O relatório, realizado a cada dois anos, faz um balanço das consequências da exploração humana para a Terra. O índice “Planeta Vivo”, que mede a evolução da vida selvagem em todo o mundo, constatou que entre 1970 e 2010 houve uma redução de 52% do número de animais. Uma redução muito mais expressiva do que os 28% apontados no relatório anterior, de 2012.
A utilização de uma metodologia mais precisa explica, em parte, essa queda drástica. O relatório 2014 avaliou a evolução de 10.038 espécies de mamíferos, pássaros, répteis e peixes enquanto que o índice de 2012 foi baseado em apenas 2.699 populações de animais.
A principal responsável pela destruição é a ação do homem, denuncia a WWF. “As diferentes espécies vivas são ao mesmo tempo a matriz dos ecossistemas, que garantem as condições para a vida na terra, e o termômetro das consequências da ação do homem no planeta”, escreve o diretor-geral da ONG, Marco Lambertini.
Regiões mais atingidas
A América Latina é a região que apresenta a maior redução de animais selvagens, -83%. Em segundo lugar vem a região Ásia/Pacífico. Em todo o mundo, as espécies de água doce foram as mais destruídas (-76%). As populações de animais terrestres e marinhos diminuíram 39%.
A perda e a degradação dos habitats naturais pela agricultura, urbanização, desmatamento, irrigação e inundação para a construção de barragens, estão entre as principais causas do fenômeno. Na África, por exemplo, o território histórico ocupado pelos elefantes representa hoje apenas 7% do espaço inicial.
Caça e pesca predatórias, assim como as mudanças climáticas, completam a lista dos culpados pela redução da vida selvagem na terra.
Planeta em perigo
O declínio contínuo da vida selvagem não dá nenhum sinal de desaceleração e mostra, mais do que nunca, a necessidade de encontrar soluções duradouras para salvar o planeta, aponta o 10° relatório “Planeta Vivo”. A humanidade consome mais recursos naturais do que o planeta é capaz de produzir.
“Hoje, precisamos da capacidade geradora de uma Terra e meia para suprir nossas necessidades”, lembra o documento da WWF. A superfície disponível para assegurar as necessidades de alimentos, água e ar se reduz a cada ano com a explosão demográfica mundial, alerta a ONG que pede ações combinando desenvolvimento e proteção do meio ambiente para inverter essa tendência.