Em 2003, a cidade de Durban, na África do Sul, recebeu o IV Congresso Mundial de Parques da União Internacional de Conservação da Natureza (UICN). As palavras proferidas por Nelson Mandela durante a abertura do congresso foram uma inspiração muito especial, tendo o líder global destacado a importância e o papel das áreas protegidas.
“Nelson Mandela nos lembrou como a natureza é maravilhosa e como temos responsabilidade sobre ela. Destacou que o mais interessante é podermos conservá-la para construir um mundo melhor para a humanidade, e como as áreas protegidas podem e devem ser o centro de soluções para esse mundo, mais sustentável, mais justo”, relembrou Claudio Maretti, à época vice-presidente regional da Comissão Mundial de Áreas Protegidas da UICN, coordenador do apoio do WWF-Brasil ao Programa Áreas Protegidas da Amazônia (ARPA), e um dos participantes do IV Congresso Mundial de Parques da UICN.
“Neste mês de dezembro em que o mundo perde Mandela, também é marcado pelos 25 anos da morte de Chico Mendes. O líder brasileiro ajudou a propor e construir uma solução para conflitos sociais por meio da conservação da floresta, particularmente na Amazônia. As reservas extrativistas, que são áreas protegidas e, portanto, têm também objetivos de conservação da natureza, representam esse apoio direto às necessidades sociais que Mandela nos lembrava em 2003”, destacou.
“Não podemos nos esquecer que as áreas protegidas prestam serviços sociais, econômicos e culturais muito mais amplos, inclusive ajudando a manter o abastecimento de água de qualidade em cidades, e minimizando os impactos das chamadas ‘catástrofes climáticas”, completou.
Atualmente à frente da Iniciativa Amazônia Viva da Rede WWF, Claudio Maretti comenta sobre a oportunidade de conversar com Mandela pessoalmente. “Em mais um retorno à África do Sul, em 2007, como membro do Conselho Mundial da UICN, pude encontrar Mandela pessoalmente e agradecê-lo por seu exemplo. Que ele e o seu legado, bem como o de Chico Mendes, nos guie para sabermos sempre ter a natureza como solução para construir esse mundo melhor”, concluiu Maretti.
* Publicado originalmente no site WWF Brasil.
(WWF Brasil)