês não estão sozinhos na batalha contra o mal. Pudesse erguer-se a cortina, vocês observariam os anjos do Céu lutando do lado de vocês.
Em todas as suas experiências, lembrem-se de que os anjos de Deus estão ao lado de vocês. Sabem o que vocês fazem, e estão presentes para guardá-los. Não façam coisa alguma que desagrade os anjos. Façamos
o que estiver ao nosso alcance para ajudarmos uns aos outros a obter a vitória. Vivamos de tal modo que a luz do Céu brilhe em nosso coração e mente, habilitando-nos a apossarmos dos tesouros celestiais.
Anjos Auxiliam nos Esforços em Favor dos Perdidos
Quando as inteligências celestes observam aqueles que professam ser filhos e filhas de Deus empreenderem esforços cristãos para ajudar os errantes, manifestando um espírito terno e compassivo para com os arrependidos e caídos, os anjos colocam-se ao lado daqueles, trazendo-lhes à memória as próprias palavras que suavizarão e erguerão a alma. ... Jesus ofereceu Sua preciosa vida e Sua atenção pessoal ao menor dos filhos de Deus; e os anjos excelentes em poder acampam-se ao redor dos que temem a Deus.
Os anjos são enviados das cortes celestiais, não para destruir, senão para vigiar e guardar as almas em perigo, para salvar o perdido, para trazer de volta ao redil os extraviados. Exatamente ao redor de vocês acham-se almas em perigo de perecerem. Não as conduzirão vocês, com as cordas do amor, para junto do Salvador? Não deixarão vocês de proferir condenações, falando antes palavras que as inspirem com fé e coragem
Aqueles que trabalham pelo bem dos outros, estão operando em união com os anjos celestiais. Contam sempre com a companhia destes, e com seu incessante ministério. Anjos de luz e poder sempre estão perto, a fim de proteger, confortar, curar, instruir e inspirar. A mais elevada educação, a mais genuína cultura e o mais exaltado serviço possíveis aos seres humanos neste mundo, pertencem-lhes.
Anjos Fortalecem Nossa Fé
Repetidas vezes têm anjos falado com homens, do mesmo modo como um homem fala com seu amigo, e os têm levado para lugares livres de perigo. Uma e outra vez têm as encorajadoras palavras dos anjos renovado o ânimo prostrado dos fiéis, desviando-lhes o espírito das coisas da Terra, levando-os a contemplar pela fé as vestes brancas, as coroas, as palmas da vitória que os vencedores receberão junto ao grande trono branco.
Entre aqueles que nos rodeiam, estão os exércitos do inimigo, que tratam de dividir o povo de Deus, e também os exércitos celestiais, milhões de milhões de anjos, que vigiam e guardam o tentado povo de Deus, animando-o e fortalecendo-o. São estes os que estão à nossa volta. Deus diz àqueles que nEle crêem: "Vocês caminharão entre eles. Os poderes das trevas não triunfarão sobre vocês. Estarão em pé na Minha presença à vista dos santos anjos, que são enviados a ministrar em favor dos que herdarão a salvação.
Deus Estabelecera um Plano
Deus e Cristo sabiam, desde o princípio, da apostasia de Satanás e da queda de Adão mediante o poder enganador do apóstata. O plano da salvação foi elaborado para remir a raça caída, para dar-lhe outra oportunidade. Cristo foi designado para o cargo de Mediador da criação de Deus, destinado desde a eternidade a ser nosso substituto e penhor.
O plano de nossa redenção não foi um pensamento posterior, formulado depois da queda de Adão. Foi a revelação "do mistério que desde tempos eternos esteve oculto.Foi um desdobramento dos princípios que têm sido, desde os séculos da eternidade, o fundamento do trono de Deus. ... Deus não ordenou a existência do pecado. Previu-a, porém, e tomou providências para enfrentar a terrível emergência.
Criação dos Anjos
O Pai operou por Seu Filho na criação de todos os seres celestiais. "NEle foram criadas todas as coisas, ... sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por Ele e para Ele."
Antes da criação do homem, existiam anjos; pois, quando os fundamentos da Terra foram lançados, "as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus rejubilavam". Depois da queda do homem foram enviados anjos a guardar a árvore da vida, e isto antes que qualquer ser humano houvesse morrido.
Desde os séculos eternos era o desígnio de Deus que todos os seres criados, desde os luminosos e santos serafins até ao homem, fossem um templo para morada do Criador.
Todos os seres criados vivem pela vontade e poder de Deus. São subordinados recipientes da vida de Deus. Do mais alto serafim ao mais humilde dos seres animados, todos são providos da Fonte da vida. Quando o Senhor criou esses seres [angélicos] para estarem diante de Seu trono, eram eles belos e gloriosos. Sua amabilidade e santidade equivaliam a sua exaltada posição. Estavam investidos da sabedoria de Deus e cingidos com a armadura celestial.
Criação de Lúcifer
Deus o fez [a Lúcifer] bom e formoso, tão semelhante quanto possível a Si próprio.
Deus o havia feito [a Lúcifer] nobre, havendo-lhe outorgado ricos dotes. Concedeu-lhe elevada posição de responsabilidade. Nada lhe pediu que não fosse razoável. Deveria ele administrar o cargo que Deus lhe atribuíra, num espírito de mansidão e devoção, buscando promover a exaltação de Deus, o qual lhe dera glória, beleza e encanto.
Embora Deus houvesse criado Lúcifer nobre e formoso, e o houvesse colocado em posição de elevada honra entre os anjos, não o deixou fora do alcance da possibilidade do mal. Satanás tinha o poder, se decidisse por este caminho, de perverter seus dons.
A Elevada Posição de Lúcifer
Lúcifer, no Céu, antes de sua rebelião foi um elevado e exaltado anjo, o primeiro em honra depois do amado Filho de Deus. Seu semblante, como o dos outros anjos, era suave e exprimia felicidade. A testa era alta e larga, demonstrando grande inteligência. Sua forma era perfeita, o porte nobre e majestoso. Uma luz especial resplandecia de seu semblante e brilhava ao seu redor, mais viva do que ao redor dos outros anjos; todavia, Cristo, o amado Filho de Deus, tinha preeminência sobre todo o exército angelical. Ele era um com o Pai, antes que os anjos fossem criados.
Lúcifer era o querubim cobridor, o mais exaltado dentre os seres criados. Sua posição era a mais próxima do trono de Deus, e ele se achava intimamente vinculado e identificado com a administração do governo de Deus, havendo sido ricamente dotado com a glória de Sua majestade e poder.
O próprio Senhor deu a Satanás sua glória e sabedoria, tornando-o o querubim cobridor, bom, nobre e extraordinariamente formoso.
Entre os habitantes do Céu, excluindo-se o próprio Cristo, foi Satanás durante algum tempo o mais honrado de Deus, o mais elevado em poder e glória.
Lúcifer, o "filho da alva", sobrepujando em glória a todos os anjos que rodeavam o trono, ... [estava] ligado pelos mais íntimos laços ao Filho de Deus.
Lúcifer, "filho da alva", era o primeiro dos querubins cobridores, santo e puro. Permanecia na presença do grande Criador, e os incessantes raios de glória que cercavam o eterno Deus, repousavam sobre ele.
[Lúcifer] fora o mais elevado de todos os seres criados, e o primeiro em revelar ao Universo os desígnios divinos.
[Lúcifer] possuía um conhecimento de inestimável valor acerca das riquezas eternas, o que o homem não possui. Ele experimentara o puro contentamento, a paz, a exaltada felicidade e as inenarráveis alegrias das moradas celestes. Havia sentido, antes da rebelião, o prazer da plena aprovação de Deus. Obtivera completa apreciação da glória que circundava o Pai, e sabia que o Seu poder não conhecia limites.
Houve um tempo em que... era a alegria [de Satanás] executar as ordens divinas. Seu coração estava cheio de amor e regozijo por poder servir ao Criador.
Satanás era um anjo formoso e exaltado, e assim teria permanecido se não houvesse rompido sua aliança com Deus.
A Origem do Mal
A Origem do Mal é um Mistério
Os anjos haviam sido criados cheios de bondade e amor. Amavam uns aos outros sem parcialidade e supremamente a Deus. Movidos por este amor, deleitavam-se em realizar a Sua vontade. A lei de Deus não lhes era um pesado jugo, antes compraziam-se em obedecer a Seus mandamentos e em ouvir a voz de Sua Palavra. Porém, nesse estado de paz e pureza, o mal originou-se com aquele que havia sido perfeito em todos os seus caminhos. O profeta disse a seu respeito: "Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor." Ezeq. 28:17. O pecado é algo misterioso e inexplicável. Não havia razão para a sua existência; tentar explicá-lo é procurar uma razão para ele, e isto seria justificá-lo. O pecado apareceu num Universo perfeito, algo que se revelou inescusável.
Deus possuía conhecimento dos eventos futuros, antes mesmo da criação do mundo. Ele não adaptou Seus propósitos para que estes se amoldassem às circunstâncias, mas permitiu que as coisas se desenvolvessem. Não agiu para que certas condições surgissem, mas sabia que elas ocorreriam.
O plano que se colocaria em ação no caso de se rebelar alguma das elevadas inteligências celestiais - este era o segredo, o mistério oculto desde as eras passadas. Um oferecimento foi preparado pelos eternos propósitos, para realizar o próprio trabalho que Deus empreendeu em favor da humanidade caída.
A entrada do pecado no Céu não pode ser explicada. Fosse isto possível, arranjar-se-ia alguma razão para o pecado. Mas não houve a menor escusa para ele, e sua origem permanecerá cercada de mistério
Deus não criou o mal. Ele fez apenas o bem, à Sua própria semelhança. ... O mal, o pecado e a morte... são o resultado da desobediência, originada em Satanás.
Os Primeiros Sinais do Mal
Houve um tempo em que Satanás se encontrava em harmonia com Deus, quando era sua alegria executar os divinos mandamentos. Seu coração encontrava-se cheio de amor e regozijo em servir ao Criador, até que começou a imaginar que sua sabedoria não derivava de Deus, sendo antes inerente a ele próprio, e que ele era tão digno quanto Deus de receber honra e poder.
Embora Deus houvesse criado Lúcifer nobre e belo, e lhe houvesse atribuído grande honra entre os anjos, não o colocara, todavia, fora da possibilidade de fazer o mal. Se Satanás decidisse pelo caminho errado, poderia escolhê-lo e assim perverter seus dons. Poderia haver permanecido no favor de Deus, amado e honrado por toda a multidão angélica, presidindo em sua exaltada posição com generoso e abnegado cuidado, exercendo seus nobres poderes para abençoar outros e glorificar seu Autor. Contudo, pouco a pouco, começou ele a procurar sua própria honra, e a empregar suas faculdades para atrair atenção e obter louvor para si mesmo. Gradualmente também conduziu os anjos, sobre os quais presidia, a lhe prestarem serviço, em vez de devotarem todas as suas energias ao serviço do Criador.
Pouco a pouco Lúcifer veio a condescender com o desejo de exaltação própria. ... Se bem que toda a sua glória proviesse de Deus, este poderoso anjo veio a considerá-la como pertencente a si próprio.
Deus Apresenta a Verdadeira Posição de Cristo.
Antes que se iniciasse a grande luta, todos deveriam ter uma apresentação clara a respeito da vontade dAquele [Deus] cuja sabedoria e bondade eram a fonte de toda a sua alegria.
O Rei do Universo convocou os exércitos celestiais perante Ele, para, em sua presença, apresentar a verdadeira posição de Seu Filho, e mostrar a relação que Este mantinha para com todos os seres criados. ... Perante os habitantes do Céu, reunidos, o Rei declarou que ninguém, a não ser Cristo, o Unigênito de Deus, poderia penetrar inteiramente em Seus propósitos, e a Ele foi confiado executar os poderosos conselhos de Sua vontade.
O grande Criador reuniu os seres celestiais para poder, na presença de todos os anjos, conferir honra especial a Seu Filho. Este estava sentado no trono com o Pai, com a multidão celestial de santos anjos reunida à volta. Então o Pai fez saber que Ele próprio ordenara que Cristo, Seu Filho, fosse igual a Ele, de modo que, onde o Filho estivesse, estaria a Sua própria presença. A palavra do Filho deveria ser obedecida tão prontamente quanto a do Pai. O Filho fora investido de autoridade para comandar o exército celestial. Deveria Ele agir especialmente em união com o Pai no projeto de criação da Terra. ...
Satanás estava com inveja e ciúmes de Jesus Cristo. Não obstante, quando todos os anjos se inclinaram diante dEle para reconhecer Sua supremacia, elevada autoridade e direito de governar, Satanás também se prostrou, ainda que seu coração estivesse cheio de inveja e ódio. Cristo formava parte do conselho especial de Deus para a consideração de Seus planos, ao passo que Satanás os desconhecia. Não conhecia, nem lhe era permitido conhecer os propósitos de Deus. Por outro lado, Cristo era reconhecido como Soberano do Céu com poder e autoridade iguais aos do próprio Deus.
Satanás acreditou que ele próprio era o favorito no Céu, entre os anjos. Havia sido grandemente exaltado, mas... aspirava alcançar a altura do próprio Deus. Glorificava-se em sua própria altivez. Sabia que os anjos o honravam. Tinha uma missão especial a cumprir. Estivera próximo ao grande Criador, e os incessantes raios de luz gloriosa que rodeavam o Deus eterno haviam resplandecido especialmente sobre ele. Pensou em como os anjos haviam obedecido a seu comando com prazenteira espontaneidade. Não eram as suas vestiduras brilhantes e formosas? Por que, então, deveria Cristo ser honrado acima dele?
Os anjos alegremente reconheceram a supremacia de Cristo, e, prostrando-se diante dEle, extravasaram seu amor e adoração. Lúcifer curvou-se com eles; mas em seu coração havia um conflito estranho, violento. A verdade, a justiça e a lealdade estavam a lutar contra a inveja e o ciúme. A influência dos santos anjos pareceu por algum tempo levá-lo com eles. ... De novo, porém, achou-se repleto de orgulho por sua própria glória. Voltou-lhe o desejo de supremacia, e uma vez mais condescendeu com a inveja de Cristo.
Satanás... iniciou a obra de rebelião entre os anjos que estavam sob seu comando, procurando difundir entre eles o espírito de descontentamento. Agiu de modo tão ardiloso que muitos dos anjos se comprometeram com ele antes que seus propósitos fossem plenamente conhecidos.
Satanás... ambicionava as mais elevadas honras que Deus concedera a Seu Filho. Tornou-se invejoso de Cristo e começou a semear entre os anjos que o honravam como querubim cobridor, o sentimento de que não recebera a honra que sua posição demandava.
Mediante sutis insinuações de que Cristo usurpara o lugar que pertencia a ele, Lúcifer lançou as sementes da dúvida na mente de muitos dos anjos.
Sua [de Lúcifer] obra de engano foi efetuada com tão grande sigilo que os anjos em posições menos elevadas supuseram que ele era o governante do Céu.
Os anjos leais e sinceros procuraram reconciliar este anjo poderoso e rebelde com a vontade do Criador. Justificaram o ato de Deus de conferir honra a Jesus Cristo, e com poderosos argumentos tentaram convencer Satanás de que ele próprio não possuía agora menor honra do que antes de o Pai proclamar a honra especial conferida ao Filho. Mostraram-lhe claramente que Jesus era o Filho de Deus, existindo com Ele antes que os anjos houvessem sido criados, e que sempre estivera à destra de Deus, sem que Sua terna e amorável autoridade jamais tivesse sido questionada; tampouco dera Ele qualquer ordem que os seres celestiais não houvessem cumprido alegremente. Argumentaram que o fato de haver Cristo recebido honras especiais por parte do Pai, na presença dos anjos, não diminuía a honra que ele [Satanás] recebera até então.
[Lúcifer] obteve a simpatia de alguns de seus companheiros ao sugerir pensamentos de crítica no tocante ao governo de Deus. A semente daninha foi espalhada de modo sedutor; e depois que ela brotou e desenvolveu raízes na mente de muitos, recolheu ele as idéias por ele mesmo implantadas na mente de outros, e as apresentou diante das mais elevadas ordens de anjos como sendo os pensamentos de outras mentes contra o governo de Deus.
Lúcifer havia a princípio dirigido suas tentações de tal maneira que ele próprio não pareceu achar-se comprometido. Os anjos que ele não pôde trazer completamente para o seu lado, acusou-os de indiferença aos interesses dos seres celestiais. Da mesma obra que ele próprio estava a fazer, acusou os anjos fiéis. Consistia sua astúcia em perturbar com argumentos sutis, referentes aos propósitos de Deus. Tudo que era simples ele envolvia em mistério, e por meio de artificiosa perversão lançava a dúvida sobre as mais claras declarações. E sua elevada posição, tão intimamente ligada com o governo divino, dava maior força a suas representações.
O primeiro esforço de Satanás para destruir a lei de Deus - esforço este feito entre os santos habitantes do Céu - pareceu por algum tempo ser coroado de êxito. Grande número de anjos foram seduzidos. O governo de Deus incluía não apenas os habitantes do Céu, como ainda todos os mundos criados. Satanás pensou que, se fosse capaz de arrastar consigo à rebelião as inteligências celestiais, também dominaria os outros mundos.
Aqui, por certo tempo, Satanás esteve em vantagem; exultou a este respeito, em sua arrogante superioridade, sobre os anjos do Céu e até mesmo sobre Deus. ... Ele [Lúcifer] se disfarçara num manto de falsidade, e durante algum tempo foi impossível remover a máscara, para que a deformidade abominável de seu caráter pudesse ser percebida. Foi necessário esperar que ele próprio revelasse suas obras cruéis, astutas e más.
…Satanás queixou-se dos supostos defeitos na administração das coisas celestiais, havendo procurado encher a mente dos anjos com sua insatisfação. Visto não ser ele supremo, lançou sementes de dúvida e descrença. Em virtude de não ser como Deus, esforçou-se para instilar na mente dos anjos sua própria inveja e descontentamento. Assim as sementes da alienação foram plantadas, para depois serem apresentadas diante das cortes celestiais como sendo originárias, não da mente de Satanás, e sim da dos anjos. Desta maneira o enganador poderia mostrar que os anjos pensavam como ele. ...
Aquilo que Satanás havia inculcado na mente dos anjos - uma palavra aqui, outra ali - abriu o caminho para uma longa lista de suposições. Em sua forma astuta, extraiu ele expressões de dúvida da parte deles. Assim, quando foi questionado, acusou os que ele próprio havia doutrinado.
… [Lúcifer] começou a insinuar dúvidas com respeito às leis que governavam os seres celestiais, dando a entender que, conquanto pudessem as leis ser necessárias para os habitantes dos mundos, não necessitavam de tais restrições os anjos, mais elevados por natureza, pois que sua sabedoria era um guia suficiente.
Lúcifer... tentou abolir a lei de Deus. Pretendeu que as inteligências não caídas do santo Céu não necessitavam de lei, sendo antes capazes de governarem a si mesmas e de preservarem imaculada integridade
Nem mesmo os anjos fiéis reconheceram plenamente seu [de Lúcifer] caráter. Esta é a razão por que Deus não o destruiu imediatamente. Se o tivesse feito, os santos anjos não teriam percebido o amor e a justiça de Deus. Uma só dúvida quanto à bondade de Deus teria sido como má semente, que produziria o amargo fruto do pecado e da desgraça. Por isto foi poupado o autor do mal, para desenvolver plenamente seu caráter.
…Deus, em Sua grande misericórdia, suportou longamente a Satanás. Este não foi imediatamente degradado de sua posição elevada, quando a princípio condescendeu com o espírito de descontentamento, nem mesmo quando começou a apresentar suas falsas pretensões diante dos anjos fiéis. Muito tempo foi ele conservado no Céu. Reiteradas vezes lhe foi oferecido o perdão, sob a condição de que se arrependesse e submetesse.
O espírito de descontentamento e desafeição nunca antes havia sido conhecido no Céu. Era um elemento novo, estranho, misterioso, inexplicável. O próprio Lúcifer não estivera a princípio ciente da natureza verdadeira de seus sentimentos; durante algum tempo receou exprimir a ação e imaginações de sua mente; todavia não as repeliu. Não via para onde se deixava levar. Entretanto, esforços que somente o amor e a sabedoria infinitos poderiam imaginar, foram feitos para convencê-lo de seu erro. Provou-se que sua desafeição era sem causa, e fez-se-lhe ver qual seria o resultado de persistir em revolta. Lúcifer estava convencido de que não tinha razão. Viu... que os estatutos divinos são justos, e que, como tais, ele os deveria reconhecer perante todo o Céu.
Houvesse ele feito isto, e poderia ter salvo a si mesmo e a muitos anjos. Ele não tinha naquele tempo repelido totalmente sua lealdade a Deus. Embora tivesse deixado sua posição como querubim cobridor, se contudo estivesse ele disposto a voltar para Deus, reconhecendo a sabedoria do Criador, e satisfeito por preencher o lugar a ele designado no grande plano de Deus, teria sido reintegrado em suas funções. Chegado era o tempo para um decisão final; deveria render-se completamente à soberania divina, ou colocar-se em franca rebelião. Quase chegou à decisão de voltar; mas o orgulho o impediu disto.
…Lúcifer Torna-se Satanás
Satanás... determinou-se a se tornar um centro de influência. Uma vez que não podia ser a mais alta autoridade no Céu, tornar-se-ia a mais elevada autoridade em rebelião contra o governo do Céu. Seria cabeça, exerceria controle e não seria controlado.
…Até ao final da controvérsia no Céu, o grande usurpador continuou a justificar-se. Quando foi anunciado que, juntamente com todos os que com ele simpatizavam, deveria ser expulso das habitações de bem-aventurança, o líder rebelde confessou então ousadamente seu desdém pela lei do Criador. Reiterou sua pretensão de que os anjos não necessitam ser dirigidos, mas que deveriam ser deixados a seguir sua própria vontade, que sempre os conduziria corretamente. Denunciou os estatutos divinos como restrição à sua liberdade, declarando ser de seu intento conseguir a abolição da lei; que, livres desta restrição, os seres do Céu poderiam entrar em condições de existência mais elevada, mais gloriosa.
…O conhecimento possuído por Satanás e os que com ele caíram, quanto ao caráter de Deus, de Sua bondade, misericórdia, sabedoria e excelente glória, tornou imperdoável a culpa dos rebeldes.
Guerra no Céu
Cristo Se ocupara nas cortes celestiais em convencer a Satanás de seu terrível erro, até que finalmente o maligno e seus simpatizantes se encontraram em rebelião aberta contra o próprio Deus. Este Dia com Deus, Cristo, como Comandante do Céu, foi indicado para acabar com a rebelião.
…Houve então batalha no Céu. O Filho de Deus, o Príncipe dos Céus, junto com Seus anjos leais, empenhou-se em conflito com o arqui-rebelde e os que a este se uniram. O Filho de Deus e os anjos sinceros e leais prevaleceram, ao passo que Satanás e seus simpatizantes foram expulsos do Céu.
Anjos se empenharam em batalha; Satanás desejava derrotar o Filho de Deus e os que estavam submissos a Sua vontade. Mas os anjos bons e leais prevaleceram, e Satanás, com seus seguidores, foi expulso do Céu.
Efeitos da Rebelião
Satanás ficou perplexo diante de sua nova condição. Fora-se a sua felicidade. Contemplou os anjos que, como ele, uma vez haviam sido tão felizes, mas agora achavam-se fora do Céu. ... Tudo parecia modificado. Semblantes que haviam refletido a imagem de seu Criador, agora demonstravam melancolia e desespero. Contendas, discórdias e amargas recriminações revelavam-se entre eles. ... Satanás observa agora os terríveis resultados de sua rebelião. Estremeceu, temendo enfrentar o futuro e contemplar o fim de todas essas coisas.
Chegara a hora dos alegres e felizes cânticos de louvor a Deus e a Seu amado Filho. Satanás havia dirigido o coral celestial. Sempre entoara a primeira nota, e então toda a multidão angélica se unira a ele, fazendo com que gloriosos acordes musicais ressoassem pelos Céus em honra a Deus e Seu querido Filho. Agora, porém, em lugar de doces acordes musicais, palavras de discórdia e ira caíam nos ouvidos do grande líder rebelde. ... Aproximava-se a hora da adoração, quando resplendentes e santos anjos se ajoelhavam diante do Pai. Não mais se uniria ele ao cântico celestial. Nunca mais se ajoelharia em reverente e santo temor diante da presença do Deus eterno. ...
Satanás tremeu ao contemplar sua obra. Achava-se sozinho a meditar sobre o passado, o presente e seus planos futuros. Sua poderosa estrutura vacila como que atingida por uma tempestade. Um anjo do Céu está passando. Ele o chama e solicita uma entrevista com Cristo. Esta lhe foi concedida. Relatou ele então ao Filho de Deus que se arrependera de sua rebelião, e desejava readquirir o favor de Deus. Estava disposto a assumir o lugar que Deus previamente lhe designara, submetendo-se a Seu sábio comando. Cristo.chorou diante da desgraça de Satanás, mas fez-lhe ver, comunicando a decisão divina, que ele jamais poderia ser readmitido ao Céu. ... As sementes da rebelião ainda se achavam dentro dele [Satanás]. ...
Quando Satanás se tornou plenamente convencido de que não havia possibilidade de ser reintegrado ao favor de Deus, manifestou sua malícia com aumentado ódio e fervente veemência. ...
Como já não podia ser admitido no interior dos portais celestes, aguardaria junto à entrada para escarnecer dos anjos e procurar contender com eles enquanto entravam e saíam.
(continua-execertos retirados do livro de Hellen Withe)
A Criação da Terra e da Humanidade
Surya Bee