Para especialistas e movimentos sociais a liberação causará impactos nocivos à biodiversidade e à saúde
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A Coordenação-Geral da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) acaba de aprovar, por 18 votos a três, em reunião em Brasília (DF), a liberação do plantio do eucalipto transgênico no Brasil.
A possível liberação vinha preocupando especialistas e movimentos sociais por trazer efeitos nocivos à biodiversidade e à saúde. Em recente entrevista à Agência Brasil de Fato, o engenheiro agrônomo, Leonardo Melgarejo, que já foi representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) junto à CTNBio, citou algumas delas, como o impacto que o cultivo dessa variedade transgênica, aliado ao uso intensivo de agrotóxicos, geraria na produção de alimentos, além do alto consumo de água.
“Em cinco anos o eucalipto geneticamente modificado retiraria do solo o mesmo volume de água e nutrientes que o eucalipto tradicional levaria sete anos para incorporar. Uma lavoura sedenta será substituída, após cinco anos, por outra lavoura sedenta”, pontuou.
A CTNBio também aprovou a liberação comercial da semente de soja da Dow Agrosciences resistente ao herbicida 2,4D.
Adiamento
O pedido de liberação do eucalipto transgênico, conhecido como H421, foi feito pela empresa de biotecnologia FuturaGene, da Suzano Papel e Celulose. A votação da liberação já tinha entrado na pauta da CTNBio no mês passado, mas foi adiada por conta de protestos das mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Na mesma época, a sede da companhia na cidade de Itapetininga, interior de São Paulo, foi ocupada por cerca de mil mulheres do MST. O local da manifestação era onde ocorriam os testes com esse eucalipto geneticamente modificado.
Leia a íntegra da entrevista com Leonardo Melgarejo.
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