Morro Dois Irmãos visto da Cacimba do Padre, em Fernando de Noronha. Paradisíaco, arquipélago ainda precisa resolver problemas ambientais. Foto: Henrique Vicente
Tornar o arquipélago de Fernando de Noronha o primeiro território carbono-neutro do país em cinco anos, o que inclui a compensação com plantio de mata atlântica para as atividades onde a emissão não puder ser reduzida e investimentos em energia renovável. Esse é o objetivo do projeto Noronha Carbono Zero, lançado na quinta-feira, 31 de outubro, durante a abertura da conferência Pernambuco no Clima, que reúne especialistas para discutir mudanças climáticas e aquecimento global.
Noronha emite por ano 32.310 toneladas de CO2 equivalente (soma de todos os gases que provocam o efeito estufa). Isso corresponde a oito toneladas de CO2 por pessoa por ano, valor superior à média anual per capita no Brasil, de 2,3 toneladas. Segundo o secretário do Meio Ambiente de Pernambuco, Sérgio Xavier, o transporte aéreo é o principal responsável pela produção de CO2 (53%), seguido pela geração de energia (32%) e itens como agricultura, transporte marítimo e produção de resíduos (15%).
“Será um caso concreto para servir de paradigma para cidades, estados e países”, afirmou o governador Eduardo Campos. Ele observou que o uso do biocombustível em vez do combustível fóssil para as aeronaves vai depender das empresas áreas, que poderão receber algum benefício para fazer a mudança. Noronha tem uma usina termelétrica. A ideia é substituir a fonte energética pela solar e eólica. Duas usinas solares estão sendo implementadas, com investimentos de R$ 18 milhões e deverão atender a 15% da atual demanda energética.
O projeto de redução de carbono ainda será apresentado e discutido com a comunidade da ilha. “Vamos discutir alternativas e tentar convencer empresas e a sociedade a contribuir com a redução das emissões”, ressaltou Sérgio Xavier.
Se as recomendações não forem seguidas, será preciso plantar por ano o equivalente a 120 campos de futebol de mata atlântica durante 30 anos para compensar o carbono produzido no local.
Problemas com resíduosEnquanto não zera suas emissões de CO2, Noronha tem que lidar com outros problemas ambientais motivados pelo avanço do turismo. A frota de veículos local praticamente dobrou entre 2001 e 2013 .
Também houve um aumento no número de pousadas e turistas, o que eleva o volume de lixo. Fernando de Noronha produz entre 180 e 200 toneladas de lixo por mês. Parte é tratada no arquipélago e o restante é levado para o continente.
PolíticaO plano Noronha Carbono Zero foi anunciado pouco tempo depois de o governador Eduardo Campos (PSB) fechar aliança política com a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (PSB), buscando lançar pontes ao público ambientalista. Desenvolvimentista, ele não teve a preocupação com o meio ambiente como uma das bandeiras no seu primeiro mandato e recebe críticas de ambientalistas por iniciativas como a autorização, em 2010, da derrubada de 600 hectares de manguezal no complexo portuário e industrial de Suape, na região metropolitana. No segundo mandato, criou a secretaria de meio ambiente e tem buscado mudar a política ambiental do Estado.
O deputado federal Alfredo Sirkis (PV) enfatizou que o “Pernambuco no Clima” não tem caráter político eleitoral. Ele frisou que o evento foi planejado há um ano e é um desdobramento da Rio+20. “Não tem política, não tem campanha eleitoral”, afirmou. “As democracias são formatadas para pensar no curto prazo, normalmente o curto prazo é o eleitoral. O que estamos fazendo em Pernambuco é liderança”, completou Fábio Feldmann, ex-deputado federal pelo PV.
* Publicado originalmente no site EcoD. (EcoD)
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