Pesquisa revela que já foram ultrapassadas as fronteiras de quatro processos e sistemas que regulam a estabilidade e resiliência da Terra
A humanidade já ultrapassou 4 das 9 fronteiras planetárias e entra em uma “zona de perigo”, segundo uma pesquisa publicada este ano na revista Science.
Um quadro com nove “limites planetários” – espaço operacional seguro para a manutenção da humanidade – foi definido em 2009 por um grupo de cientistas ambientais liderado por Johan Rockström do Stockholm Resilience Centre, na Suécia, e Will Steffen, da Universidade Nacional Australiana.
Como uma pré-condição para o desenvolvimento sustentável e a manutenção da humanidade, os cientistas identificaram nove processos e sistemas da Terra, bem como suas fronteiras que marcam a zona segura para o planeta.
O estudo atualizado das fronteiras planetárias, publicado na revista Science em janeiro de 2015, revelou que já foram ultrapassadas as fronteiras de mudanças climáticas, de perda de integridade da biosfera, de mudança do sistema terrestre e de alteração de ciclos biogeoquímicos (fósforo e nitrogênio).
Duas destas fronteiras – mudanças climáticas e integridade da biosfera – são consideradas pelos cientistas como “fronteiras fundamentais”. Ao alterar significativamente uma destas fronteiras, o planeta pode ser impulsionado para um novo estado.
No novo estudo, embora o quadro mantenha os mesmos processos originais de 2009, dois deles passaram a ter novos nomes, para melhor refletir o que eles representam. Ainda, outros foram avaliados em um nível regional. “A perda de biodiversidade” é agora chamada de “Perda da integridade da biosfera”. A diversidade biológica é de vital importância, mas o quadro agora enfatiza o impacto dos seres humanos sobre o funcionamento do ecossistema.
A “poluição química” foi dado o novo nome de “introdução de novas entidades”, para refletir o fato de que os seres humanos podem influenciar o sistema da Terra através das novas tecnologias, de muitas maneiras.
Com o rápido crescimento do uso de combustíveis fósseis e da agricultura industrializada, as atividades humanas atingiram níveis que podem ser irreversíveis e, em alguns casos, causar mudanças ambientais abruptas – criando condições desfavoráveis para a vida humana na Terra. Este estudo é um alerta para a atual condição do planeta. Mas temos uma ótima oportunidade neste ano para tentar reduzir os riscos globais. Em setembro, os países das Nações Unidas irão definir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e, com a ambição necessária, temos a chance de criar, a longo prazo, as condições para a prosperidade humana dentro de limites planetários.
Confira, a seguir, as nove fronteiras planetárias:
1. Mudanças climáticas
2. Perda da integridade da biosfera (perda de biodiversidade e extinção de espécies)
3. Destruição do ozônio estratosférico
4. Acidificação dos oceanos
5. Fluxos biogeoquímicos (ciclos do fósforo e do nitrogênio)
6. Mudança do sistema terrestre (por exemplo, o desmatamento)
7. Utilização da água doce
8. Carga atmosférica de aerossóis (partículas microscópicas na atmosfera que afetam o clima e os organismos vivos)
9. Introdução de novas entidades (por exemplo, poluentes orgânicos, materiais radioativos, nanomateriais, e microplásticos).
2. Perda da integridade da biosfera (perda de biodiversidade e extinção de espécies)
3. Destruição do ozônio estratosférico
4. Acidificação dos oceanos
5. Fluxos biogeoquímicos (ciclos do fósforo e do nitrogênio)
6. Mudança do sistema terrestre (por exemplo, o desmatamento)
7. Utilização da água doce
8. Carga atmosférica de aerossóis (partículas microscópicas na atmosfera que afetam o clima e os organismos vivos)
9. Introdução de novas entidades (por exemplo, poluentes orgânicos, materiais radioativos, nanomateriais, e microplásticos).
Clique aqui para ter acesso ao estudo atualizado das fronteiras planetárias completo, em inglês. (Akatu/ #Envolverde)
* Publicado originalmente no site Akatu.
(Akatu)