A cada cinco anos, a Autoridade do Parque Marinho da Grande Barreira de Corais, que faz parte do governo australiano, publica um panorama atualizado sobre a saúde, pressões e provável futuro do maior sistema contínuo de recifes do mundo.Nesta terça-feira (12), a última edição do relatório, que é exigido por lei e visa prover uma avaliação regular e confiável dos recifes, foi divulgada, e traz um alerta muito preocupante.Todos os maiores perigos aos recifes se intensificaram nos últimos anos, incluindo mudanças climáticas, poluição, desenvolvimento costeiro desordenado e sobrepesca.
As regiões mais atingidas são as próximas ao continente, na parte sul da Grande Barreira. Um exemplo de como a situação está ruim é o declínio da população de dugongos (ordem de mamíferos marinhos que inclui o peixe-boi), que está em seu nível mais baixo em cinco anos.
No entanto, a publicação reconhece que, desde 2009 (quando a primeira edição do relatório foi lançada), houve uma série de ações voltadas à redução da poluição que vem do continente, e outras focadas na gestão da exploração tradicional de tartarugas e dugongos.
Ao norte e nas partes mais externas dos recifes, as condições ainda são consideradas boas.
Alguns exemplos de recuperação lenta de espécies, como as baleias-jubarte, os crocodilos, as tartarugas-cabeçudas e as populações de tartarugas-verdes do sul da Barreira, são comemorados pela publicação.
Ameaças
O relatório destaca as mudanças climáticas como a ameaça mais séria, e aponta que o fenômeno já está alterando a Grande Barreira.
As temperaturas do mar estão aumentando, e a gradual acidificação do oceano está restringindo o crescimento e a sobrevivência dos corais. Além disso, os seus efeitos são intensificados devido à interação com as demais pressões que se abatem sobre o ecossistema.
Nos últimos anos, uma série de tempestades e enchentes afetaram os recifes, dificultando a recuperação, por exemplo, de grandes eventos de branqueamento dos corais, coloca o relatório. E é provável que eventos climáticos intensos sejam mais frequentes daqui para frente.
Grandes áreas dos recifes também continuam a ser expostas a graus elevados de pesticidas, sedimentos e nutrientes, o que afeta significativamente os ecossistemas costeiros.
“Habitats costeiros intactos (por exemplo, áreas úmidas, planícies de enchente e marismas) são vitais para uma Grande Barreira saudável. Eles são importantes no ciclo de vida de algumas espécies marinhas, e também têm um papel na redução do escoamento de água, sedimentos e nutrientes da superfície [para o mar]”, explica o relatório.
Avanços
Pela primeira vez, a publicação considera especificamente o valor da região como um patrimônio da humanidade, incluindo suas características históricas e naturais. É apontado que muitos desses valores são ligados à saúde dos ecossistemas e alguns à cultura, que estão em deterioração.
Por outro lado, alguns valores do patrimônio histórico são bem reconhecidos e gerenciados, especialmente os naufrágios e alguns faróis. Mas muitos outros locais de significância histórica são mal registrados e suas condições são desconhecidas.
O relatório pondera que as ações de todos, sejam elas pequenas ou grandes, para reduzir as ameaças e ajudar a restaurar suas condições, melhorarão esse panorama.
Várias medidas que já estão sendo tomadas pelos governos nacional e local são descritas, como o Plano de Proteção da Qualidade da Água nos Recifes (2013), a Estratégia de Portos de Queensland (2014) e o rascunho do Plano de Gestão da Navegação do Leste. Neste ano também está em preparação o Plano de Longo Prazo para a Sustentabilidade da Grande Barreira de Corais.
Porém, a avaliação feita pelo relatório identificou várias dificuldades para alcançar resultados positivos, dada a “complexidade das questões de alto risco, a extensão geográfica e das escalas temporais das ameaças e a diminuição dos recursos para implementação de ações”.
O relatório conclui que houve uma melhoria significativa na compreensão dos valores e impactos na região desde a edição de 2009, mas que ainda existem brechas importantes no conhecimento, especialmente no que se refere aos impactos cumulativos dos múltiplos usos e atividades.
“Mesmo com as iniciativas recentes de gestão para reduzir as ameaças e melhorar a resiliência, o panorama geral para a Grande Barreira de Corais é fraco, piorou desde 2009 e deve deteriorar-se ainda mais no futuro. Uma maior redução de todas as ameaças em todos os níveis ao redor do recife, regional e localmente, é necessária pra evitar os declínios projetados e para melhorar a capacidade de recuperação.”
Sobre a Grande Barreira
A região cobre 344 mil Km2, desde a ponta do Cabo Iorque, no norte, até a Ilha Lady Eliiot, no sul, estendendo-se ao leste da Austrália entre uma distância de 70 e 250 Km.
A Grande Barreira é extremamente rica, abrigando 600 tipos de corais moles e duros, mais de 100 espécies de água-viva, três mil variedades de moluscos, 1625 tipos de peixe, 133 espécies de tubarões e raias e mais de 30 espécies de baleias e golfinhos (saiba mais).
As regiões mais atingidas são as próximas ao continente, na parte sul da Grande Barreira. Um exemplo de como a situação está ruim é o declínio da população de dugongos (ordem de mamíferos marinhos que inclui o peixe-boi), que está em seu nível mais baixo em cinco anos.
No entanto, a publicação reconhece que, desde 2009 (quando a primeira edição do relatório foi lançada), houve uma série de ações voltadas à redução da poluição que vem do continente, e outras focadas na gestão da exploração tradicional de tartarugas e dugongos.
Ao norte e nas partes mais externas dos recifes, as condições ainda são consideradas boas.
Alguns exemplos de recuperação lenta de espécies, como as baleias-jubarte, os crocodilos, as tartarugas-cabeçudas e as populações de tartarugas-verdes do sul da Barreira, são comemorados pela publicação.
Ameaças
O relatório destaca as mudanças climáticas como a ameaça mais séria, e aponta que o fenômeno já está alterando a Grande Barreira.
As temperaturas do mar estão aumentando, e a gradual acidificação do oceano está restringindo o crescimento e a sobrevivência dos corais. Além disso, os seus efeitos são intensificados devido à interação com as demais pressões que se abatem sobre o ecossistema.
Nos últimos anos, uma série de tempestades e enchentes afetaram os recifes, dificultando a recuperação, por exemplo, de grandes eventos de branqueamento dos corais, coloca o relatório. E é provável que eventos climáticos intensos sejam mais frequentes daqui para frente.
Grandes áreas dos recifes também continuam a ser expostas a graus elevados de pesticidas, sedimentos e nutrientes, o que afeta significativamente os ecossistemas costeiros.
“Habitats costeiros intactos (por exemplo, áreas úmidas, planícies de enchente e marismas) são vitais para uma Grande Barreira saudável. Eles são importantes no ciclo de vida de algumas espécies marinhas, e também têm um papel na redução do escoamento de água, sedimentos e nutrientes da superfície [para o mar]”, explica o relatório.
Avanços
Pela primeira vez, a publicação considera especificamente o valor da região como um patrimônio da humanidade, incluindo suas características históricas e naturais. É apontado que muitos desses valores são ligados à saúde dos ecossistemas e alguns à cultura, que estão em deterioração.
Por outro lado, alguns valores do patrimônio histórico são bem reconhecidos e gerenciados, especialmente os naufrágios e alguns faróis. Mas muitos outros locais de significância histórica são mal registrados e suas condições são desconhecidas.
O relatório pondera que as ações de todos, sejam elas pequenas ou grandes, para reduzir as ameaças e ajudar a restaurar suas condições, melhorarão esse panorama.
Várias medidas que já estão sendo tomadas pelos governos nacional e local são descritas, como o Plano de Proteção da Qualidade da Água nos Recifes (2013), a Estratégia de Portos de Queensland (2014) e o rascunho do Plano de Gestão da Navegação do Leste. Neste ano também está em preparação o Plano de Longo Prazo para a Sustentabilidade da Grande Barreira de Corais.
Porém, a avaliação feita pelo relatório identificou várias dificuldades para alcançar resultados positivos, dada a “complexidade das questões de alto risco, a extensão geográfica e das escalas temporais das ameaças e a diminuição dos recursos para implementação de ações”.
O relatório conclui que houve uma melhoria significativa na compreensão dos valores e impactos na região desde a edição de 2009, mas que ainda existem brechas importantes no conhecimento, especialmente no que se refere aos impactos cumulativos dos múltiplos usos e atividades.
“Mesmo com as iniciativas recentes de gestão para reduzir as ameaças e melhorar a resiliência, o panorama geral para a Grande Barreira de Corais é fraco, piorou desde 2009 e deve deteriorar-se ainda mais no futuro. Uma maior redução de todas as ameaças em todos os níveis ao redor do recife, regional e localmente, é necessária pra evitar os declínios projetados e para melhorar a capacidade de recuperação.”
Sobre a Grande Barreira
A região cobre 344 mil Km2, desde a ponta do Cabo Iorque, no norte, até a Ilha Lady Eliiot, no sul, estendendo-se ao leste da Austrália entre uma distância de 70 e 250 Km.
A Grande Barreira é extremamente rica, abrigando 600 tipos de corais moles e duros, mais de 100 espécies de água-viva, três mil variedades de moluscos, 1625 tipos de peixe, 133 espécies de tubarões e raias e mais de 30 espécies de baleias e golfinhos (saiba mais).
* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.
(CarbonoBrasil)